(FOTO: LUCAS MERÇON / FLUMINENSE F.C.)
Será que sofro da Síndrome de Poliana em relação ao futebol praticado no Brasil? Estou verdadeiramente otimista. Temos visto duelos táticos, de ideias, e treinadores sequiosos por aperfeiçoamento, de ouvidos e olhos atentos, com mais frequência. Não parece realista dizer que a doutrina dominante nos gramados locais é amesquinhar o jogo como fórmula de sucesso. Há equipes que têm na solidez defensiva seu traço principal, mas não se resumem a isso. O exemplo principal é o Palmeiras, que desponta como maior favorito a conquistar novamente o título do Brasileirão por sofrer pouquíssimos gols. Ainda assim, o time dirigido por Scolari, em que pese a impressão de que o elenco permitiria um jogo mais atraente e entusiástico, tem ótimos momentos de circulação rápida da bola e também aplica contra-ataques fulminantes quando as condições permitem. Vimos isso contra o Santos. O time foi traiçoeiro. Primeiro abafou. As circunstâncias, os erros individuais do adversário e a estratégia adotada deram uma rápida vantagem, economizando energia e machucando o oponente nos contragolpes.
Por outro lado, o Santos dirigido por Sampaoli é dos times mais festejados por ter “amor por el balón”, na escola de pensamento do Argentino. Em boa parte dos jogos, marca forte a saída do adversário, fica com ela mais tempo e cria enorme quantidade de chances. Os atletas parecem quase sempre elétricos, distantes de qualquer pasmaceira, exibem rápida absorção dos princípios. O jogo inicia-se com Vanderlei, que precisou se reinventar na profissão ao ser acionado constantemente para atuar com os pés. E o goleiro admite que tem crescido com isso. As cabeças estão abertas. Treinador interino do Atlético Mineiro, Rodrigo Santana declarou após enfrentar o Santos que é um aprendizado ver a equipe santista. Um jovem técnico disposto a absorver ideias. Não é ótimo?
O Fluminense, sob a batuta de Fernando Diniz, repete os preceitos que o técnico aplicou no Audax, vice-campeão paulista, e no Athletico-PR. No time paranaense, o trabalho foi abortado, mas teve momentos interessantes, desafiou técnicos (lembrem-se do jogo inteligente que o Palmeiras, então com Roger Machado, se obrigou a fazer ano passado na Arena da Baixada) e rendeu declarações elogiosas de atletas da equipe. Provoca impulsos e reflexões. O experiente Paulo André, a exemplo de Vanderlei, enalteceu os aprendizados que teve. Isso tudo acontencendo aqui, no Brasil. O Tricolor carioca só fez cinco gols no Grêmio e quatro no Cruzeiro, duas das equipes mais bem cotadas atualmente, por aplicar o estilo de convicção ofensiva de Diniz.
O Grêmio passa por momento ruim, mas foi o time que mais encheu os olhos entre 2017 e 18. Renato herdou o trabalho de Roger Machado e não o corrompeu. Foram muitas as partidas em que a equipe sufocou os adversários com trocas rápidas de passe e volúpia no ataque. Não foi à toa que nas três primeiras rodadas, uma espécie de triangular entre Grêmio, Santos e Fluminense tenha aparecido na galeria de jogos pulsantes – Grêmio 1 x 2 Santos, Santos 2 x 1 Fluminense, Grêmio 4 x 5 Fluminense.
Roger, aquele que legou a Renato algum maná, faz agora do Bahia um time organizado, que venceu o Corinthians e conteve o São Paulo em dois jogos seguidos no Morumbi. Empatou o primeiro, no Brasileiro, venceu o segundo na Copa do Brasil, e não tomou gol. Não com ferrolho, mas boa disciplina defensiva, o que tem sua beleza – era feio o Corinthians campeão no ano retrasado? Um técnico que construiu sua carreira com a premissa da posse de bola e agora monta o Bahia com mais consistência defensiva, pelas circunstâncias dadas. Isso não é pensar o jogo?
Carille ganhou status no cenário nacional ao conquistar títulos com bom desempenho defensivos. Reassumiu o Corinthians este ano expressando o desejo de ser mais versátil, construir a equipe em outros moldes, com mais variações. Está com dificuldades, mas tenta e torna isso claro. Não são ideias? Estamos mais iluministas no futebol brasileiro. Tiago Nunes, no Athletico, não desperdiçou os tijolos erguidos por Diniz e a equipe faz partidas frenéticas – vide os confrontos contra o Boca, na Libertadores. O jovem Barroca, no Botafogo, com recursos escassos e pouco tempo no cargo já pariu um modelo de jogo com apreço pela bola e o início da equipe é auspicioso. Há ainda o obstinado Rogério Ceni, que levou o Fortaleza aos título da Série B e Cearense e está na final da Copa do Nordeste e oitavas da Copa do Brasil com conceitos arejados, filtrando o que de melhor há por aí. Em um time, assim como o do Botafogo, com cofres minguados.
