Um Gre-Nal de reservas na Arena, recheado de mistério, teve vitória do Grêmio graças a um gol do único titular. Leonardo Gomes decidiu um clássico marcado pela expulsão de Nonato ainda no primeiro tempo.
Às 16h, na concentração do Inter, a repórter Renata Medeiros anunciou: Inter não teria titulares. A equipe jogaria com 10 estreantes no clássico. Só Uendel já conhecia o Gre-Nal. A estrutura tática não seria alterada: um tripé no meio com Rodrigo Lindoso, Rithely e Nonato, Parede e Neilton dos lados e Pedro Lucas na frente. A versão oficial para a opção do clube, em comunicado da direção para a comissão técnica, era como uma retaliação ao TJD pelo aumento da suspensão de Nico López para quatro jogos.
Pois às 18h, o repórter Eduardo Gabardo recebeu a folha com a escalação do Grêmio e começou:
— Julio César (que ainda foi substituído antes do jogo), opa, não joga Paulo Victor. Leonardo Gomes, Paulo Miranda... Olha, o Grêmio vai com reservas!
Seguiu-se o time, com a dupla de volantes tendo Rômulo e Matheus Henrique, um trio à frente com Montoya, Jean Pyerre e Pepê, e André de centroavante. Minutos antes de entrar em campo, Julio César sentiu-se mal e o jovem Brenno, 19 anos, foi chamado para o clássico. Até Renato Portaluppi ficou ameaçado de ficar fora, por causa de uma virose.
No fim das contas, depois de um sábado e um domingo de polêmicas e ilações de que um estaria com medo do outro, Grêmio e Inter talvez tenham dado razão a tudo. Menos mal que a tentativa de ambos de esvaziar o clássico não encontrou eco nas arquibancadas. A Arena ficou praticamente lotada.
Isso tudo foi antes de Anderson Daronco iniciar o jogo. Porque, depois do apito, o Gre-Nal viraria aquilo que o Rio Grande do Sul está habituado a ver há quase 110 anos.
A primeira tentativa foi do Inter. Neilton começou a jogada, driblou dois adversários e perdeu, mas Guilherme Parede pegou a sobra e entregou para Uendel. Ele cruzou, Pedro Lucas cabeceou e Brenno defendeu com segurança. Quase não demorou para o Grêmio responder. Aos oito minutos, um escanteio cobrado para a área, ninguém afastou e Leonardo Gomes bateu forte, quase da marca do pênalti. Daniel saltou e espalmou.
Enganou-se, entretanto, quem imaginou que o lance animaria o Gre-Nal. Por 20 minutos, o jogo ficou de intermediária a intermediária, com vantagens das defesas sobre os ataques e acúmulo de faltas. Em uma delas, sobre Jean Pyerre, Nonato recebeu cartão amarelo após o final da jogada. Aos 28, o meia colorado fez outra falta, agora sobre Matheus Henrique. Seguiu-se um urro na Arena, pedindo a expulsão. Daronco não deu.
E não é que, no lance seguinte, Nonato cometeu outra falta sobre Matheus Henrique? Aí não teve jeito: cartão vermelho. O Inter precisaria resistir por mais de uma hora com um jogador a menos na Arena.
Com um a menos, o Inter foi obrigado a abrir mão das duas linhas no meio. Rithely, que começou como primeiro volante, avançou e se juntou a Lindoso, na faixa central, recuando Guilherme Parede e Neilton. A ordem era se defender.
Durou 10 minutos. Aos 42, o Grêmio encontrou o espaço que precisava. Pelo lado direito, tramaram Leonardo Gomes, Montoya e André. O lateral serviu ao centroavante e recebeu na área. Na saída de Daniel, tocou por baixo e correu para a festa que eclodiu na Arena: 1 a 0 e um jogador a mais. O único titular fez o gol.
O Inter voltou para o segundo tempo com Tréllez no lugar de Pedro Lucas. O Grêmio seguiu igual.
A superioridade numérica fez o time de Renato voltar pressionando. Aos três minutos, Jean Pyerre bateu falta por cima da barreira e Daniel defendeu. O Inter respondeu na mesma moeda. Uendel cobrou uma falta pela diagonal direita, Brenno pegou, largou e voltou a segurar.
