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Fominha, Arthur supera ostracismo e falta de chances para enfim brilhar no Grêmio

Volante jogou pela primeira vez em 2015, mas só agora ganha sequência de oportunidades. Trajetória do jovem de 20 anos começou em Goiás e teve percalços em Porto Alegre


Fonte: GloboEsporte

Fominha, Arthur supera ostracismo e falta de chances para enfim brilhar no Grêmio


Um dos destaques do Grêmio nos últimos jogos e provável titular nas próximas partidas foi forjado nas categorias de base do clube. Arthur foge do rótulo de volante de pegada, típico gaúcho. Aos 20 anos, é o mesmo da infância, que tinha a missão lúdica de unir os amigos para jogar futebol. Hoje, muda apenas o palco. Nos gramados Brasil afora, o meio-campista trata de conectar os companheiros em busca de vitórias. Depois de superar o ostracismo no grupo de transição, o “fominha” Arthur vê a chance no profissional se abrir para ele.

A lesão de Bolaños, a quem substituiu no 4 a 1 sobre o Guaraní, na última quinta-feira, deu a brecha para o jovem entrar na equipe principal. Volante, tem na qualidade do passe sua principal característica. Saiu dele o passe para Pedro Rocha marcar o gol do empate em 1 a 1 no Defesnsores del Chaco, também diante do Guaraní. É assim desde os tempos de Goiás, onde começou a dar o primeiros passos com a bola nos pés. E por isso é utilizado também em funções mais avançadas com Renato Gaúcho.

– Fiquei muito feliz com a minha atuação lá no Paraguai. Mas o foco não é a titularidade, é estar bem comigo mesmo, fazendo meu trabalho, escutando as orientações do Renato e da comissão. E quando surgir a oportunidade tenho que corresponder à altura. Sigo na linha de treinar mais forte, para quando surgir, tenho que estar bem preparado para corresponder também – driblou Arthur.



No duelo de quinta-feira, levou para casa o troféu de melhor em campo. Ao sair da Arena, ligou para o pai, seu Aílton, para avisar. Este, porém, demorou para acreditar e pediu uma foto do troféu, incrédulo. Afinal, Lucas Barrios havia marcado três gols na vitória e tinha sido o principal do triunfo.

– Nem esperava. Achei que no Paraguai ele foi melhor e não ganhou. Quando me ligou, falou: "vou falar uma coisa que tu não vais acreditar: ganhei o troféu de melhor do jogo". Eu não acreditei, falei para deixar de conversa. Perguntei: "tem foto?". Falei para tirar foto e me mandar – recorda Aílton, em conversa com o GloboEsporte.com.

TRAJETÓRIA

Ocupar mais de uma posição virou um trunfo para Arthur, que jogou como ponta direita com obrigação de recomposição na vitória pela Libertadores. Nas duas partidas com o Guaraní, acertou 81 passes e não errou um sequer. Mas a história nem sempre é de felicidade plena.

Arthur atuou pela primeira vez no time profissional em fevereiro de 2015, com Felipão, na derrota por 2 a 1 para o Aimoré. Aquela foi a única partida do garoto no ano. Esteve na pré-temporada e já era visto como promessa, aos 18 anos. Aliás, queimar etapas na base é algo comum para o jovem, que se forjou assim.




Depois, Arthur foi relacionado para cinco jogos do Brasileirão, já com Roger no comando, e voltou algumas etapas. Jogou no time de transição e no sub-20 – em 2016, chegou a atuar como meia e capitão, anotando quatro gols na campanha da Copa do Brasil da categoria. Na última rodada do Brasileirão do ano passado, entrou na derrota para o Botafogo, na Arena, e foi elogiado pelo então auxiliar James Freitas, comandante naquela partida. Só que o período sem chances deixou o volante desacreditado.

