Grêmio e Corinthians estão seguindo à risca a máxima "vencer em casa traz tranquilidade; fora, o título". Nos pontos corridos disputados por 20 clubes, em oito anos foi campeã a equipe que conseguiu os melhores resultados fora de casa e nos outros quatro anos, quem conseguiu o segundo melhor desempenho como visitante, mesmo quando o desempenho como mandante ficou abaixo das duas ou três melhores campanhas.
Líder do Brasileirão, o Corinthians é o melhor visitante da competição (aproveitamento de 83%, 3V, 1E, 0D); o Grêmio tem a segunda melhor performance fora de casa (67%, 3V, 1E, 1D). Por esse ponto de vista, a pressão neste domingo, às 16h, em Porto Alegre, está toda sobre o Grêmio: se vencer, as duas equipes passam a estar empatadas no desempenho como visitante, e com melhor campanha em casa, o Grêmio assume a liderança da classificação; se a partida terminar empatada, o Corinthians mantém a estratégica vantagem como visitante. Se vencer, então, "dispara". A partida pela rodada #10 tem ares de decisão.
O Espião Estatístico se debruçou sobre a missão de dissecar o que levou Corinthians e Grêmio a terem tão invejáveis campanhas. Se a missão foi cumprida ou não cabe ao leitor julgar, mas encontramos dados que consideramos muito relevantes.
De onde saem os gols (campinho)
Até a rodada #9 foram marcados 225 gols e 27 deles (12%) obtidos a partir de finalizações de fora da área. No Brasileirão-2017, para fazer um gol é preciso entrar na área adversária. O Corinthians não levou nenhum gol de fora da área, e é muito difícil entrar com liberdade em sua área: os adversários fizeram 62 conclusões de dentro das áreas, mas apenas cinco entraram no gol. A marca representa 8% das tentativas e é a melhor da Série A.
Ano após ano, a defesa corintiana vinha se sustentando como a recordista em deixar adversários em posição de impedimento.
Mas neste ano, ao menos até aqui, está jogando tão recuada que ocupa "apenas" a sexta colocação. Organizado enquanto espera o adversário, o Corinthians se tornou a equipe menos punida com cartões.
Paciência é a alma da vitória
Enquanto é grande a excitação entre as torcidas de Corinthians e Grêmio pelo excelente início de Brasileirão, dentro de campo é a paciência que comanda as ações das equipes.
O Corinthians defende a liderança apoiado em um fortíssimo sistema defensivo, o menos vazado da competição. Em nove jogos, sofreu apenas cinco gols. Em cinco jogos como mandante, levou três gols atuando em seu estádio (um contra a Chapecoense, empate por 1 a 1; dois contra o São Paulo, vitória corintiana por 3 a 2); em quatro jogos como visitante, só levou dois gols (ambos do Vasco, vitória do Corinthians por 5 a 2).
Focado apenas no Brasileirão, tamanha eficiência se deve à organização e à compactação de seus atletas no campo de defesa. O Corinthians é a segunda equipe que menos vezes roubou a bola de adversários, 93 vezes, e ocupa uma posição intermediária em relação ao tempo médio de posse de bola por jogo (27min00s). Nem está entre os que mais tempo controlam o jogo nem entre os que mais correm atrás do adversário.
Em média seus adversários ficam com a bola por 27min17s, mas raramente têm espaço. O Corinthians é a terceira equipe que mais finalizações sofreu na competição (130). Parece muito, mas não. É desespero. Apenas 31 dessas finalizações chegaram no gol, o que faz de sua defesa a segunda que menos finalizações certas permitiu a seus adversários. Isso em números absolutos, porque quando se analisa apenas a eficácia das conclusões, os adversários do Corinthians são os que mais erram as tentativas (76% não chegaram no gol).
Tudo está funcionando muito bem. No Brasileirão já foram marcados 43 gols em contra-ataques, mas o Corinthians não sofreu nenhum. E ainda marcou quatro.
Embora o Grêmio já tenha levado dez gols em nove jogos, o dobro do adversário deste domingo, só o jogo contra o líder é que vai mostrar se isso é um problema. Em quatro jogos em casa, sua defesa ainda está invicta. Os dez gols foram sofridos em jogos fora de casa e em partidas atípicas: levou quatro do Sport quando perdeu por 4 a 3. Levou três da Chapecoense, mas marcou seis. E levou mais três do Cruzeiro, mas foi a equipe mineira que precisou correr para tirar a desvantagem e para conseguir empatar o jogo em 3 a 3.