O Brasil não emula o Campeonato Inglês e dificilmente um dia o fará por razões financeiras e de recursos humanos. Mas há evolução e inquietação inegáveis no ambiente do futebol nacional.
Grêmio, Fluminense, Brasileirão
VEJA TAMBÉM
- Grêmio ganha do Estudiantes com um a menos e conquista primeira vitória na Libertadores
- Tricolor escalado para o jogo contra o Estudiantes
- Grêmio confiante para a Libertadores, e as lesões intermináveis
Por outro lado, o Santos dirigido por Sampaoli é dos times mais festejados por ter “amor por el balón”, na escola de pensamento do Argentino. Em boa parte dos jogos, marca forte a saída do adversário, fica com ela mais tempo e cria enorme quantidade de chances. Os atletas parecem quase sempre elétricos, distantes de qualquer pasmaceira, exibem rápida absorção dos princípios. O jogo inicia-se com Vanderlei, que precisou se reinventar na profissão ao ser acionado constantemente para atuar com os pés. E o goleiro admite que tem crescido com isso. As cabeças estão abertas. Treinador interino do Atlético Mineiro, Rodrigo Santana declarou após enfrentar o Santos que é um aprendizado ver a equipe santista. Um jovem técnico disposto a absorver ideias. Não é ótimo?
O Fluminense, sob a batuta de Fernando Diniz, repete os preceitos que o técnico aplicou no Audax, vice-campeão paulista, e no Athletico-PR. No time paranaense, o trabalho foi abortado, mas teve momentos interessantes, desafiou técnicos (lembrem-se do jogo inteligente que o Palmeiras, então com Roger Machado, se obrigou a fazer ano passado na Arena da Baixada) e rendeu declarações elogiosas de atletas da equipe. Provoca impulsos e reflexões. O experiente Paulo André, a exemplo de Vanderlei, enalteceu os aprendizados que teve. Isso tudo acontencendo aqui, no Brasil. O Tricolor carioca só fez cinco gols no Grêmio e quatro no Cruzeiro, duas das equipes mais bem cotadas atualmente, por aplicar o estilo de convicção ofensiva de Diniz.
O Grêmio passa por momento ruim, mas foi o time que mais encheu os olhos entre 2017 e 18. Renato herdou o trabalho de Roger Machado e não o corrompeu. Foram muitas as partidas em que a equipe sufocou os adversários com trocas rápidas de passe e volúpia no ataque. Não foi à toa que nas três primeiras rodadas, uma espécie de triangular entre Grêmio, Santos e Fluminense tenha aparecido na galeria de jogos pulsantes – Grêmio 1 x 2 Santos, Santos 2 x 1 Fluminense, Grêmio 4 x 5 Fluminense.
Roger, aquele que legou a Renato algum maná, faz agora do Bahia um time organizado, que venceu o Corinthians e conteve o São Paulo em dois jogos seguidos no Morumbi. Empatou o primeiro, no Brasileiro, venceu o segundo na Copa do Brasil, e não tomou gol. Não com ferrolho, mas boa disciplina defensiva, o que tem sua beleza – era feio o Corinthians campeão no ano retrasado? Um técnico que construiu sua carreira com a premissa da posse de bola e agora monta o Bahia com mais consistência defensiva, pelas circunstâncias dadas. Isso não é pensar o jogo?
Carille ganhou status no cenário nacional ao conquistar títulos com bom desempenho defensivos. Reassumiu o Corinthians este ano expressando o desejo de ser mais versátil, construir a equipe em outros moldes, com mais variações. Está com dificuldades, mas tenta e torna isso claro. Não são ideias? Estamos mais iluministas no futebol brasileiro. Tiago Nunes, no Athletico, não desperdiçou os tijolos erguidos por Diniz e a equipe faz partidas frenéticas – vide os confrontos contra o Boca, na Libertadores. O jovem Barroca, no Botafogo, com recursos escassos e pouco tempo no cargo já pariu um modelo de jogo com apreço pela bola e o início da equipe é auspicioso. Há ainda o obstinado Rogério Ceni, que levou o Fortaleza aos título da Série B e Cearense e está na final da Copa do Nordeste e oitavas da Copa do Brasil com conceitos arejados, filtrando o que de melhor há por aí. Em um time, assim como o do Botafogo, com cofres minguados.
O Brasil não emula o Campeonato Inglês e dificilmente um dia o fará por razões financeiras e de recursos humanos. Mas há evolução e inquietação inegáveis no ambiente do futebol nacional.
