Há um responsável direto pela fase vivida por Fernandinho no Grêmio, além, claro, dele próprio. E o atacante não esconde de ninguém. Renato Gaúcho foi quem melhor entendeu e soube utilizar o camisa 21 desde 2014, seu período no Tricolor, e quem o fez enfim deslanchar no clube. A ponto de, mesmo antes de assumir a titularidade na posição, tendência após a saída de Pedro Rocha, ser o artilheiro gremista no Brasileirão, com oito gols, um recorde em sua carreira.
Na competição nacional, é seu maior número - até o momento, claro. Tem também mais dois gols marcados no gauchão, totalizando 10 em 2017. A partir do jogo com o Sport, no último sábado, quando balançou as redes duas vezes e teve ótima atuação, Fernandinho assumiu a vaga aberta pela venda de Pedro Rocha ao Spartak Moscou. Deve herdar o espaço justamente onde se deu melhor durante a carreira, pelo lado esquerdo.
- Desenvolvi aqui no Grêmio e com o Renato (jogar pela direita).
Tem que dar essa moral para ele e aguentar. (Risos) Passava uma confiança muito boa para mim. Desde o começo do ano, o Renato passa essa confiança e me deixou bem mais à vontade em campo. Com certeza foi o cara que mais me entendeu. Ele fala, ele fala. Ele tem um QI elevado, temos que se admitir isso (risos) - explicou Fernandinho em entrevista exclusiva ao GloboEsporte.com e RBS TV nesta segunda-feira.
Fato é que a hora chegou para Fernandinho enfim virar titular do Grêmio e corresponder o investimento realizado há três temporadas. Aos 31 anos, sorri para um dos melhores momentos na carreira – se não o melhor.
> Confira abaixo como foi o bate-papo:
GloboEsporte.com – Como você está vendo esse seu momento, Fernandinho? Renato tem podido contar contigo, sempre como uma opção que resolve os problemas.
Fernandinho – Primeiro agradecer a Deus pelas oportunidades. Pela confiança que o Renato está me passando, é fundamental para todo grupo. Passa muita confiança e tranquilidade, deixa os jogadores à vontade. Faz diferença no nosso grupo, nos deixa mais leve para que a gente possa executar com perfeição o nosso trabalho.
O Renato tem o mantra do "jogador tem que estar sempre pronto". Como, mesmo no banco, consegue manter essa preparação para ser efetivo?
Tenho que estar sempre pronto, treinamos para isso. Participamos de um grupo que tem como característica o desejo e a vontade de vencer. Um grupo muito bom, muito bacana. Abraça todos os jogadores que estão chegando. O grupo também acolhe bem aqueles que de repente não vivem um bom momento. O fato de estar sempre concentrado, sempre com um objetivo, é fundamental. Isso eu me cobro. Tenho que estar sempre pronto.
Não sei quando o Renato vai precisar, que o grupo vai precisar de mim. Quando entramos em campo concentrados, com foco, tendo como principal objetivo dar o melhor, nos aproximamos muito da eficiência, do bom trabalho realizado com perfeição. O que vai acontecer em campo só Deus sabe, mas nosso objetivo é estar sempre preparado para que na hora que precise, a gente dê conta do recado.
Com a saída do Pedro Rocha, acha que vai ter a vaga? Porque mesmo que não estivesse o Luan e o Barrios, você ocupou a vaga na goleada. É o teu momento?
Não sei se é, mas espero que seja meu momento. Vou trabalhar para isso, sempre trabalhei. As coisas às vezes não acontecem da forma que desejamos, mas não podemos parar de trabalhar.
Temos que continuar com mesmo foco e objetivo, trabalhando firme com honestidade e aproveitar as oportunidades dadas pelo Renato. Se vai ser eu ou não, o mais importante é que tanto eu quanto Everton, outros jogadores, Arroyo voltando, entre outros que podem receber, têm que dar o seu melhor. O que o Renato sempre exige é estar concentrado, estar ligado, e ter desejo, vontade de vencer e poder ajudar. Tecnicamente você pode não estar em um dia bom, porém, vontade não pode faltar.
