Renato diz que Cícero é desejo antigo e revela papo com reforço: "Ficou feliz"

Cícero cumpria sua rotina de treinamentos separado do elenco do São Paulo até uma chamada em seu celular, na última terça-feira, dar novo rumo a sua carreira. Do outro lado da linha, Renato Portaluppi, seu velho conhecido dos tempos de Fluminense, queria ouvir do próprio atleta se tinha o desejo de defender o Grêmio na briga pelo título da Libertadores. Foi o bastante para o meia rescindir seu contrato com o clube paulista e já desembarcar em Porto Alegre na manhã desta sexta-feira para assinar com o tricolor gaúcho até o final do ano, com possibilidade de renovação para 2018.

Na entrevista coletiva após o treino da manhã, o treinador revelou que seu desejo de contar com o meia de 33 anos é antigo, ainda do começo da temporada, quando Rogério Ceni pediu sua contratação no São Paulo. Entre elogios, o comandante ainda lembrou o contato com Cícero nos tempos de Fluminense, entre 2007 e 2008, quando conquistaram o título da Copa do Brasil e chegaram à final da Libertadores, respectivamente.

– Na verdade, eu dei a ideia há muito tempo lá atrás. Quando tinha outros nomes na minha cabeça, de repente para a gente escolher um ou até mesmo dois para que pudessem vir nos ajudar. Cícero se encaixou bem porque ele é uma grande pessoa. É bom jogador. Eu tive o prazer de trabalhar com ele durante um bom tempo no Fluminense. Inclusive estava na Libertadores de 2008. Vai nos ajudar em todos os sentidos. Meu pensamento já era de trazer o Cícero. Na última terça-feira, estava no Rio, liguei para ele, tive uma conversa. Queria sentir dele. Ficou feliz. Se prontificou a vir o mais rápido possível a Porto Alegre – relatou

Cícero desembarcou na capital gaúcha no começo da manhã e logo rumou ao CT Luiz Carvalho para realizar exames médicos e assinar contrato. Com o prazo de inscrições para o Brasileirão já encerrado e com o limite de jogos permitidos estourado, o jogador só poderá atuar nos duelos decisivos pela Libertadores. Mas já irá concentrar com o grupo do Grêmio às vésperas da partida contra o Fluminense, para se ambientar com os novos companheiros e agilizar sua adaptação.

– Vai ficar no hotel, vai fazer as refeições. Enfim, se identificar com o grupo. Falei com ele por questão ética. Mas eu já conhecia o jogador. Sabia que ia ficar feliz como ficou. Agora, é procurar recuperar em todos os sentidos para ele nos ajudar – ressaltou Renato.

Renato elogia Cristian e revela papo com Cristian (Foto: Eduardo Deconto)

O técnico ainda tratou de valorizar a chegada do atleta por sua polivalência. Cícero pode atuar em quase todas as posições do meio-campo e ainda exercer a função de falso 9. De acordo com o treinador, ter um jogaodor multifuncional é vital para a disputa da Libertadores, em que apenas sete reservas podem permanecer como opção no banco.

– É um jogador que tem a grande vantagem de jogar em várias posições. É fundamental porque você só pode ter sete jogadores (no banco). No momento em que você tem um jogador que joga em mais de uma posição, vai nos ajudar bastante. Comigo, trabalhou e jogou em várias posições e foi muito bem. Desde já, falei que estava sendo contratado para ser mais um jogador de grupo. Ninguém garante que será titular. Não tem cláusula. É um jogador que vem para compor o grupo do Grêmio. Sei bem que pode render bem – garantiu o comandante.

Cícero chegou ao São Paulo no começo do ano, a pedido do ex-técnico Rogério Ceni, e virou titular imediato da equipe. De acordo com o clube paulista, uma série de problemas na rotina de trabalhos levou a diretoria a afastar o jogador do elenco, já sob o comando de Dorival Júnior, em agosto. De lá para cá, o meia treina até em horários alternativos, diferentes do grupo. Não atua desde a derrota do São Paulo para o Atlético-PR por 1 a 0, no dia 21 de junho. Ao todo, soma 32 partidas, com quatro gols anotados em sua segunda pasagem pelo clube.

Revelado pelo Tombense, o meia defendeu ainda Hertha Berlin e Wolfsburg, da Alemanha, além de Santos e Fluminense. No Brasil, foi campeão da Sul-Americana de 2012 pelo São Paulo e da Copa do Brasil de 2007 pelo Flu, sob o comando de Renato Portaluppi. No ano seguinte, a equipe carioca foi vice da Libertadores.


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