Em vez de uma fraqueza, o jogo aberto para o Grêmio quando visitante parece ser uma oportunidade para seu ataque explorar o máximo de seu potencial. Se o Corinthians tem a melhor defesa da competição, o Grêmio é disparado o melhor ataque, com 23 gols marcados, mesmo sem ser a equipe que mais finalizações faz.
O Grêmio também é uma equipe de meio de tabela quando o assunto é tempo de posse de bola, ficando em média 27min09s com ela. Ainda assim, é o quinto time que mais faz conclusões em gol. Até aqui, conseguiu finalizar 124 vezes, o que é um terror para seus adversários porque é a equipe com o melhor índice de acerto: 18,5% de suas conclusões balançam a rede. O ataque corintiano é o segundo mais eficaz conseguindo um gol em 17,7% das tentativas.
Organizados, os jogadores de frente do Grêmio são eficazes sem serem afobados. O Grêmio é apenas o 11º que mais fez uso de contra-ataques, com 12 finalizações. A título de comparação, vale destacar que é exatamente o Corinthians o campeão de contra-ataques, com 22 finalizações que já resultaram em quatro gols, o que faz todo sentido para uma equipe que joga recuada esperando para se aproveitar da ansiedade de seus rivais.
Se no Brasileirão é de dentro da área que se faz gol, o Grêmio segue a receita à risca. É o segundo time que mais fez finalizações de dentro da área. Das 73 finalizações que fez, 20 viraram gol. Sua eficiência nesse quesito é a segunda melhor (27%). Só um time é mais mortal nas finalizações dentro da área e ele se chama Corinthians: 29% das conclusões dentro da área viram gol.
Além de decidir quem ficará com a liderança neste domingo, o jogaço vai mostrar se, afinal, é possível ou não parar o ataque gremista apenas na técnica, sem recorrer à violência. Se o Corinthians tem a equipe mais disciplinada da competição, nas nove primeiras rodadas adversários do Grêmio receberam 28 cartões amarelos e um vermelho, a segunda maior marca do campeonato. Só os adversários do Coritiba foram mais punidos (29 amarelos e um vermelho). Só nas tentativas de contra-ataque, os gremistas carregaram os adversários com sete cartões, a sexta maior marca da Série A.
De 2006 para cá, quando o Brasileirão passou a ser disputado por 20 clubes, quando foi mandante, o Grêmio venceu sete vezes, houve um empate, e o Corinthians venceu duas vezes.
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Líder do Brasileirão, o Corinthians é o melhor visitante da competição (aproveitamento de 83%, 3V, 1E, 0D); o Grêmio tem a segunda melhor performance fora de casa (67%, 3V, 1E, 1D). Por esse ponto de vista, a pressão neste domingo, às 16h, em Porto Alegre, está toda sobre o Grêmio: se vencer, as duas equipes passam a estar empatadas no desempenho como visitante, e com melhor campanha em casa, o Grêmio assume a liderança da classificação; se a partida terminar empatada, o Corinthians mantém a estratégica vantagem como visitante. Se vencer, então, "dispara". A partida pela rodada #10 tem ares de decisão.
O Espião Estatístico se debruçou sobre a missão de dissecar o que levou Corinthians e Grêmio a terem tão invejáveis campanhas. Se a missão foi cumprida ou não cabe ao leitor julgar, mas encontramos dados que consideramos muito relevantes.
De onde saem os gols (campinho)
Até a rodada #9 foram marcados 225 gols e 27 deles (12%) obtidos a partir de finalizações de fora da área. No Brasileirão-2017, para fazer um gol é preciso entrar na área adversária. O Corinthians não levou nenhum gol de fora da área, e é muito difícil entrar com liberdade em sua área: os adversários fizeram 62 conclusões de dentro das áreas, mas apenas cinco entraram no gol. A marca representa 8% das tentativas e é a melhor da Série A.
Ano após ano, a defesa corintiana vinha se sustentando como a recordista em deixar adversários em posição de impedimento.
Mas neste ano, ao menos até aqui, está jogando tão recuada que ocupa "apenas" a sexta colocação. Organizado enquanto espera o adversário, o Corinthians se tornou a equipe menos punida com cartões.
Paciência é a alma da vitória
Enquanto é grande a excitação entre as torcidas de Corinthians e Grêmio pelo excelente início de Brasileirão, dentro de campo é a paciência que comanda as ações das equipes.
O Corinthians defende a liderança apoiado em um fortíssimo sistema defensivo, o menos vazado da competição. Em nove jogos, sofreu apenas cinco gols. Em cinco jogos como mandante, levou três gols atuando em seu estádio (um contra a Chapecoense, empate por 1 a 1; dois contra o São Paulo, vitória corintiana por 3 a 2); em quatro jogos como visitante, só levou dois gols (ambos do Vasco, vitória do Corinthians por 5 a 2).