O que te diferencia do Everton e Arroyo nesta briga?
Arroyo volta de lesão. O Everton tem jogado mais de centroavante. O Renato me utiliza mais pelos lados. Ultimamente venho jogando mais do lado direito, e agora com a saída do Pedro Rocha, me usou pelo lado esquerdo. E o Everton substituiu o Barrios. Independentemente de quem esteja em campo, objetivo é ajudar da melhor forma. Óbvio que eu, Everton, Arroyo, queremos ser titulares. Porém, depende do nosso trabalho. E daquilo que vamos produzir.
"Não sei se é, mas espero que seja meu momento. Vou trabalhar para isso, sempre trabalhei. As coisas às vezes não acontecem da forma que desejamos, mas não podemos parar de trabalhar".
Já que você citou o lado, qual a principal diferença de atuar pela direita e pela esquerda?
Sempre joguei pelo lado esquerdo na minha carreira. Esse ano, na pré-temporada, comecei pelo direito. Mais um motivo para agradecer o Renato. Ganhei mais uma função. Antes não me sentia tão bem e à vontade pelo lado direito. Hoje, me sinto. Às vezes dependendo da necessidade, o Renato precisa pelo lado direito, e aí vou estar pronto e vou ser uma das opções, mesmo que possa utilizar outros. Mas vou ser uma das opções caso ele precise.
Muda, do lado direito tenho mais o chute. Apesar que os adversários têm bloqueado bastante. Além do chute, tem a tabela, vindo para dentro. Aconteceu no gol do Dionathã. Consegui cortar e tive a possibilidade de chutar e do passe. Consegui dar o passe, ele tirou do zagueiro e fez o gol. Me sinto bem dos dois lados. Depois desse ano, dos dois lados.
É uma característica que desenvolveu aqui no Grêmio?
Desenvolvi aqui no Grêmio e com o Renato. Tem que dar essa moral para ele e aguentar.
Aproveitando, o Renato é quem melhor te entendeu aqui no Grêmio?
Aqui no Grêmio, foi. Me surpreendeu desde a primeira vez. Eu ainda estava no Flamengo e ele queria contar comigo. Fiquei muito feliz. Quando retornei ao Grêmio, voltei mais tranquilo. Imaginei que ia ter mais oportunidades e que estava trabalhando com um treinador que conhecia minhas características, apesar de não ter trabalhado comigo. Desde o começo do ano, o Renato passa essa confiança e me deixou bem mais à vontade em campo. Com certeza foi o cara que mais me entendeu. Não que os demais não entenderam, Felipão, Roger, não, não. Tive menos oportunidades? Tive. Porém não aproveitei as que tive. Com Renato, tenho tido mais. Mas não aproveitei as que tive antes.
Você falou em dar moral para o Renato. Ele joga isso muito na cara?
Ele (Renato) fala, ele fala. Ele tem um QI elevado, temos que se admitir isso daí.
Ele criou o Robben do Grêmio, então.
(risos). Robben é difícil, cara. Jogador diferenciadíssimo. Fico feliz em ser comparado com ele, mesmo sabendo que o Robben é acima da média. Está menos distante (risos).
Artilheiro do Grêmio no Brasileirão, mesmo com Luan e Barrios, tem o Everton. Uma marca que ainda não tinha alcançado na carreira?
Fico muito feliz. O Luan e o Barrios jogaram bem menos o Brasileirão. Estão gastando os gols na Libertadores, gastaram na Copa do Brasil. Agora vão retornar, vamos jogar mais, têm mais chance de marcar mais. É importante para mim e para minha carreira, não tinha feito oito gols ainda aqui no Grêmio. O que me deixa mais tranquilo e satisfeito é ajudar a equipe do Grêmio. E ser ajudado, são oito gols que fiz com a ajuda dos meus companheiros, com a confiança do Renato e comissão, da diretoria, do torcedor que tem me tratado de forma carinhosa.
Presidente, acho, disse esse ano que achava o Fernandinho mais solidário, já que você era um jogador marcado pelas jogadas individuais. Esse ano mais na tabela, flutua pelo meio… Dá para dizer que o Fernandinho está mais solidário?