Atrás no placar, o time de Odair se aventurou ao ataque mesmo com 10 em campo. A equipe se expôs mais e levou perigo quando Tréllez, lançado pela esquerda, invadiu a área e cruzou, Marcelo Oliveira se antecipou e cortou.
Aos 15 minutos, Anderson Daronco consultou o VAR para esclarecer um enrosco de Juninho Capixaba com Uendel na área colorada. Nada, tiro de meta.
Nessa pausa, Renato mandou a campo Everton, para o lugar de Montoya. E, no retorno, o Inter não empatou porque Leonardo foi novamente decisivo. Após um levantamento para a área, Emerson Santos deu um voleio meio desengonçado, a bola sobrou para Tréllez. Ele chegou antes do goleiro e passou para o meio, onde estava Roberto, mas o lateral gremista salvou em cima da linha.
Aos 22, novo susto colorado. Emerson Santos cobrou uma falta de longe, perto da trave de Brenno. No lance seguinte, Everton deu seu cartão de visitas ao se deslocar para a direita, tabelar com Pepê e, na hora de concluir, viu Roberto se antecipar e aliviar.
Para dar mais qualidade de passe no meio, Odair trocou Neilton por Camilo. A reação de Renato foi chamar Tardelli, no lugar de Jean Pyerre.
A última substituição colorada foi no ataque. Um Guilherme Parede exausto saiu, para Wellington Silva buscar pelo lado um último suspiro do Inter no clássico. A tricolor foi a promoção de Darlan, volante, na vaga do centroavante André.
Os treinadores sentiram que os minutos finais poderiam apresentar surpresas, dadas a coragem do Inter, que buscava o ataque, e a vantagem do Grêmio, que tinha um a mais em número de jogadores e no placar.
Apesar das tentativas de parte a parte, nada mais mudou. No Gre-Nal dos reservas, o Grêmio comemorou mais uma vitória. O Inter ainda não definiu sua situação no campeonato: precisará vencer o Novo Hamburgo para ficar em segundo ou terceiro e só possibilitar um novo clássico em uma eventual final.
Confira a classificação atualizada do Gauchão:
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Às 16h, na concentração do Inter, a repórter Renata Medeiros anunciou: Inter não teria titulares. A equipe jogaria com 10 estreantes no clássico. Só Uendel já conhecia o Gre-Nal. A estrutura tática não seria alterada: um tripé no meio com Rodrigo Lindoso, Rithely e Nonato, Parede e Neilton dos lados e Pedro Lucas na frente. A versão oficial para a opção do clube, em comunicado da direção para a comissão técnica, era como uma retaliação ao TJD pelo aumento da suspensão de Nico López para quatro jogos.
Pois às 18h, o repórter Eduardo Gabardo recebeu a folha com a escalação do Grêmio e começou:
— Julio César (que ainda foi substituído antes do jogo), opa, não joga Paulo Victor. Leonardo Gomes, Paulo Miranda... Olha, o Grêmio vai com reservas!
Seguiu-se o time, com a dupla de volantes tendo Rômulo e Matheus Henrique, um trio à frente com Montoya, Jean Pyerre e Pepê, e André de centroavante. Minutos antes de entrar em campo, Julio César sentiu-se mal e o jovem Brenno, 19 anos, foi chamado para o clássico. Até Renato Portaluppi ficou ameaçado de ficar fora, por causa de uma virose.
No fim das contas, depois de um sábado e um domingo de polêmicas e ilações de que um estaria com medo do outro, Grêmio e Inter talvez tenham dado razão a tudo. Menos mal que a tentativa de ambos de esvaziar o clássico não encontrou eco nas arquibancadas. A Arena ficou praticamente lotada.
Isso tudo foi antes de Anderson Daronco iniciar o jogo. Porque, depois do apito, o Gre-Nal viraria aquilo que o Rio Grande do Sul está habituado a ver há quase 110 anos.
