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"Paixão que não se mensura", Léo Chu ressalta lado torcedor no vestiário do Grêmio

Fã de Luan e Renato, atacante de 20 anos é torcedor desde pequeno e vive sonho de criança ao vestir a camisa do clube do coração


Fonte: Globoesporte.com

Paixão que não se mensura, Léo Chu ressalta lado torcedor no vestiário do Grêmio
Foto: Lucas Uebel / Grêmio FBPA
Renato Portaluppi reúne o elenco do Grêmio para uma conversa no vestiário e quem o escuta é um gremista fanático, ainda incrédulo de ouvir o ídolo tão de perto. Um ídolo que virou treinador para Leonardo Alves Chú Franco. O Léo Chú, atacante de 20 anos que vive um sonho todos os dias ao vestir a camisa do clube do coração.



O jovem de 20 anos será titular do Tricolor nesta quarta-feira, às 22h, contra o São Luiz, no Estádio Vermelhão da Serra, pela 8ª rodada do Gauchão. E concedeu entrevista exclusiva ao ge para falar não apenas da chance no grupo principal. Mas também para relembrar os dias de um gremista fanático que frequentava o antigo Estádio Olímpico com a família.


Com o forte sotaque gaúcho, Léo Chú trouxe memórias do passado, quando era apenas um garoto franzino, de origem humilde, que chegou ao Grêmio até sem chuteira para treinar. E que saía de casa às 7h para ir ao colégio na Zona Norte de Porto Alegre e depois cruzar a cidade até a Escola de Formação do clube, na Zona Sul.


"Eu brigava na rua por causa do Grêmio. É uma paixão que não consigo mensurar".


Volta e meia, quando tinha uma brecha durante a semana e sobrava dinheiro, ele a família iam ao estádio Olímpico para ver o Grêmio jogar. À época, o sonho de estar ali, vestindo a camisa tricolor, era distante. Léo chegou a pensar em desistir de tudo quando a vida familiar ficou complicada.


Mas num papo com o mentor e tio Sandro, o Sandrinho, o garoto voltou atrás. Em três meses ele despontou nas categorias de base e foi convocado para a seleção.


Por cerca de uma hora, Léo mostrou que o seu "gremismo" não é da boca para fora. Ele revelou que aprendeu a história do Grêmio com o avô, explicou a sua comemoração em homenagem ao histórico Tarciso e mostrou que conhece bem os donos da camisa 7 - um dos seus objetivos no clube é vesti-lá.


Confira a entrevista:


Como foi essa primeira experiência como profissional lá no Ceará?

Léo Chú: Foi muito importante pra mim. O clube. a torcida, a direção, os atletas, me abraçaram. Sabiam que eu não tinha tanta experiência e que eu seria importante no ano para o clube. Isso me ajudou muito, me senti em casa, me senti como se estivesse no Grêmio, como se tivesse anos no Ceará. Quando tive a oportunidade, graças a Deus eu abracei e foi um grande ano.


Qual a sensação de poder jogar pelo clube do coração?

É uma sensação de gratidão. Esse momento nunca irei esquecer pelo fato de realizar meu sonho. O ano no Ceará foi muito importante, me fez evoluir e chegar mais pronto para vestir essa camisa. É incrível. Passa um filme. Lembro que com meu avô, meu tio, íamos no Olímpico. Eu bem pequeno na despedida do Danrlei. Foi incrível para mim, porque eu era fanático.



Quando você volta, o Grêmio recusou uma proposta de um clube da França. Como é essa responsabilidade do clube recusar uma boa grana para você ficar?

É, foram algumas propostas. Mas meu sentimento foi o que eu falei pro meu empresário: “quero realizar meu sonho. A gente pode sair ano que vem, mas deixa eu realizar o meu sonho, esse é meu maior sonho, a gente sabe, deixa eu realizar isso agora”. Aí, ele bateu o pé para não vender, e me motivou mais ainda, que o clube acredita em mim. Desde os 10 anos no clube, passar por todas categorias e hoje chegar ao profissional é incrível.


Qual a sua meta para a temporada?

Fazer minha parte e estar à disposição. Estar sempre pronto. Eu, mais que todos, vou me cobrar muito. Meu tio falou: “agora você não tem só mais uma torcida para te cobrar, eu já te cobrava no Ceará, mas agora esquece”. Dentro de casa já tem a cobrança.


O Grêmio tem uma fábrica de pontas. Pepê, Everton, Ferreira, Léo Chú. Você está no caminho certo, porque a escola é boa.

É uma escola muito boa. O Grêmio vem tendo várias beiradas e se deus quiser vou ser mais um. A briga é muito boa, é um grande clube, tem vários jogadores bons e a briga é sempre importante. Só quem ganha nisso é o clube, o professor Renato tem mais alternativas para ganharmos.



Como é trabalhar com o Renato, o maior ídolo do clube do teu coração?

É incrível. Tem a admiração de toda torcida e minha também, é imensurável. É diferente porque eu fico olhando, porque sou mais um torcedor dentro do clube. Mas tenho que me adaptar. Não posso fazer algumas coisas que o torcedor faz. As vezes fico viajando, lembro das coisas que eu fazia e agora estou aqui dentro. Mas é demais, uma sensação única que não tem sensação melhor.


Você pensa em ser o camisa 7 do Grêmio? Por toda mística da camisa. De repente receber ela do Renato.