Mais para tabela… Eu vejo que é mais característica do time. Qualquer jogador que chega no nosso elenco, hoje, tem que se
adaptar ao nosso estilo de jogo. Cabe a nós entender o grupo que estamos, a forma de trabalho do Renato e procurar se encaixar da melhor forma possível. Aconteceu comigo. Me sinto bem mais à vontade, confesso, e não posso esquecer que a confiança que ele tem dado faz a diferença. Quando chega e tem isso, facilita.
Você falou da confiança, dá para te ver bem confiante. No gol, a jogadinha de cabeça com o Ramiro (veja acima), não era um lance fácil, mas foi lá e finalizou e fez o gol.
Recebi um belo passe do Ramiro, um lançamento do Arthur, ela viajou um pouco, mas mesmo assim o conseguiu direcionar e dar o passe para mim. Como veio sem peso, automaticamente ia sem peso para o goleiro. Mas pegou na grama, ganhou velocidade. E antes de chegar no Ramiro teve toda a jogada, chegamos no ataque, trabalhar a bola, sair de um lado. Roubamos a bola na ponta direita, recebi o passe do Arthur, deixei passar para o Cortez do outro lado, e o Sport fechou bem. Tivemos que rodar, voltamos, com paciência e tranquilidade. Entramos do outro lado, fizemos a jogada. Foi bacana este trabalho, jogando da forma que o Renato pede.
E o outro gol veio de pênalti, que é algo complicado no ano. Mas que para você não parece ser. Pode também ser o batedor oficial?
Fico feliz também pela confiança, mais um ponto positivo. Da confiança que o Renato me passa. A forma que eu bato é bem treinada, sempre treinei assim. Mesmo tendo outros batedores na frente, continuava treinando. Quando a oportunidade aparecesse, ia bater. E estaria mais confiante e tranquilo. E nos aproximamos de fazer o gol assim.
Fernandinho pelo Grêmio em 2017
41 jogos
10 gols (8 pelo Brasileirão)
4 assistências
Depois de duas eliminações nos pênaltis, a torcida fica receosa. Precisa ser uma preocupação da torcida?
Não podemos esquecer que os goleiros tem trabalhando bastante, observado os batedores. No Brasil temos grandes pegadorse de pênaltis. Magrão era um dos considerados. Na hora ali, você pensa que precisa bater do jeito que treinou. Dificilmente o goleiro vai pegar, aí consegue fazer o gol. Entendo um pouco da aflição do torcedor, porém, mando recado para ficarem tranquilos. Erramos alguns pênaltis, mas o objetivo é sempre bater de uma forma tranquila e segura. Estamos trabalhando e vamos continuar para que os erros sejam diminuídos.
Qual sua análise desse confronto contra o Botafogo, rival brasileiro?
Sabemos que vai ser um jogo duro, difícil. O Botafogo é uma equipe muito sólida. Que tem um treinador que trabalha, que entende. Vejo Botafogo uma equipe que trabalha de forma junta, há uma amizade bem legal entre eles para fazer o trabalho que estão fazendo. Time que deu liga e está bem encaixado, joga bem fechado, obedientes taticamente.
Pedro Rocha foi vendido e foi protagonista de título. Você já se imagina sendo em um título da Libertadores?
Ô (risos). Creio que independente de quem seja o nome, faça os gols, nas quartas, semi, em final, o objetivo maior é que o grupo consiga trabalhar da forma que vem trabalhando. Com essa mesma concentração. Algo que vai ser fundamental nestes jogos da Libertadores e Brasileirão, que daqui a pouco chega na reta final, é a concentração. É uma coisa que o Renato cobra bastante, não admite ninguém desconcentrado em campo. Até porque é inadmissível. Quando aconteceu falta de atenção, aí que aparecem os perigos.
No sábado, houve a goleada sobre o Sport, com dois gols. Curiosamente, é o segundo 5 a 0 que participa, teve o Gre-Nal e esse. Um homem 5 a 0!