Grêmio, Fluminense, Brasileirão
VEJA TAMBÉM
- Grêmio ganha do Estudiantes com um a menos e conquista primeira vitória na Libertadores
- Tricolor escalado para o jogo contra o Estudiantes
- Grêmio confiante para a Libertadores, e as lesões intermináveis
Comentários
Enviar Comentário
Aplicativo Gremio Avalanche
Leia também
Reencontro de Renato e Thaciano em Bahia x Grêmio: troca de carinho e dicas.
Huachipato domina, porém empata frente ao The Strongest
Apresentação de Edenilson no Grêmio e Conversa com Ex-colegas do Inter.
Rafael Cabral explica escolha pelo Grêmio: "Desafio maior em busca de avalanche
Apresentação de Edenilson no Grêmio: Respostas sobre histórico no rival e profissionalismo.
Geromel sofre fratura no braço e precisará passar por cirurgia.
Libertadores: A Virada de Jogo no Olímpico e as Quatro Propostas na Mesa.
Ministério investiga discriminação racial contra torcedores do Grêmio
Grêmio divulga atualização sobre lesão de Pedro Geromel no zagueiro titular.
Expectativas da família gremista sobre o Inter: declarações de Kannemann e número de Edenilson.
Rafael Cabral revela motivação para jogar no Grêmio no futebol brasileiro.
Edenilson é apresentado no Grêmio e usa número inusitado na camisa
Jovens do Grêmio lideram vitória na Libertadores e planejam resenha com Renato
Tricolor apresenta oficialmente Edenilson e Rafael Cabral como reforços para temporada.
Grêmio anuncia Estratégia de Alto Impacto para Duelos contra Bahia e Operário.
Nova batalha histórica de La Plata do Grêmio repercute na imprensa
Equipe de Atletas Retorna aos Treinos com Foco no Brasileirão.
Geromel quebra recorde histórico pelo Grêmio na Libertadores
Renato explica a titularidade de Galdino no Grêmio e surpreende torcedores.
Grêmio enfrenta obstáculos para contratação de zagueiro devido a demanda intensa.
Governo argentino promete punir torcedores do Estudiantes por gestos racistas no Grêmio.
Lesão de Geromel preocupa após vitória do Grêmio pela Libertadores.
Pepê analisa retorno após lesão e comemora vitória do Grêmio na Libertadores.
Ingressos para jogo entre Operário-PR e Grêmio na Copa do Brasil: R$ 175.
Estudantes de La Plata denunciam ato de racismo contra o Grêmio
Grêmio conquista feito histórico contra equipe argentina na Libertadores
Retorno de Pepê impulsiona Grêmio rumo à vitória na competição.
Edenilson surpreende e alegra torcida do Grêmio com foto incrível.
Grêmio pode contar com a ausência de Geromel em breve no elenco.
Apresentação de Edenilson e Rafael Cabral pelo Grêmio: data a ser definida.
Conselho de Renato para jovens atletas do Grêmio se torna viral.
Craque Neto surpreende ao comemorar gol do Grêmio durante jogo do Corinthians.
Portaluppi comemora vitória do Grêmio na Libertadores com declarações inspiradoras.
Grêmio garante vaga na próxima fase da Libertadores ao vencer Estudiantes fora.
Investigação em Curso para Identificar Torcedores que Cometeram Racismo Contra o Grêmio
Grêmio mostra Ousadia e Instinto de Sobrevivência em Renascimento em La Plata
Manifestação e Investigação para Identificar Autores de Atos Racistas em Jogo contra o Grêmio
Racismo em destaque após triunfo do Grêmio na Libertadores: assista o vídeo!
Detalhes para o duelo do Novo Hamburgo: tudo que precisa saber.
Renato Gaúcho destaca Grêmio em vitória na Libertadores como "melhor jogo do ano
Brincadeira de Nathan Fernandes e Gustavo Nunes ganha destaque nacional no futebol.
Renato atinge feito histórico em vitória épica do Grêmio na Libertadores.
Superação: Grêmio dá troco e ressurge na Libertadores após Batalha de La Plata.
Pepê retorna de lesão e celebra triunfo na Libertadores com Grêmio copeiro
Galvão Bueno elogia desempenho do Grêmio na Libertadores e rende-se ao time.
A força copera do Grêmio na Conquista da Libertadores
Renato Gaúcho lidera Grêmio rumo à conquista da Libertadores
Meia do Grêmio quase marca golaço de voleio na Libertadores: veja o lance!
Grêmio triunfa sobre o Estudiantes em partida épica pela Libertadores.
Brasileiro do Bolívar prevê duelo intenso contra Flamengo e impacto da altitude.
Heróis da Libertadores: de Estrelato a Polêmicas - Uma Reflexão Futebolística