Como Renato Gaúcho fez o Grêmio virar inimigo do tecnicobol

Lateral para a área, chuveirinho, jogo reativo... A forma de atuar das equipes no Campeonato Brasileiro tem sido bastante parecida e gerado discussão. O segundo colocado na tabela, entretanto, apresenta um futebol diferente da tendência e mais próximo ao que ficou conhecido como o “estilo brasileiro”.



Com triangulações, passes curtos e bola no chão, o Grêmio tem mostrado o jogo mais vistoso entre as 20 equipes da Série A. E tudo isso muito graças ao seu treinador, que chegou durante a temporada de 2016 e não se encaixa no ‘perfil estudioso’ buscado pelo mercado.

Renato Gaúcho já se disse avesso aos estágios curtos internacionais e afirmou que “quem precisa aprender, estuda, vai par a Europa... Quem não precisa, vai para a praia”. Parece que o estilo do ex-jogador está dando muito certo no time tricolor.

Melhor ataque do Brasileiro com larga folga, o Grêmio já balançou as redes 30 vezes durante a competição. E os números mostram que a forma de fazer gols passa longe do ‘técnicobol’ de chuveirinhos e bolas paradas.

Segundo os dados do ESPN TruMedia, a equipe de Renato Gaúcho é a que menos faz cruzamentos no campeonato. Enquanto a média geral é de mais de 20 bolas alçadas na área, o Grêmio levanta apenas 15,6 bolas por jogo. O segundo time com menos cruzamentos é o Corinthians, que levanta 17,2 por jogo.

Com menos cruzamentos, saem também menos gols de bola aérea. Apesar dos 30 tentos marcados pelo Grêmio no campeonato, apenas dois saíram de cabeça, representando 6,6% do total. Nas outras 19 equipes, a porcentagem de gols de cabeça chega a 17,8%.

Os tricolores gaúchos também são os que menos finalizaram de cabeça na competição: 19 vezes, ou 10,3% das 184 finalizações da equipe no certame.

O Flamengo, por exemplo, já finalizou 50 vezes de cabeça neste Brasileiro – a líder no quesito é a Chapecoense, com 62.

Se algum time se aproxima do ideal de futebol brasileiro no principal campeonato do país, essa equipe é o Grêmio.


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