Me considero abençoado. Deus tem me permitido participar desses jogos, fico muito feliz, e agradecido a Deus pelo que tem feito na minha vida. E aos companheiros pela confiança. Vou trabalhar da melhor forma. O 5 a 0 aconteceu pela forma que criamos e conseguimos executar na forma correta. Nosso time cria bastante, mas às vezes o gol não sai, tem goleiro e defensor do outro lado. Mas nos deixa feliz a quantidade de vezes que chegamos no gol adversário.
O que está achando da diferença para o Corinthians? O Grêmio consegue chegar?
Se vamos conseguir se aproximar ou ultrapassar, não sei. Mas vamos procurar e temos como objetivo fazer nossa parte. O que sempre conversamos é esquecer o Corinthians. Não adianta tropeçar e a gente não fazer a nossa parte. Se fizermos e eles tropeçarem, podemos encostar. Cabe a nós fazer dever de casa, buscar pontos e ver o que vai acontecer com o Corinthians.
O Brasileiro é muito difícil, tudo pode acontecer. Corinthians teve duas derrotas para times que brigam na parte de baixo. Imaginam que são fáceis de vencer, mas é complicado. Dão a vida, jogam contra os times grandes da parte de cima e fazem o jogo da vida deles. Iremos enfrentar equipes como estas. Mas não podemos perder ponto para quem briga na parte de baixo, mesmo sabendo das dificuldades.
Vocês são um grupo bem unido. O que mais fazem juntos no período de concentração para descontrair?
Tem videogame, tem bastante gente que brinca. Carta, inventaram um pontinho aí, Ramiro e a galera, bem legal, de boa. Somos um grupo que está sempre muito próximo, todo grupo tem o jogador que fica mais distante, que não se entrosa. Não tem no nosso. Facilita o nosso trabalho.
Falando desta questão de não se entrosar, o que ocorreu com o Bolaños?
Então, pode passar essa impressão para vocês. Mas todo mundo gosta dele no grupo, muito. Era um cara muito gente boa, tem talento indiscutível. O que aconteceu com ele também não sei, não faço ideia. Algo deve ter aconteceido. O grupo gosta muito dele, quero que se dê muito bem na nova equipe. É um cara muito do bem. Família abençoado. Não deixou mágoas, nunca brigou, discutiu. Eu não consigo entender.
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- Tricolor escalado para o jogo contra o Estudiantes
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- Desenvolvi aqui no Grêmio e com o Renato (jogar pela direita).
Tem que dar essa moral para ele e aguentar. (Risos) Passava uma confiança muito boa para mim. Desde o começo do ano, o Renato passa essa confiança e me deixou bem mais à vontade em campo. Com certeza foi o cara que mais me entendeu. Ele fala, ele fala. Ele tem um QI elevado, temos que se admitir isso (risos) - explicou Fernandinho em entrevista exclusiva ao GloboEsporte.com e RBS TV nesta segunda-feira.
Fato é que a hora chegou para Fernandinho enfim virar titular do Grêmio e corresponder o investimento realizado há três temporadas. Aos 31 anos, sorri para um dos melhores momentos na carreira – se não o melhor.
> Confira abaixo como foi o bate-papo:
GloboEsporte.com – Como você está vendo esse seu momento, Fernandinho? Renato tem podido contar contigo, sempre como uma opção que resolve os problemas.
Fernandinho – Primeiro agradecer a Deus pelas oportunidades. Pela confiança que o Renato está me passando, é fundamental para todo grupo. Passa muita confiança e tranquilidade, deixa os jogadores à vontade. Faz diferença no nosso grupo, nos deixa mais leve para que a gente possa executar com perfeição o nosso trabalho.
O Renato tem o mantra do "jogador tem que estar sempre pronto". Como, mesmo no banco, consegue manter essa preparação para ser efetivo?
Tenho que estar sempre pronto, treinamos para isso. Participamos de um grupo que tem como característica o desejo e a vontade de vencer. Um grupo muito bom, muito bacana. Abraça todos os jogadores que estão chegando. O grupo também acolhe bem aqueles que de repente não vivem um bom momento. O fato de estar sempre concentrado, sempre com um objetivo, é fundamental. Isso eu me cobro. Tenho que estar sempre pronto.