– Há muito tempo que o Arthur vinha esperando a oportunidade. Teve uma (em 2015), depois daquilo não entrou mais. Teve com o Roger e agora com o Renato. Ele ficou chateado, porque teve jogador que nunca foi destaque na base, nunca tinha aparecido, e foi passando na frente dele. Ele sempre falava: "fulano nunca se destacou e está lá. E eu sempre fui bem nas categorias e não estou”. Falei para ele ficar tranquilo, ter calma. Não treina para o Grêmio, treina para você. Se não estão querendo te aproveitar, treina para você – lembra o pai, seu Aílton.

VOLANTE SEM PORRADA

"Um treinador disse uma vez: 'mas você é volante, não deu uma porrada'. Eu falei: 'então vai ter que aprender a dar porrada (risos)'. Falei que não tinha uma porrada para colocar no DVD dele. (Seu Aílton, pai de Arthur)

A torcida pôde conhecer melhor Arthur nos últimos jogos. O volante passou a receber chances seguidas com Renato e já tem oito partidas no ano. Superou o período instável e começa a cair nas graças dos gremistas. Seu estilo é de posse de bola. Trata-a com carinho, mantém precisão no passe e busca os espaços vazios. Tem função de elo a conectar o time.

Muito semelhante a Maicon, a quem Arthur tece longos elogios e chama de “pai” no clube. Observando o capitão, o jovem pegou algumas dicas e novos macetes da profissão. Mas a essência já estava lá, desde os sete anos, quando começou no Goiás: o gosto por jogar (Clique aqui e veja lances de Arthur na juventude).

Ainda nos tempos de futsal, mostrava a cabeça sempre erguida a procurar opções. A estatura baixa também nunca foi empecilho. Quando criança, sempre jogou em categorias acima da sua pela qualidade. Passou por cima da falta de altura, algo sempre cobrado de volantes, especialmente no Rio Grande do Sul, e da falta de "porrada".

– Um treinador disse uma vez: "mas você é volante, não deu uma porrada". Eu falei: "então vai ter que aprender a dar porrada (risos)". Falei que não tinha uma porrada para colocar no DVD dele – brinca Ailton.

FOMINHA

No condomínio onde moram até hoje o pai, Aílton, a mãe, Lúcia, e o irmão, Paulo Henrique, em Goiânia, Arthur saía de bicicleta quando pequeno a angariar parceiros para jogar futebol nas quadras. Montava os times e cumpria com satisfação a atividade após o colégio. Foi também na capital goiana que quebrou o dedo mínimo da mão e ficou fora do primeiro jogo de uma final, já com a camisa do Goiás, aos 12 anos. Deu empate. No segundo, tirou o gesso sem a mãe saber e ajudou o time a levantar a taça.



– Tiraram o gesso sem a mãe saber, já tinham uma proteção com espuma. Enfaixou a mão e jogou. Nesse jogo, o Arthur fez cada coisa. Parece que estava com tanta vontade… E direto para o hospital. Se a mãe sonhasse, iam apanhar, ele e o pai – ri seu Ailton.

A decisão de deixar o filho, aos 14 anos, ir a Porto Alegre sozinho fez a família sofrer. Lúcia precisou ser convencida pelo próprio Arthur para, enfim, deixá-lo jogar no Tricolor após o período de férias escolares. Aílton, no já aeroporto da capital gaúcha, quase voltou ao Estádio Olímpico para pegar o filho e devolvê-lo a Goiânia. Mas falou mais alto a vontade de vê-lo seguir o seu sonho.

Arthur chegou ao Grêmio em 2010, após se destacar no Goiás no Brasileiro sub-15, buscado pelo hoje coordenador-geral das categorias de base, Francesco Barletta. Já teve possibilidades de deixar o clube, com propostas de times paulistas, mas recusou, após ouvir a família. Construiu uma estrada que começa a trilhar em 2017, rumo ao sucesso no futebol.


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Comentários



outro que logo logo vai brilhar e o ty

esse garoto é muito bom vai brilhar no grêmio

Show... caminho a trilhar já está definido, agora ter foco e não se deslumbrar.

muitas das veses as solucoes esta no grupo de transicao e so olhrar com mais atencao claro que depende do tecnico

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5/5/2024