Foto: Eduardo Moura
Um dos principais nomes do Grêmio, o volante Maicon completou no último dia 9 de março cinco anos no clube. Capitão nos últimos anos, mas com a liderança dividida com Pedro Geromel a partir de 2019, o meio-campista elege o título da Copa do Brasil de 2016 como seu principal momento no Tricolor em entrevista ao GloboEsporte.com e RBS TV.
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De lá para cá, tem sido o pivô do atual modelo de jogo do Tricolor, com muita posse de bola, troca rápida de passes e empilhando vitórias. Antes do mundo entrar em vigília pela pandemia de coronavírus, Maicon recebeu a reportagem para um papo exclusivo sobre a meia década no Grêmio. Confira abaixo:
GloboEsporte.com: Qual foi o maior momento no Grêmio?
Maicon: O título da Copa do Brasil.
O Grêmio há 15 anos não ganhava um título de expressão nacional. Quando você chegou no Grêmio, sentiu esse peso? O que os torcedores falavam? Como era esse clima?
Quando estava no São Paulo, eu acompanhava. Sempre que jogava contra o Grêmio era muito difícil. Um clube da grandeza do Grêmio não pode ficar tantos anos sem conquistar títulos. Ainda mais que já tinha ganho várias Copas do Brasil, Libertadores. A partir do momento que chega aqui, tem que incorporar isso e entender que a pressão vai ser grande, independente se está ganhando título ou não.
Como foi a construção da sua foto levantando a taça da Copa do Brasil?
Você se consagrar naquele momento tão importante, o título fica marcado. As pessoas passam a te respeitar e olhar de uma outra maneira. Ali foi um momento que eu quis compartilhar com o Gabriel, pela situação que ele se encontrava no clube, por ter feito uma cirurgia, não conseguir jogar. E o Marcelo (Grohe) por tudo que representa aqui dentro. Quando eu cheguei no Grêmio, em quatro, cinco meses me tornei capitão. E você vê um jogador que tem uma vida aqui dentro ter o comportamento que ele tinha, sem vaidade, nada mais justo que deixar ele viver esse momento especial. Você não sabe quando vai ser campeão novamente. Então, quis compartilhar para poderem viver essa energia, nos fortalecer ainda mais para as próximas competições.
Em 2015, ano em que você chega no Grêmio, o Felipão sai do clube em maio. Você achou que seria uma temporada ruim?
Era a hora que eu estava me fortalecendo para voltar a fazer o que eu mais gostava, em um ambiente novo, com novos companheiros, ambições altíssimas de vencer. Então, com certeza fica com aquilo: "Pô, será que vai errar novamente?". Com a chegada de outro treinador (Roger Machado), a gente conseguiu fazer um Campeonato Brasileiro muito bom, todo mundo desconfiava da nossa equipe, mas não era o suficiente. No outro ano, você é eliminado de um Campeonato Gaúcho e de uma Libertadores nas oitavas. Volta todo aquele filme, cobranças, críticas. Sempre falo que no futebol você tem que ter a mente mais forte para entrar em campo e jogar.
Qual o peso que você dá para as críticas? Como filtra tudo isso?
Em qualquer profissão você vai receber críticas. Às vezes você não está percebendo que está cometendo aquele erro e aquilo te ajuda e te faz crescer. Isso já aconteceu bastante comigo. E tem aqueles outros tipos de críticas que a gente sabe que não serve de nada. Então, não estou há cinco anos aqui no Grêmio à toa. É muito difícil você ficar em um clube grande por um ano. Enquanto eu tiver condições e o treinador achar que eu tenho para contribuir para equipe, seja um minuto, dois, cinco, 10, não importa, porque eu tenho muito prazer de vir aqui trabalhar, de vestir essa camisa, de cada jogo eu procurar fazer meu melhor.
Em 2017, presenciamos uma cena de liderança sua, quando entende que o Arthur merecia ser titular no seu lugar...
Dois mil e dezessete foi um ano complicado para mim. Não adiantava eu querer jogar em condições que eu não iria acrescentar para o time. Tem que ter discernimento, inteligência e por ser o líder da equipe junto com outros jogadores, entender que tinha companheiros melhores que eu para ajudar. Naquela situação, o Arthur já estava jogando. Aí eu decidi que era melhor sair, fazer a cirurgia. Claro que eu queria participar de toda Libertadores, mas acontece.
Nesse mesmo ano, após as lesão você conseguiu voltar para disputar o Mundial...
Minha recuperação era para cinco meses e, em três, eu já estava treinando. Queria ir para o Mundial, não sabia quando ia ter outra oportunidade. Então, meio manco eu ainda consegui ir para a lista.
Como é a figura do Maicon como mentor para jogadores que surgem, principalmente aqui na base do Grêmio?