Não sei quando o Renato vai precisar, que o grupo vai precisar de mim. Quando entramos em campo concentrados, com foco, tendo como principal objetivo dar o melhor, nos aproximamos muito da eficiência, do bom trabalho realizado com perfeição. O que vai acontecer em campo só Deus sabe, mas nosso objetivo é estar sempre preparado para que na hora que precise, a gente dê conta do recado.
Com a saída do Pedro Rocha, acha que vai ter a vaga? Porque mesmo que não estivesse o Luan e o Barrios, você ocupou a vaga na goleada. É o teu momento?
Não sei se é, mas espero que seja meu momento. Vou trabalhar para isso, sempre trabalhei. As coisas às vezes não acontecem da forma que desejamos, mas não podemos parar de trabalhar.
Temos que continuar com mesmo foco e objetivo, trabalhando firme com honestidade e aproveitar as oportunidades dadas pelo Renato. Se vai ser eu ou não, o mais importante é que tanto eu quanto Everton, outros jogadores, Arroyo voltando, entre outros que podem receber, têm que dar o seu melhor. O que o Renato sempre exige é estar concentrado, estar ligado, e ter desejo, vontade de vencer e poder ajudar. Tecnicamente você pode não estar em um dia bom, porém, vontade não pode faltar.
O que te diferencia do Everton e Arroyo nesta briga?
Arroyo volta de lesão. O Everton tem jogado mais de centroavante. O Renato me utiliza mais pelos lados. Ultimamente venho jogando mais do lado direito, e agora com a saída do Pedro Rocha, me usou pelo lado esquerdo. E o Everton substituiu o Barrios. Independentemente de quem esteja em campo, objetivo é ajudar da melhor forma. Óbvio que eu, Everton, Arroyo, queremos ser titulares. Porém, depende do nosso trabalho. E daquilo que vamos produzir.
"Não sei se é, mas espero que seja meu momento. Vou trabalhar para isso, sempre trabalhei. As coisas às vezes não acontecem da forma que desejamos, mas não podemos parar de trabalhar".
Já que você citou o lado, qual a principal diferença de atuar pela direita e pela esquerda?
Sempre joguei pelo lado esquerdo na minha carreira. Esse ano, na pré-temporada, comecei pelo direito. Mais um motivo para agradecer o Renato. Ganhei mais uma função. Antes não me sentia tão bem e à vontade pelo lado direito. Hoje, me sinto. Às vezes dependendo da necessidade, o Renato precisa pelo lado direito, e aí vou estar pronto e vou ser uma das opções, mesmo que possa utilizar outros. Mas vou ser uma das opções caso ele precise.
Muda, do lado direito tenho mais o chute. Apesar que os adversários têm bloqueado bastante. Além do chute, tem a tabela, vindo para dentro. Aconteceu no gol do Dionathã. Consegui cortar e tive a possibilidade de chutar e do passe. Consegui dar o passe, ele tirou do zagueiro e fez o gol. Me sinto bem dos dois lados. Depois desse ano, dos dois lados.
É uma característica que desenvolveu aqui no Grêmio?
Desenvolvi aqui no Grêmio e com o Renato. Tem que dar essa moral para ele e aguentar.
Aproveitando, o Renato é quem melhor te entendeu aqui no Grêmio?
Aqui no Grêmio, foi. Me surpreendeu desde a primeira vez. Eu ainda estava no Flamengo e ele queria contar comigo. Fiquei muito feliz. Quando retornei ao Grêmio, voltei mais tranquilo. Imaginei que ia ter mais oportunidades e que estava trabalhando com um treinador que conhecia minhas características, apesar de não ter trabalhado comigo. Desde o começo do ano, o Renato passa essa confiança e me deixou bem mais à vontade em campo. Com certeza foi o cara que mais me entendeu. Não que os demais não entenderam, Felipão, Roger, não, não. Tive menos oportunidades? Tive. Porém não aproveitei as que tive. Com Renato, tenho tido mais. Mas não aproveitei as que tive antes.
