Ah, o Olímpico! Da imortalidade ao silêncio mortal

?De setembro de 1954 a fevereiro de 2013, o Olímpico foi a casa do Grêmio. Para muitos, ele seguirá sendo eternamente um ponto de encontro, um ponto de recordação, um ponto de memória. Para muitos, jamais a Arena substituirá o Monumental da Azenha, onde os tricolores se acostumaram a ser Imortais.



Porém, está difícil conviver com uma realidade em Porto Alegre: a realidade de quem passa, diariamente, ao lado da antiga casa azul. Tudo está abandonado, a grama está alta, as paredes estão pichadas. O Olímpico, de tantas glórias, ficou entregue à sucata enquanto o imbróglio envolvendo a gestão do novo estádio não se desfaz. Ali, onde a cada final de semana a torcida tomava conta de cada pedaço do concreto, somente o silêncio e as cores pálidas se fazem presentes.

Ao olhar para cima, o que se vê são somente as torres de iluminação já há muito sem os refletores. Restos de objetos, paredes quebradas, os portões que antes eram entradas sagradas...tudo está, literalmente, sem a alma que antes habitava todos os milímetros do histórico terreno.

Ao se olhar para dentro, se percebe um Olímpico calado. O local da última avalanche, o campo de batalhas épicas, os bancos que abrigaram milhares de gremistas envoltos numa paixão estão tristes. Como triste é cada caminhada ao redor Olímpico. O Olímpico de todos os gremistas. O Monumental que é um monumento da cidade. O estádio que é patrimônio da capital dos gaúchos. Ele está ali, esperando para ir abaixo. E, a cada passagem pela Azenha, é preciso se acostumar com uma visão que faz chorar.


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