Talento eles já têm. O que eu tento passar às vezes é posicionamento dentro no campo. Induzi-los a ter coragem de jogar, fazer o que sabem. São jogadores com potencial muito alto e podem chegar na Seleção, podem jogar na Europa, podem dar muitas alegrias para o torcedor do Grêmio. Independente se é na minha posição ou não, eu procuro sempre estar ajudando, passar um pouco da minha experiência, o que eu já vivi nesses anos que estou jogando. Procuro alertá-los para o que pode acontecer lá na frente, para que estejam fortes e que não interfira no trabalho.
O Gre-Nal dos 5 a 0, na Arena, é encarado como uma grande marca da sua carreira?
Sem dúvida. Um clássico assim é especial. Um jogo que mexe com a cidade toda. Você vai nas ruas e o torcedor diz: "Pô, não pode perder". Um clássico diferente dos que eu já joguei em outros estados, então sempre fica marcado quando ganha, ainda mais pelo placar que foi.
A briga no cara ou coroa do Gre-Nal no Gauchão de 2018 com D'Alessandro ficou marcada no torcedor. Como foi aquela situação?
Cada um vai defender o seu lado, ninguém quer perder. Independente se é clássico ou não, eu sempre vou entrar para defender minha equipe e vencer. As coisas que acontecem dentro de campo ficam ali. Nós somos profissionais, companheiros de profissão, pais de família. Só que dentro de campo eu me transformo, viro outra pessoa e quero ganhar sempre. Quando estiver vestindo a camisa do Grêmio, vou procurar fazer o meu melhor.
Nos próximos cinco anos, qual vai ser a sua relação com o Grêmio?
Acho que, para permanecer, tenho que fazer as coisas que eu fiz nesses cinco anos, que é trabalhar, me dedicar. Enquanto a direção, o presidente, o treinador acharem que eu posso contribuir, vou ficar, porque tenho prazer de vestir essa camisa, de vir treinar, de estar aqui com todo mundo. Não só com os jogadores, mas com todo estafe. São pessoas que procuram sempre fazer o melhor para gente, e isso dá prazer, reconhecem tudo que você já fez pelo clube. Mas eu quero sempre mais, quero ser campeão, porque daqui a 20 anos vou ser lembrado pelo que fiz. Futebol só tem espaço para quem tem ambição de ganhar. Enquanto eles colocarem meu nome na escalação, vou sempre dar meu melhor para dar alegria ao torcedor.
O gosto de liderar a equipe lhe dá uma perspectiva de ser treinador no futuro?
Quando eu parar, vou fazer os cursos na CBF para isso. Quem sabe... Mas não é o meu objetivo principal no momento, tenho vontade de jogar até 2022. Falta pouco... Pode ser que chegue e eu queira jogar mais um pouco. Talvez eu façar um curso de gestão, porque que me encaixo bem nessa situação de ajudar os jogadores que estão subindo da categoria de base. Sou um cara muito correto, procuro sempre falar a verdade, não importa se vai doer ou não. Quero fazer um trabalho que me dê liberdade e autonomia.
Grêmio, Maicon, Lembranças, Títulos, Imortal
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O Grêmio há 15 anos não ganhava um título de expressão nacional. Quando você chegou no Grêmio, sentiu esse peso? O que os torcedores falavam? Como era esse clima?
Quando estava no São Paulo, eu acompanhava. Sempre que jogava contra o Grêmio era muito difícil. Um clube da grandeza do Grêmio não pode ficar tantos anos sem conquistar títulos. Ainda mais que já tinha ganho várias Copas do Brasil, Libertadores. A partir do momento que chega aqui, tem que incorporar isso e entender que a pressão vai ser grande, independente se está ganhando título ou não.
Como foi a construção da sua foto levantando a taça da Copa do Brasil?
Você se consagrar naquele momento tão importante, o título fica marcado. As pessoas passam a te respeitar e olhar de uma outra maneira. Ali foi um momento que eu quis compartilhar com o Gabriel, pela situação que ele se encontrava no clube, por ter feito uma cirurgia, não conseguir jogar. E o Marcelo (Grohe) por tudo que representa aqui dentro. Quando eu cheguei no Grêmio, em quatro, cinco meses me tornei capitão. E você vê um jogador que tem uma vida aqui dentro ter o comportamento que ele tinha, sem vaidade, nada mais justo que deixar ele viver esse momento especial. Você não sabe quando vai ser campeão novamente. Então, quis compartilhar para poderem viver essa energia, nos fortalecer ainda mais para as próximas competições.
Em 2015, ano em que você chega no Grêmio, o Felipão sai do clube em maio. Você achou que seria uma temporada ruim?
Era a hora que eu estava me fortalecendo para voltar a fazer o que eu mais gostava, em um ambiente novo, com novos companheiros, ambições altíssimas de vencer. Então, com certeza fica com aquilo: "Pô, será que vai errar novamente?". Com a chegada de outro treinador (Roger Machado), a gente conseguiu fazer um Campeonato Brasileiro muito bom, todo mundo desconfiava da nossa equipe, mas não era o suficiente. No outro ano, você é eliminado de um Campeonato Gaúcho e de uma Libertadores nas oitavas. Volta todo aquele filme, cobranças, críticas. Sempre falo que no futebol você tem que ter a mente mais forte para entrar em campo e jogar.