Você falou em dar moral para o Renato. Ele joga isso muito na cara?
Ele (Renato) fala, ele fala. Ele tem um QI elevado, temos que se admitir isso daí.
Ele criou o Robben do Grêmio, então.
(risos). Robben é difícil, cara. Jogador diferenciadíssimo. Fico feliz em ser comparado com ele, mesmo sabendo que o Robben é acima da média. Está menos distante (risos).
Esse Robben, que tá jogando pela Holanda contra a Bulgária, lembra muito o craque do @Gremio , Fernandinho!
— Rodrigo Poyer (@PoyerRodrigo) 3 de setembro de 2017
Fernandinho infernal!!!! Robben tricolor hahaha
— Oscar ???? (@oscargauterio) 2 de setembro de 2017
Artilheiro do Grêmio no Brasileirão, mesmo com Luan e Barrios, tem o Everton. Uma marca que ainda não tinha alcançado na carreira?
Fico muito feliz. O Luan e o Barrios jogaram bem menos o Brasileirão. Estão gastando os gols na Libertadores, gastaram na Copa do Brasil. Agora vão retornar, vamos jogar mais, têm mais chance de marcar mais. É importante para mim e para minha carreira, não tinha feito oito gols ainda aqui no Grêmio. O que me deixa mais tranquilo e satisfeito é ajudar a equipe do Grêmio. E ser ajudado, são oito gols que fiz com a ajuda dos meus companheiros, com a confiança do Renato e comissão, da diretoria, do torcedor que tem me tratado de forma carinhosa.
Presidente, acho, disse esse ano que achava o Fernandinho mais solidário, já que você era um jogador marcado pelas jogadas individuais. Esse ano mais na tabela, flutua pelo meio… Dá para dizer que o Fernandinho está mais solidário?
Mais para tabela… Eu vejo que é mais característica do time. Qualquer jogador que chega no nosso elenco, hoje, tem que se
adaptar ao nosso estilo de jogo. Cabe a nós entender o grupo que estamos, a forma de trabalho do Renato e procurar se encaixar da melhor forma possível. Aconteceu comigo. Me sinto bem mais à vontade, confesso, e não posso esquecer que a confiança que ele tem dado faz a diferença. Quando chega e tem isso, facilita.
Você falou da confiança, dá para te ver bem confiante. No gol, a jogadinha de cabeça com o Ramiro (veja acima), não era um lance fácil, mas foi lá e finalizou e fez o gol.
Recebi um belo passe do Ramiro, um lançamento do Arthur, ela viajou um pouco, mas mesmo assim o conseguiu direcionar e dar o passe para mim. Como veio sem peso, automaticamente ia sem peso para o goleiro. Mas pegou na grama, ganhou velocidade. E antes de chegar no Ramiro teve toda a jogada, chegamos no ataque, trabalhar a bola, sair de um lado. Roubamos a bola na ponta direita, recebi o passe do Arthur, deixei passar para o Cortez do outro lado, e o Sport fechou bem. Tivemos que rodar, voltamos, com paciência e tranquilidade. Entramos do outro lado, fizemos a jogada. Foi bacana este trabalho, jogando da forma que o Renato pede.
E o outro gol veio de pênalti, que é algo complicado no ano. Mas que para você não parece ser. Pode também ser o batedor oficial?
Fico feliz também pela confiança, mais um ponto positivo. Da confiança que o Renato me passa. A forma que eu bato é bem treinada, sempre treinei assim. Mesmo tendo outros batedores na frente, continuava treinando. Quando a oportunidade aparecesse, ia bater. E estaria mais confiante e tranquilo. E nos aproximamos de fazer o gol assim.
Fernandinho pelo Grêmio em 2017
41 jogos
10 gols (8 pelo Brasileirão)
4 assistências
Depois de duas eliminações nos pênaltis, a torcida fica receosa. Precisa ser uma preocupação da torcida?
