Antes de virar o motorzinho do Grêmio de Renato Portaluppi, que decide este domingo, contra o Novo Hamburgo, uma vaga na final do Gauchão, Ramiro teve de lidar com uma série de frustrações.
O volante, que também é meia e lateral-direito, sofreu nos últimos anos com uma sequência de lesões que roubou o sonho íntimo de jogar a Olimpíada do Rio. E superou as críticas da torcida, que o vaiava nos tempos de Roger Machado e depois o aplaudiu de pé com Portaluppi.
Voltemos a janeiro de 2015. O Grêmio, então treinado por Felipão, realizava pré-temporada em Gramado, a cidade natal de Ramiro. O guri, que se sentia em casa nos treinos que ocorriam no campo do Gramadense, não imaginava que, no primeiro amistoso do ano, contra o Novo Hamburgo, sofreria uma lesão no ligamento colateral medial do joelho esquerdo e teria de parar por 40 dias.
Em abril, viria algo ainda pior: na semifinal do Gauchão contra o Juventude, no gramado do Alfredo Jaconi, onde foi revelado para o futebol, rompeu o ligamento cruzado do mesmo joelho. Teve de parar por sete meses, o que abreviou sua temporada.
Veio 2016, e a rotina de lesões não cessou. Já em janeiro, torceu o tornozelo esquerdo e teve de parar por um mês. No início de abril, foi um dos infectados pelo surto de caxumba no grupo do Grêmio e teve de ficar 15 dias em isolamento. A maré de azar só deu uma trégua ao final daquele mês, quando Ramiro marcou o gol da vitória sobre o Toluca, pela Libertadores.
— Tudo isso o fez amadurecer. Foi um momento muito difícil. Ele tinha um sonho que era de fazer um grande Brasileirão em 2015, para depois ser convocado para a seleção olímpica. Mas, infelizmente, isto foi frustrado pelas lesões — revela Gilnei Benetti, pai de Ramiro.
Seu Gilnei, aliás, procura acompanhar Ramiro em todas as viagens do Grêmio. Foi assim esta semana, no Paraguai. Sempre com uma cuia de chimarrão na mão, um hábito que passou ao filho, é presença constante nas concentrações. E soube com antecedência que Renato escalaria time reserva contra o Guaraní e que Ramiro ganharia descanso no Defensores del Chaco.
— Ele me disse um dia antes. Mas não comentei com ninguém — conta Gilnei.
A confiança de Renato foi fundamental para a retomada de Ramiro. Trabalharam juntos em 2013. Embora Vanderlei Luxemburgo tenha sido o técnico que subiu o volante ao profissional, foi Renato quem o colocou para jogar no Brasileirão daquele ano, formando um qualificado tripé de meio-campo com Souza e Riveros.
No ano passado, quando o Grêmio mostrava instabilidade ao final da Era Roger Machado, Ramiro foi criticado e vaiado pela torcida pelas expulsões contra Fluminense e Atlético-PR. Mas, com Renato, tudo mudou. Ele assumiu a vaga deixada por Giuliano no time e foi peça decisiva no título da Copa do Brasil, marcando um golaço no jogo de ida das quartas de final sobre o Palmeiras.
— É claro que as críticas abalam o atleta, a família toda sofre. Mas o que o fez dar a volta por cima foi a autoconfiança. Muitas vezes, era criticado injustamente. Aí o comentário viraliza, e todos passam a ter preconceito — lembra Gilnei.
A baixa estatura foi outro preconceito que Ramiro, de 1m68cm, teve de encarar. Um dos técnicos dele no Juventude, o ex-zagueiro Picoli lembra que, no Alfredo Jaconi, o volante venceu as críticas com muita entrega em campo.
— Ele superou algumas restrições que as pessoas teimavam em ver na altura dele. Ainda existe preconceito com volante que não é alto. Pela intensidade que coloca em tudo o que faz, o Ramiro passou por cima disso — observa Picoli.
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Em termos de custo-benefício o Ramiro é um dos melhores do Grêmio.
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