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Precisava me sentir importante, diz Barrios sobre boa fase no Grêmio

Em entrevista a ZH, centroavante fala do início de sua trajetória na Arena


Fonte: zero hora

Precisava me sentir importante, diz Barrios sobre boa fase no Grêmio
Foto: Lauro Alves / Agencia RBS

Aplaudido de pé pela torcida do Grêmio após seu "triplete" no 4 a 1 sobre o Guaraní-PAR, Lucas Barrios já se sente em casa em Porto Alegre. Em dois meses, o fazedor de gols, rótulo criado pela direção no qual ele diz não se encaixar, foi abraçado na Arena no momento em que mais precisava.

Preterido no Palmeiras, o centroavante de 32 anos abriu mão de um contrato de um ano e meio, em que recebia R$ 1 milhão por mês no Allianz Parque, para ganhar 35% deste valor na equipe de Renato Portaluppi. E garante que foi uma das melhores escolhas que fez ao longo de sua carreira:


— Eu não precisava do dinheiro do Palmeiras. Vim para o Grêmio mostrar que consigo jogar em alto nível.

Em 12 jogos, Barrios marcou seis vezes, demonstrando que seu faro de gol segue apurado. Lembra os tempos de Colo-Colo, onde fez quase um por jogo: 53 em 58 partidas e no Borussia Dortmund, com 49 em 102 jogos.

Nesta entrevista concedida pelo centroavante a ZH no início da tarde de sexta-feira, poucas horas após levar a bola do jogo com o Guaraní para casa por seus três gols, Barrios falou sobre o início de sua trajetória na Arena. Contou como o grupo encarou a eliminação no Gauchão, lembrou sua relação com Cuca no Palmeiras e o sonho de disputar mais uma Copa pela seleção paraguaia de Arce.

Além disso, projeta o desafio que o Grêmio terá na próxima quarta-feira contra o Iquique, na altitude de Calama, onde ele já morou no início da carreira, quando atuava pelo Cobreloa. Antes de despontar para o mundo da bola empilhando gols no Colo-Colo, Barrios passou dificuldades com salários atrasados no modesto Temuco, no Chile. Mas entende que isso só o fez valorizar mais ainda o momento que vive agora.

— Fiquei um ano sofrendo lá. Mas isso acontece quando você é menino. Passando por essas coisas, você amadurece mais rápido — lembra o goleador.

Lucas Barrios no Grêmio:
12 jogos / 4 como titular / 6 gols / 490 minutos em campo / 5,4 jogos completos / 1 gol a cada 82 minutos

Você sempre leva a bola para casa quando faz três gols?
Sempre quando fazia um hat-trick na Alemanha, eu levava. No Chile também. No Palmeiras, levei uma e, ontem, (quinta-feira) mais outra. Guardo com minhas camisas no meu museu pessoal. Estou feliz por voltar a levar uma bola para casa. Há algum tempo não acontecia, desde 2015 no Palmeiras (4 a 1 sobre o Fluminense, no Brasileirão). Os gols foram mérito de todo o grupo.

Você já pediu a música no Fantástico?
Ainda não, mas vou pedir Despacito (de Luis Fonsi), que é um reggaeton, um ritmo que agora todo mundo está conhecendo.

Os gols aliviaram a pressão pela eliminação no Gauchão?
O momento era difícil. A gente queria ganhar o Gauchão. Mas, às vezes, as coisas não saem como a gente quer. O torcedor pode ter certeza de que vamos fazer de tudo para alcançar nossos objetivos. Contra o Guaraní, apesar das críticas e da pressão, algo normal em um clube como o Grêmio, demonstramos ter um time forte e fechado, que sabe o que quer.

O rótulo de "fazedor de gols" incomoda ou é natural para você?
Quando cheguei, disse que vim para ajudar o time. Não somente com gols. Mas também no coletivo, criando jogadas e me movimentando. Por isso, não coloco o rótulo de fazedor de gols. Em muitas vezes, tenho outra função. É claro que atacante gosta de fazer gols. Há muito tempo eu convivo com essa responsabilidade, há mais de 10 anos. Pelo o que já consegui na minha carreira, é normal que me vejam assim. Mas é com humildade e trabalho que a gente consegue os objetivos.

O que você passou nesse mês até conseguir vaga entre os titulares?
Foi um mês de muita correria. Indo e vindo de São Paulo pela mudança e me adaptando ao estilo de jogo do Grêmio. É muito difícil trocar de clube e conhecer em poucos dias os companheiros. Fiz o que o técnico me pediu, de esperar o momento certo. Todos precisam estar preparados para jogar. Nesse tempo aqui, consegui conhecer meus colegas. A cada dia, mostro isso em campo.



Você está adaptado ao grupo do Grêmio?
Fui bem recebido pelos colegas. A adaptação a cada dia é melhor. O importante é vencer os jogos, independentemente de quem faça os gols. Seja eu, Luan, Pedro Rocha ou Bolaños. Tomara que, como no ano passado, a gente consiga títulos. Me esforço cada dia mais para retribuir o carinho da torcida. Gostei de ser aplaudido depois dos três gols. Mas sigo com os pés no chão.

Quando o Grêmio manifestou interesse em contratar você?
Foi em dezembro do ano passado. Saí de férias, voltei ao Palmeiras e me preparei para fazer uma pré-temporada forte. Até para tirar algumas avaliações que fizeram sobre mim pelas lesões que tive. Quando eu estava disponível, o treinador escalou Gabriel Jesus, que estava em um grande momento. Respeito a opção, não só do Cuca, mas de qualquer técnico. Quando soube do interesse, disse ao meu empresário para escutar o Grêmio. O presidente deu a segurança de que me queria. Não era uma questão de dinheiro vir ao Grêmio. Mas de que o treinador gostasse do meu jogo.