Não podemos esquecer que os goleiros tem trabalhando bastante, observado os batedores. No Brasil temos grandes pegadorse de pênaltis. Magrão era um dos considerados. Na hora ali, você pensa que precisa bater do jeito que treinou. Dificilmente o goleiro vai pegar, aí consegue fazer o gol. Entendo um pouco da aflição do torcedor, porém, mando recado para ficarem tranquilos. Erramos alguns pênaltis, mas o objetivo é sempre bater de uma forma tranquila e segura. Estamos trabalhando e vamos continuar para que os erros sejam diminuídos.
Qual sua análise desse confronto contra o Botafogo, rival brasileiro?
Sabemos que vai ser um jogo duro, difícil. O Botafogo é uma equipe muito sólida. Que tem um treinador que trabalha, que entende. Vejo Botafogo uma equipe que trabalha de forma junta, há uma amizade bem legal entre eles para fazer o trabalho que estão fazendo. Time que deu liga e está bem encaixado, joga bem fechado, obedientes taticamente.
Pedro Rocha foi vendido e foi protagonista de título. Você já se imagina sendo em um título da Libertadores?
Ô (risos). Creio que independente de quem seja o nome, faça os gols, nas quartas, semi, em final, o objetivo maior é que o grupo consiga trabalhar da forma que vem trabalhando. Com essa mesma concentração. Algo que vai ser fundamental nestes jogos da Libertadores e Brasileirão, que daqui a pouco chega na reta final, é a concentração. É uma coisa que o Renato cobra bastante, não admite ninguém desconcentrado em campo. Até porque é inadmissível. Quando aconteceu falta de atenção, aí que aparecem os perigos.
No sábado, houve a goleada sobre o Sport, com dois gols. Curiosamente, é o segundo 5 a 0 que participa, teve o Gre-Nal e esse. Um homem 5 a 0!
Me considero abençoado. Deus tem me permitido participar desses jogos, fico muito feliz, e agradecido a Deus pelo que tem feito na minha vida. E aos companheiros pela confiança. Vou trabalhar da melhor forma. O 5 a 0 aconteceu pela forma que criamos e conseguimos executar na forma correta. Nosso time cria bastante, mas às vezes o gol não sai, tem goleiro e defensor do outro lado. Mas nos deixa feliz a quantidade de vezes que chegamos no gol adversário.
O que está achando da diferença para o Corinthians? O Grêmio consegue chegar?
Se vamos conseguir se aproximar ou ultrapassar, não sei. Mas vamos procurar e temos como objetivo fazer nossa parte. O que sempre conversamos é esquecer o Corinthians. Não adianta tropeçar e a gente não fazer a nossa parte. Se fizermos e eles tropeçarem, podemos encostar. Cabe a nós fazer dever de casa, buscar pontos e ver o que vai acontecer com o Corinthians.
O Brasileiro é muito difícil, tudo pode acontecer. Corinthians teve duas derrotas para times que brigam na parte de baixo. Imaginam que são fáceis de vencer, mas é complicado. Dão a vida, jogam contra os times grandes da parte de cima e fazem o jogo da vida deles. Iremos enfrentar equipes como estas. Mas não podemos perder ponto para quem briga na parte de baixo, mesmo sabendo das dificuldades.
Vocês são um grupo bem unido. O que mais fazem juntos no período de concentração para descontrair?
Tem videogame, tem bastante gente que brinca. Carta, inventaram um pontinho aí, Ramiro e a galera, bem legal, de boa. Somos um grupo que está sempre muito próximo, todo grupo tem o jogador que fica mais distante, que não se entrosa. Não tem no nosso. Facilita o nosso trabalho.
Falando desta questão de não se entrosar, o que ocorreu com o Bolaños?
Então, pode passar essa impressão para vocês. Mas todo mundo gosta dele no grupo, muito. Era um cara muito gente boa, tem talento indiscutível. O que aconteceu com ele também não sei, não faço ideia. Algo deve ter aconteceido. O grupo gosta muito dele, quero que se dê muito bem na nova equipe. É um cara muito do bem. Família abençoado. Não deixou mágoas, nunca brigou, discutiu. Eu não consigo entender.
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