Leonardo Picciani, ministro dos Esportes Humberto Ohana
As torcidas organizadas do futebol brasileiro podem ficar tranquilas. No que depender do ministro do Esporte, Leonardo Picciani, a extinção dessas organizações não é uma opção em estudo. De acordo com o ministro, o principal problema da briga entre os torcedores no futebol brasileiro são as pessoas que se infiltram nas torcidas organizadas. Picciani discorda que as torcidas promovam a violência dentro e fora dos estádios.
– O problema da violência não é a torcida organizada. O problema são os marginais que se infiltram nas torcidas organizadas para criar baderna, confusão, praticar violência e atos de vandalismo. Tenho a convicção que são a minoria de torcedores. Mas é uma minoria que causa um prejuízo muito grande para a sociedade e a maioria dos torcedores como um todo –considerou o ministro.
Para acabar com as brigas entre torcedores, Picciani disse que um grupo de trabalho foi criado e envolve as pastas de Esporte e Justiça. Ele destacou que seu ministério não tem autonomia para executar punições. O ministro contou que tem procurado cumprir o papel do ministério com campanhas de conscientização e contra a violência entre a torcida. Mas reconheceu que somente elas não surtirão o efeito desejado.
– Aqueles que causam tumulto, brigam e até matam pessoas nos estádios são uma minoria específica de arruaceiros. São pessoas que não respeitam as normas de convivência, não respeitam a lei. Na verdade, é um crime que se comete. Elas têm de ser tratadas como pessoas que cometem crimes. É preciso identificar e não é difícil. E ter medidas que impeçam eles de praticar esse tipo de violência – disse Picciani.
Segundo o ministro do Esporte, as medidas que podem ser tomadas para punir os agressores ainda estão em estudo. Picciani afirmou já ter passado informações ao poder judiciário e Ministério Público para que possam estabelecer as penas. A expectativa do político é a de que o Judiciário determine a melhor forma de restrição aos estádios para os vândalos. Punição que pode ser um banimento, com a apresentação em delegacias ou fóruns nos dias de jogos.
BATE-BOLA - Leonardo Picciani - Ministro do Esporte
A CBF, sob o argumento de se ajustar ao Profut (programa de modernização da gestão e responsabilidade fiscal para o futebol), promoveu uma mudança em seu estatuto mas beneficiou as federações estaduais em detrimento dos clubes. O que achou da manobra?
Creio que é importante dar voz aos clubes. Sobretudo os clubes que movimentam um grande número de torcedores e são verdadeiros patrimônios do Brasil. Evidentemente que o futebol brasileiro tem uma característica importante e não podemos desprezar que é a participação das federações. O Brasil é uma fábrica de jogadores e nem todos os atletas começam ou têm sua oportunidade em um grande clube. Temos de encontrar uma forma de equilibrar essa equação. Acho que os dois devem ter voz ativa, tanto federações quanto clubes. Mitigar a participação de um em benefício do outro não é o melhor caminho.
Vai fazer algo sobre esse novo embate dos clubes com a CBF?
Vamos tomar conhecimento do que ocorreu. O nosso posicionamento político é que o objetivo deva ser sempre o fortalecimento do futebol. Então, a ótica que analisaremos essas questões será a do fortalecimento do futebol. Ouviremos todos que participam dessa relação e, com equilíbrio, buscaremos uma solução.
O ministério pode fazer algum tipo de intervenção na CBF?
Não há um fundamento legal para que o ministério faça alguma intervenção em qualquer entidade que seja. O direito à livre associação é uma garantia constitucional e as experiências anteriores em que se pretendeu fazer intervenção em entidades esportivas mostram que a própria justiça não permitiu. O que o ministério deve fazer, com o seu papel regulamentador, é ajudar a disciplinar essa relação de forma eficiente. E ao defender isso, não falo só a CBF. Temos de ter uma regra única e efetiva para todas as entidades esportivas.
Com a palavra: 'Tolerância deve ser zero'
Luiz Fernando Gomes - Colunista do LANCE!
O ministro Leonardo Picciani, como se fosse um lutador de boxe, esquivou-se da pergunta sobre o golpe dado pela CBF para manter o poder da dinastia Teixeira-Marin-Del Nero, para muito além das exigências do Profut. Picciani saiu pela tangente, discutiu as particularidades do futebol brasileiro sem ir direto ao ponto: a CBF fez uma manobra – cuja legalidade está sendo contestada em várias instâncias – ao mudar o colégio eleitoral, valorizando o voto das federações em detrimento dos clubes. Simplesmente isso.
Não é esperado – sob qualquer pretexto e ainda que seja por omissão –, que um ministro de estado compactue com um golpe. Ao contrário, ainda que o governo não tenha instrumentos para uma intervenção administrativa na CBF, enquanto entidade privada que é, Picciani deveria jogar o peso do cargo para defender a moralidade e, mais do que isso, o respeito ao espírito da lei do Profut que o governo do qual ele era líder na Câmara ajudou a formatar e a aprovar.
Nem vale a pena discutir o papel das federações como representantes de clubes de menor investimento. Defender essa tese, como faz o ministro, para justificar um equilíbrio entre as forças – federações e clubes –, é um equívoco. Essas federações só defendem de verdade os interesses, por vezes inconfessáveis, da cartolagem que ali se perpetua no poder. Em uma reforma para valer como a que o futebol precisa, elas sequer deveriam continuar a existir. Já os clubes são a própria essência do jogo.