Você teve ofertas de outros clubes. Porque optou pelo Grêmio?
É um clube que briga por coisas importantes. E eu também queria mudar esta imagem de lesões e falta de sequência. Todo mundo acha que é uma questão de dinheiro. Mas, para mim, foi uma questão pessoal. Tenho fome de buscar minha "revancha", como se diz na Argentina, minha segunda oportunidade. E mostrar que o que se falava não era verdade. Eu não estava jogando porque tinha outro jogador. Era isso. Eu não precisava do dinheiro do Palmeiras. Vim para o Grêmio mostrar que consigo jogar em alto nível.

Você abriu mão de muito dinheiro para vir. Valeu a pena?
Uma das melhores decisões que eu tomei foi de vir ao Grêmio. Hoje, a parte econômica não é tão importante para mim. O importante é ser valorizado, sentir-se útil em um time. Muitos me perguntaram porque fui embora do Palmeiras. Mas é natural quando você não tem sequência. E ainda contrataram o Borja. Eu estava fazendo gols, mas o momento que eu queria era outro. A situação era melhor, mesmo abrindo mão de um contrato de um ano e meio. Eu precisava me sentir importante. E o Grêmio me deu muito valor, não tive dúvidas em vir.

Você morou em Calama. A altitude será problema contra o Iquique?
A cidade fica a 2,2 mil metros de altura. Este pode ser um fator que afeta um pouco. Já joguei com a seleção paraguaia em Quito (2,8 mil metros), onde a altura é maior, na Bolívia (La Paz está a 3,6 mil metros acima do nível do mar), que é muito mais. Temos que deixar isso em segundo plano e focar somente no jogo. O Iquique está melhorando, fez um grande segundo tempo aqui. A gente tem que tratar de iniciar o jogo como fizemos ontem (quinta-feira), focados e com muita força para ganhar.

Agora, você terá sequência como titular. Teme problemas com lesões?
No Palmeiras, só em uma sequência de jogos eu me machuquei. Depois, não tive mais este problema. Alguns falam que, cada vez que eu tinha sequência, sofria lesões. Não foi assim. O Cuca tinha o sistema dele e jogava com Gabriel Jesus. Até fui para a Seleção e, quando voltava, não era solicitado. É normal não estar nos planos do técnico. Mas não foram as lesões que me impediram de ter sequência. Terminei minha passagem lá fazendo gol. Aliás, estão dizendo que tenho seis gols em 12 jogos, mas tem que contar o do Palmeiras também (risos).

Como era sua relação com o Cuca no Palmeiras?
Quando o Cuca foi embora, ele conversou comigo. Todos achavam que eu tinha problemas com ele, mas não tinha nada errado. Somente esclarecemos algumas coisas. Ele me disse que estava agradecido pelo meu profissionalismo e por ter respeitado as decisões dele. Ele tinha certeza de que, se eu ficasse, jogaria nesse ano. Como eu não falava com a imprensa naquele momento, até pelo fato de o time estar bem e evitar problemas, não podia dar minha versão. A equipe estava encaixada, por isso que eu não jogava.

Você se sentiu mais abraçado com o Renato no Grêmio?
Ele aguardou o momento certo para me colocar no time. Como te disse, não era uma questão de dinheiro para vir ao Grêmio. O técnico e o presidente me queriam aqui. Essa foi a minha única preocupação no momento de tomar a decisão. Quando soube que ele me queria, a gente fechou rápido. Eu queria muito jogar no Grêmio.

O que fez você deixar a Europa e escolher atuar no Brasil?
Eu queria muito jogar aqui. Em 2009, joguei pelo Colo-Colo contra Palmeiras e Sport pela Libertadores. Conheci o futebol brasileiro e quis jogar aqui. O Palmeiras me fez uma proposta, e eu estava na Rússia, tinha mais um ano de contrato com o Spartak. Se quisesse, podia ter ficado lá. Mas, quando ouvi a proposta do Palmeiras, não fechei por dinheiro. Eu já estava com a carreira feita. Pude ser campeão da Copa do Brasil, do Brasileiro, que é um dos campeonatos mais difíceis do mundo. Joguei em quase todas as ligas da Europa, aqui é mais complicado.

Como ocorreu sua decisão de se naturalizar paraguaio?
Minha mãe é paraguaia. Quando me ligou o técnico da seleção, o Tata Martino, eu não tive dúvidas. No futebol, são poucas as oportunidades de representar um país. Se falou em Chile, na Argentina. Mas fico feliz por ter jogado uma Copa do Mundo, duas Copas América e ter sido protagonista.

Você acredita que pode jogar mais uma Copa pelo Paraguai?
Falei com o Arce (técnico da seleção paraguaia) antes do jogo com o Guaraní em Assunção. Ele me disse que estou nos planos dele e vai seguir em contato. Tomara que eu tenha uma sequência boa e consiga jogar como estou fazendo para voltar à seleção. Temos dois jogos importantes pela frente nas Eliminatórias, contra Chile e Uruguai. Se conseguirmos um bom resultado, teremos boas chances de nos classificar.

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Comentários



Grande profissional não é mercenário joga pela camisa oa torcida do grêmio vai te abraçar sempre em boms momentos e nos ruim momentos já é ídolo do grêmio meus parabéns

barrios você é o cara mostrou que quer jogar futebol não mensenário vamos pra frente barrios você é bola da véz

tu é o cara Barrios continue dando alegria aos gremistas boa sorte

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5/5/2024