Com certeza, tenho até uma tatuagem desse número. Com a camisa 7 e onde eu moro. É um número que eu gosto muito. Na base, eu vesti a 7 em quase todas categorias. Vestir no profissional vai ser incrível. Tenho que fazer muito por onde ainda, mostrar. E se Deus quiser um dia posso usar a 7 e ser muito feliz como Renato, Luan, Tarciso, Paulo Nunes.


Falando de camisas 7... Sua relação com o Luan é de fã para ídolo? Tem até sequência de fotos no Instagram

Meu maior ídolo é o Luan, muito pelo fato dele ter voltado a criar esse amor pelo Grêmio. Estávamos precisando de um ídolo que ganhasse um título. Naquela Libertadores, ele foi o Rei da América. Esse ano (2020), quando jogamos contra foi muito diferente. Foi uma sensação incrível jogar contra o maior ídolo. Ele até me deu uma camisa depois, conversou comigo.


O Luan é o cara que tira o Grêmio da fila. Tem aquela coisa do torcedor que sofreu durante um bom tempo, pegou a parte boa do Inter e agora é a do Grêmio.

Nossa, eu chegava chorando em casa pro meu tio: “O Grêmio tem que ganhar, todo mundo fica me zoando”. Meu tio é da época que o Grêmio ganhava nos anos 90. Ele falava: “Calma, a gente já ganhou tudo. A gente vai ganhar e vai virar”. Eu chegava muito brabo em casa, porque eu tenho só amigo colorado. Mas também o jogo virou. Depois de 2016 não falam mais nada. No grupo, sou eu que mando. Acabou.



Como era quando você ia ao Olímpico? Costumava frequentar sempre?

Sim. Quando eu tinha sete ou oito anos, com meu tio e meu avô, a gente dava um jeito, atravessava a cidade. Porque sou da Zona Norte. Lembro que quando eu entrei no Grêmio com 10 anos já foi uma sensação da minha família toda ficar em êxtase. Porque era o sonho da gente. Nós íamos no Olímpico, torcíamos.


Você falou que cresceu na zona norte de Porto Alegre e ainda mora lá. Você saía de lá todo dia para treinar na escolinha do Grêmio ali no Cristal, na zona sul?

Dos meus 10 aos 14 anos, Todo os dias, atravessava a cidade, ia estudar às 7h. Lembro que a aula acabava meio-dia, e meu ônibus passava 12:03. Não podia perder esse ônibus, porque se eu perdesse chegava atrasado no treino. Foi uma fase que a minha mãe ficava bem preocupada pelas maldades de eu ter 11 anos e atravessar a cidade. Lembro que chegava em casa às oito da noite cansado. Mas é algo que nos deixa mais fortes. A gente amadurece e sabe que nos fortalece mais ainda.


Você falou que não tinha nem chuteira, às vezes faltava passagem. Como era isso?

Sempre fui bem humilde. Peguei uma chuteira emprestada com os amigos do meu pai e a chuteira não tinha nem trava, era quase um tênis. Lembro que no primeiro dia eu não conseguia ficar em pé, ficava escorregando no gramado. Mas era a oportunidade da minha vida no clube que eu amo. Fiquei escorregando nos primeiros dez minutos, aí eu falei “Meu Deus do céu, me ajuda”. No primeiro dia eu já passei no teste.



Por todas essas dificuldades, você não pensou em desistir? Não chegou algum momento em que você falou: “tem que ser agora ou eu vou largar”?

Chegou, em 2014. Eu já estava com quatro anos de clube e era muito franzino, eu ficava muito para trás. Isso foi na fase da separação dos meus pais, uma fase muito complicada para mim. Com 14 anos eu já morava no Grêmio, e eu ficava triste, pensando em casa, não conseguia jogar. Lembro que foi um momento que o Grêmio quase me liberou. Tinha falado para o meu tio: “Vou desistir”.

Meu tio é um cara que sempre me ajudou. Uma vez, fomos uma hora conversando: “Você sabe que está realizando o sonho de muita gente, principalmente de nós que somos gremistas. Você não pode deixar cair, isso vai passar”. Foi uma conversa que eu nunca esqueci na minha vida. Duas semanas depois, eu estava jogando no time, três meses depois eu estava convocado para a seleção de base. Aí é que foi a mudança de chave, depois eu já virei referência na base.



Você tem 20 anos, mas comemora os gols que nem um cara que talvez nem seus pais conhecessem. O Tarciso. Como é essa relação?

Meu vô me fazia assistir a muitas reprises. Eu gostava do Tarciso por ele ser rápido, habilidoso. Quando eu cheguei ao Grêmio com 10 anos, eu tenho o estilo de jogo parecido com o dele, e lembro que me chamavam de “Flecha Negra”. Depois, em 2018 eu conheci ele na Arena. Mais ou menos uns oito meses depois ele veio a falecer. No dia que ele faleceu a gente tinha jogo. Fiz gol, me veio na hora, vou dar a flechada. Quando acabou o jogo, a filha dele me ligou chorando. A família ficou muito grata pela comemoração. Isso me motivou muito. Ficou uma coisa que é a uma admiração pela pessoa e pelo fato de termos um jogo muito semelhante.

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Comentários



Rich Bronaut     

Esse guri é do bem. Nossa nova Flecha Negra. Saudades, Tarciso!

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