A primeira tentativa foi do Inter. Neilton começou a jogada, driblou dois adversários e perdeu, mas Guilherme Parede pegou a sobra e entregou para Uendel. Ele cruzou, Pedro Lucas cabeceou e Brenno defendeu com segurança. Quase não demorou para o Grêmio responder. Aos oito minutos, um escanteio cobrado para a área, ninguém afastou e Leonardo Gomes bateu forte, quase da marca do pênalti. Daniel saltou e espalmou.
Enganou-se, entretanto, quem imaginou que o lance animaria o Gre-Nal. Por 20 minutos, o jogo ficou de intermediária a intermediária, com vantagens das defesas sobre os ataques e acúmulo de faltas. Em uma delas, sobre Jean Pyerre, Nonato recebeu cartão amarelo após o final da jogada. Aos 28, o meia colorado fez outra falta, agora sobre Matheus Henrique. Seguiu-se um urro na Arena, pedindo a expulsão. Daronco não deu.
E não é que, no lance seguinte, Nonato cometeu outra falta sobre Matheus Henrique? Aí não teve jeito: cartão vermelho. O Inter precisaria resistir por mais de uma hora com um jogador a menos na Arena.
Com um a menos, o Inter foi obrigado a abrir mão das duas linhas no meio. Rithely, que começou como primeiro volante, avançou e se juntou a Lindoso, na faixa central, recuando Guilherme Parede e Neilton. A ordem era se defender.
Durou 10 minutos. Aos 42, o Grêmio encontrou o espaço que precisava. Pelo lado direito, tramaram Leonardo Gomes, Montoya e André. O lateral serviu ao centroavante e recebeu na área. Na saída de Daniel, tocou por baixo e correu para a festa que eclodiu na Arena: 1 a 0 e um jogador a mais. O único titular fez o gol.
O Inter voltou para o segundo tempo com Tréllez no lugar de Pedro Lucas. O Grêmio seguiu igual.
A superioridade numérica fez o time de Renato voltar pressionando. Aos três minutos, Jean Pyerre bateu falta por cima da barreira e Daniel defendeu. O Inter respondeu na mesma moeda. Uendel cobrou uma falta pela diagonal direita, Brenno pegou, largou e voltou a segurar.
Atrás no placar, o time de Odair se aventurou ao ataque mesmo com 10 em campo. A equipe se expôs mais e levou perigo quando Tréllez, lançado pela esquerda, invadiu a área e cruzou, Marcelo Oliveira se antecipou e cortou.
Aos 15 minutos, Anderson Daronco consultou o VAR para esclarecer um enrosco de Juninho Capixaba com Uendel na área colorada. Nada, tiro de meta.
Nessa pausa, Renato mandou a campo Everton, para o lugar de Montoya. E, no retorno, o Inter não empatou porque Leonardo foi novamente decisivo. Após um levantamento para a área, Emerson Santos deu um voleio meio desengonçado, a bola sobrou para Tréllez. Ele chegou antes do goleiro e passou para o meio, onde estava Roberto, mas o lateral gremista salvou em cima da linha.
Aos 22, novo susto colorado. Emerson Santos cobrou uma falta de longe, perto da trave de Brenno. No lance seguinte, Everton deu seu cartão de visitas ao se deslocar para a direita, tabelar com Pepê e, na hora de concluir, viu Roberto se antecipar e aliviar.
Para dar mais qualidade de passe no meio, Odair trocou Neilton por Camilo. A reação de Renato foi chamar Tardelli, no lugar de Jean Pyerre.
A última substituição colorada foi no ataque. Um Guilherme Parede exausto saiu, para Wellington Silva buscar pelo lado um último suspiro do Inter no clássico. A tricolor foi a promoção de Darlan, volante, na vaga do centroavante André.
Os treinadores sentiram que os minutos finais poderiam apresentar surpresas, dadas a coragem do Inter, que buscava o ataque, e a vantagem do Grêmio, que tinha um a mais em número de jogadores e no placar.
Apesar das tentativas de parte a parte, nada mais mudou. No Gre-Nal dos reservas, o Grêmio comemorou mais uma vitória. O Inter ainda não definiu sua situação no campeonato: precisará vencer o Novo Hamburgo para ficar em segundo ou terceiro e só possibilitar um novo clássico em uma eventual final.
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