O ministro do Esporte tem demonstrado proatividade e empenho em solucionar questões do esporte, como o legado da Rio-2016, até assumindo um ônus político que não deveria ser dele. Precisa, porém, se posicionar com firmeza em defesa do Profut, da garantia de que os avanços da lei – ainda que limitados, importantes –, sejam de fato implementados em todos os níveis. Sem manobras e meio termos. Doa a quem doer, a hora, agora, é de tolerância zero com os desvios.
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– O problema da violência não é a torcida organizada. O problema são os marginais que se infiltram nas torcidas organizadas para criar baderna, confusão, praticar violência e atos de vandalismo. Tenho a convicção que são a minoria de torcedores. Mas é uma minoria que causa um prejuízo muito grande para a sociedade e a maioria dos torcedores como um todo –considerou o ministro.
Para acabar com as brigas entre torcedores, Picciani disse que um grupo de trabalho foi criado e envolve as pastas de Esporte e Justiça. Ele destacou que seu ministério não tem autonomia para executar punições. O ministro contou que tem procurado cumprir o papel do ministério com campanhas de conscientização e contra a violência entre a torcida. Mas reconheceu que somente elas não surtirão o efeito desejado.
– Aqueles que causam tumulto, brigam e até matam pessoas nos estádios são uma minoria específica de arruaceiros. São pessoas que não respeitam as normas de convivência, não respeitam a lei. Na verdade, é um crime que se comete. Elas têm de ser tratadas como pessoas que cometem crimes. É preciso identificar e não é difícil. E ter medidas que impeçam eles de praticar esse tipo de violência – disse Picciani.
Segundo o ministro do Esporte, as medidas que podem ser tomadas para punir os agressores ainda estão em estudo. Picciani afirmou já ter passado informações ao poder judiciário e Ministério Público para que possam estabelecer as penas. A expectativa do político é a de que o Judiciário determine a melhor forma de restrição aos estádios para os vândalos. Punição que pode ser um banimento, com a apresentação em delegacias ou fóruns nos dias de jogos.
BATE-BOLA - Leonardo Picciani - Ministro do Esporte
A CBF, sob o argumento de se ajustar ao Profut (programa de modernização da gestão e responsabilidade fiscal para o futebol), promoveu uma mudança em seu estatuto mas beneficiou as federações estaduais em detrimento dos clubes. O que achou da manobra?
Creio que é importante dar voz aos clubes. Sobretudo os clubes que movimentam um grande número de torcedores e são verdadeiros patrimônios do Brasil. Evidentemente que o futebol brasileiro tem uma característica importante e não podemos desprezar que é a participação das federações. O Brasil é uma fábrica de jogadores e nem todos os atletas começam ou têm sua oportunidade em um grande clube. Temos de encontrar uma forma de equilibrar essa equação. Acho que os dois devem ter voz ativa, tanto federações quanto clubes. Mitigar a participação de um em benefício do outro não é o melhor caminho.
Vai fazer algo sobre esse novo embate dos clubes com a CBF?
Vamos tomar conhecimento do que ocorreu. O nosso posicionamento político é que o objetivo deva ser sempre o fortalecimento do futebol. Então, a ótica que analisaremos essas questões será a do fortalecimento do futebol. Ouviremos todos que participam dessa relação e, com equilíbrio, buscaremos uma solução.
O ministério pode fazer algum tipo de intervenção na CBF?
Não há um fundamento legal para que o ministério faça alguma intervenção em qualquer entidade que seja. O direito à livre associação é uma garantia constitucional e as experiências anteriores em que se pretendeu fazer intervenção em entidades esportivas mostram que a própria justiça não permitiu. O que o ministério deve fazer, com o seu papel regulamentador, é ajudar a disciplinar essa relação de forma eficiente. E ao defender isso, não falo só a CBF. Temos de ter uma regra única e efetiva para todas as entidades esportivas.
Com a palavra: 'Tolerância deve ser zero'
Luiz Fernando Gomes - Colunista do LANCE!
O ministro Leonardo Picciani, como se fosse um lutador de boxe, esquivou-se da pergunta sobre o golpe dado pela CBF para manter o poder da dinastia Teixeira-Marin-Del Nero, para muito além das exigências do Profut. Picciani saiu pela tangente, discutiu as particularidades do futebol brasileiro sem ir direto ao ponto: a CBF fez uma manobra – cuja legalidade está sendo contestada em várias instâncias – ao mudar o colégio eleitoral, valorizando o voto das federações em detrimento dos clubes. Simplesmente isso.
Não é esperado – sob qualquer pretexto e ainda que seja por omissão –, que um ministro de estado compactue com um golpe. Ao contrário, ainda que o governo não tenha instrumentos para uma intervenção administrativa na CBF, enquanto entidade privada que é, Picciani deveria jogar o peso do cargo para defender a moralidade e, mais do que isso, o respeito ao espírito da lei do Profut que o governo do qual ele era líder na Câmara ajudou a formatar e a aprovar.
Nem vale a pena discutir o papel das federações como representantes de clubes de menor investimento. Defender essa tese, como faz o ministro, para justificar um equilíbrio entre as forças – federações e clubes –, é um equívoco. Essas federações só defendem de verdade os interesses, por vezes inconfessáveis, da cartolagem que ali se perpetua no poder. Em uma reforma para valer como a que o futebol precisa, elas sequer deveriam continuar a existir. Já os clubes são a própria essência do jogo.
O ministro do Esporte tem demonstrado proatividade e empenho em solucionar questões do esporte, como o legado da Rio-2016, até assumindo um ônus político que não deveria ser dele. Precisa, porém, se posicionar com firmeza em defesa do Profut, da garantia de que os avanços da lei – ainda que limitados, importantes –, sejam de fato implementados em todos os níveis. Sem manobras e meio termos. Doa a quem doer, a hora, agora, é de tolerância zero com os desvios.
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