Qual o peso que você dá para as críticas? Como filtra tudo isso?
Em qualquer profissão você vai receber críticas. Às vezes você não está percebendo que está cometendo aquele erro e aquilo te ajuda e te faz crescer. Isso já aconteceu bastante comigo. E tem aqueles outros tipos de críticas que a gente sabe que não serve de nada. Então, não estou há cinco anos aqui no Grêmio à toa. É muito difícil você ficar em um clube grande por um ano. Enquanto eu tiver condições e o treinador achar que eu tenho para contribuir para equipe, seja um minuto, dois, cinco, 10, não importa, porque eu tenho muito prazer de vir aqui trabalhar, de vestir essa camisa, de cada jogo eu procurar fazer meu melhor.
Em 2017, presenciamos uma cena de liderança sua, quando entende que o Arthur merecia ser titular no seu lugar...
Dois mil e dezessete foi um ano complicado para mim. Não adiantava eu querer jogar em condições que eu não iria acrescentar para o time. Tem que ter discernimento, inteligência e por ser o líder da equipe junto com outros jogadores, entender que tinha companheiros melhores que eu para ajudar. Naquela situação, o Arthur já estava jogando. Aí eu decidi que era melhor sair, fazer a cirurgia. Claro que eu queria participar de toda Libertadores, mas acontece.
Nesse mesmo ano, após as lesão você conseguiu voltar para disputar o Mundial...
Minha recuperação era para cinco meses e, em três, eu já estava treinando. Queria ir para o Mundial, não sabia quando ia ter outra oportunidade. Então, meio manco eu ainda consegui ir para a lista.
Como é a figura do Maicon como mentor para jogadores que surgem, principalmente aqui na base do Grêmio?
Talento eles já têm. O que eu tento passar às vezes é posicionamento dentro no campo. Induzi-los a ter coragem de jogar, fazer o que sabem. São jogadores com potencial muito alto e podem chegar na Seleção, podem jogar na Europa, podem dar muitas alegrias para o torcedor do Grêmio. Independente se é na minha posição ou não, eu procuro sempre estar ajudando, passar um pouco da minha experiência, o que eu já vivi nesses anos que estou jogando. Procuro alertá-los para o que pode acontecer lá na frente, para que estejam fortes e que não interfira no trabalho.
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A briga no cara ou coroa do Gre-Nal no Gauchão de 2018 com D'Alessandro ficou marcada no torcedor. Como foi aquela situação?
Cada um vai defender o seu lado, ninguém quer perder. Independente se é clássico ou não, eu sempre vou entrar para defender minha equipe e vencer. As coisas que acontecem dentro de campo ficam ali. Nós somos profissionais, companheiros de profissão, pais de família. Só que dentro de campo eu me transformo, viro outra pessoa e quero ganhar sempre. Quando estiver vestindo a camisa do Grêmio, vou procurar fazer o meu melhor.
Nos próximos cinco anos, qual vai ser a sua relação com o Grêmio?
Acho que, para permanecer, tenho que fazer as coisas que eu fiz nesses cinco anos, que é trabalhar, me dedicar. Enquanto a direção, o presidente, o treinador acharem que eu posso contribuir, vou ficar, porque tenho prazer de vestir essa camisa, de vir treinar, de estar aqui com todo mundo. Não só com os jogadores, mas com todo estafe. São pessoas que procuram sempre fazer o melhor para gente, e isso dá prazer, reconhecem tudo que você já fez pelo clube. Mas eu quero sempre mais, quero ser campeão, porque daqui a 20 anos vou ser lembrado pelo que fiz. Futebol só tem espaço para quem tem ambição de ganhar. Enquanto eles colocarem meu nome na escalação, vou sempre dar meu melhor para dar alegria ao torcedor.
O gosto de liderar a equipe lhe dá uma perspectiva de ser treinador no futuro?
Quando eu parar, vou fazer os cursos na CBF para isso. Quem sabe... Mas não é o meu objetivo principal no momento, tenho vontade de jogar até 2022. Falta pouco... Pode ser que chegue e eu queira jogar mais um pouco. Talvez eu façar um curso de gestão, porque que me encaixo bem nessa situação de ajudar os jogadores que estão subindo da categoria de base. Sou um cara muito correto, procuro sempre falar a verdade, não importa se vai doer ou não. Quero fazer um trabalho que me dê liberdade e autonomia.
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Comentários
Comentários (2)
Atribuo à você e sua personalidade, e à diretoria, o bom momento do nosso Gremio. Parabéns.
Maicon, acompanho você à distancia
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