Focado apenas no Brasileirão, tamanha eficiência se deve à organização e à compactação de seus atletas no campo de defesa. O Corinthians é a segunda equipe que menos vezes roubou a bola de adversários, 93 vezes, e ocupa uma posição intermediária em relação ao tempo médio de posse de bola por jogo (27min00s). Nem está entre os que mais tempo controlam o jogo nem entre os que mais correm atrás do adversário.
Em média seus adversários ficam com a bola por 27min17s, mas raramente têm espaço. O Corinthians é a terceira equipe que mais finalizações sofreu na competição (130). Parece muito, mas não. É desespero. Apenas 31 dessas finalizações chegaram no gol, o que faz de sua defesa a segunda que menos finalizações certas permitiu a seus adversários. Isso em números absolutos, porque quando se analisa apenas a eficácia das conclusões, os adversários do Corinthians são os que mais erram as tentativas (76% não chegaram no gol).
Tudo está funcionando muito bem. No Brasileirão já foram marcados 43 gols em contra-ataques, mas o Corinthians não sofreu nenhum. E ainda marcou quatro.
Embora o Grêmio já tenha levado dez gols em nove jogos, o dobro do adversário deste domingo, só o jogo contra o líder é que vai mostrar se isso é um problema. Em quatro jogos em casa, sua defesa ainda está invicta. Os dez gols foram sofridos em jogos fora de casa e em partidas atípicas: levou quatro do Sport quando perdeu por 4 a 3. Levou três da Chapecoense, mas marcou seis. E levou mais três do Cruzeiro, mas foi a equipe mineira que precisou correr para tirar a desvantagem e para conseguir empatar o jogo em 3 a 3.
Em vez de uma fraqueza, o jogo aberto para o Grêmio quando visitante parece ser uma oportunidade para seu ataque explorar o máximo de seu potencial. Se o Corinthians tem a melhor defesa da competição, o Grêmio é disparado o melhor ataque, com 23 gols marcados, mesmo sem ser a equipe que mais finalizações faz.
O Grêmio também é uma equipe de meio de tabela quando o assunto é tempo de posse de bola, ficando em média 27min09s com ela. Ainda assim, é o quinto time que mais faz conclusões em gol. Até aqui, conseguiu finalizar 124 vezes, o que é um terror para seus adversários porque é a equipe com o melhor índice de acerto: 18,5% de suas conclusões balançam a rede. O ataque corintiano é o segundo mais eficaz conseguindo um gol em 17,7% das tentativas.
Organizados, os jogadores de frente do Grêmio são eficazes sem serem afobados. O Grêmio é apenas o 11º que mais fez uso de contra-ataques, com 12 finalizações. A título de comparação, vale destacar que é exatamente o Corinthians o campeão de contra-ataques, com 22 finalizações que já resultaram em quatro gols, o que faz todo sentido para uma equipe que joga recuada esperando para se aproveitar da ansiedade de seus rivais.
Se no Brasileirão é de dentro da área que se faz gol, o Grêmio segue a receita à risca. É o segundo time que mais fez finalizações de dentro da área. Das 73 finalizações que fez, 20 viraram gol. Sua eficiência nesse quesito é a segunda melhor (27%). Só um time é mais mortal nas finalizações dentro da área e ele se chama Corinthians: 29% das conclusões dentro da área viram gol.
Além de decidir quem ficará com a liderança neste domingo, o jogaço vai mostrar se, afinal, é possível ou não parar o ataque gremista apenas na técnica, sem recorrer à violência. Se o Corinthians tem a equipe mais disciplinada da competição, nas nove primeiras rodadas adversários do Grêmio receberam 28 cartões amarelos e um vermelho, a segunda maior marca do campeonato. Só os adversários do Coritiba foram mais punidos (29 amarelos e um vermelho). Só nas tentativas de contra-ataque, os gremistas carregaram os adversários com sete cartões, a sexta maior marca da Série A.
De 2006 para cá, quando o Brasileirão passou a ser disputado por 20 clubes, quando foi mandante, o Grêmio venceu sete vezes, houve um empate, e o Corinthians venceu duas vezes.
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- Renato mudar time do Grêmio contra o Criciúma
- Dodi valoriza empate do Grêmio e prevê jogo de volta com apoio da torcida
Comentários
Comentários (2)
top parabéns mesmo...
Belíssima matéria. Parabéns.
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