Elenco do Grêmio enfrentou três jogos em seis dias (Foto: Lucas Uebel / Grêmio / Divulgação)
A eliminação do Grêmio no Gauchão após a vitória com gosto amargo sobre o Juventude trouxe à tona uma série de questionamentos ao time de Roger Machado, tanto dentro quanto fora de campo. O 3 a 1 e a supremacia dizem que, em campo, o Tricolor teve mais qualidade. Mas também deixam claro que houve erros que culminaram no 2 a 0 na última quinta-feira, no Alfredo Jaconi. Não só as falhas de marcação pelo alto – problema crônico gremista –, mas também de planejamento.
Os mais citados por imprensa e torcedores indignados com a queda precoce no estadual são a demora na vacinação contra a caxumba que vitimo quatro jogadores do elenco, a mudança de data do primeiro jogo da semifinal por conta da viagem de volta ao Equador – que criou uma maratona de jogos na terça, quinta e domingo – e as escolhas de Roger para escalar a equipe nas partidas contra Toluca e Juventude.
No planejamento gremista para a série de quatro jogos decisivos, deu quase tudo certo, mas houve apenas um ponto fora da curva: a derrota em Caxias. Que ocorreu por falha da defesa em bolas aéreas. O gol na Arena marcado por Roberson foi a pá de cal para a eliminação gremista, já que a partir de então o Grêmio precisava do 4 a 1 no placar – estava com o escore de 2 a 1.
A série de jogos foi determinante na semifinal. O Grêmio pediu a mudança de data do primeiro jogo com o Juventude, que estava marcado para o dia 16, mas passou para a última quinta, dia 21. O fatídico dia que o Tricolor levou dois gols pelo alto e saiu em desvantagem.
O calendário normal também seria puxado. Após o jogo com a LDU, em Quito, uma quarta-feira, dia 13, a delegação do Grêmio desembarcou apenas na sexta-feira em Porto Alegre, pela dificuldade de malha aérea. Teria de entrar em campo sem treinar, dois dias após jogar pela Libertadores. Por isso, houve o pedido para a mudança de data.
– O Grêmio fez opção de jogar contra Toluca e contra LDU. Ainda bem que saímos de lá classificados. Esses riscos todos foram do Grêmio, de mais ninguém. Solicitamos jogar na terça e na quinta. Se tivéssemos ganho, não teria esse debate. Foram riscos assumidos pelo Grêmio, a responsabilidade é de todos nós, do Grêmio como instituição – disse o presidente Romildo Bolzan Júnior após a eliminação.
TIME E TROCAS
O pedido de mudança no calendário forçou uma mudança na equipe titular escalada por Roger Machado. Após o retorno de Quito, os jogadores tiveram tempo para treinar e recuperar-se da partida desgastante na altitude. O elenco todo estava praticamente no mesmo nível, a exceção talvez de Miller Bolaños, retornando de cirurgia para corrigir a fratura dupla na mandíbula sofrida no Gre-Nal 409, em março.
Esses riscos todos foram do Grêmio, de mais ninguém (...) Se tivéssemos ganho, não teria esse debate"
Romildo Bolzan Júnior, presidente do Grêmio
Mesmo já classificado na Libertadores, o técnico optou por enfrentar o time alternativo do Toluca com os titulares. Todos os principais jogadores gremistas estiveram em campo na vitória por 1 a 0, na Arena, que deu ao Grêmio a colocação de melhor segundo colocado. Justamente por isso, pelo resultado prático, a situação é vista como um acerto pelo Grêmio.
– Por mais que estivéssemos classificados, os três pontos nos deram uma colocação melhor na Libertadores. Somos o nono, poderíamos ter ficado entre os últimos segundos classificados. Valeu muita coisa a vitória contra o Toluca. Se colocasse a equipe toda, teria jogado terça, quinta, domingo, pesaria muito para o jogo de quarta (contra o Rosario Central). Foi feito o melhor para o Grêmio – garantiu o goleiro Marcelo Grohe.
Contra o Juventude, no primeiro jogo, Marcelo Oliveira e Douglas foram preservados e nem viajaram a Caxias do Sul. Giuliano, Luan e Ramiro foram reservas. Atuaram normalmente o goleiro Marcelo Grohe, os zagueiros Fred e Bressan, os volantes Maicon e Walace e o centroavante Bobô. Pedro Geromel foi diagnosticado com caxumba e virou desfalque.
A doença, aliás, é motivo de outra polêmica fora de campo. A maneira como o Grêmio lidou com o surto de caxumba que atingiu Porto Alegre também virou alvo de críticas dos torcedores, principalmente. O primeiro caso foi de Luan, há um mês. Desde então, mais Ramiro, Henrique Almeida e Pedro Geromel foram infectados e se transformaram em desfalques.
A vacina foi dada aos jogadores na sexta-feira, antes do jogo com o Juventude. O Grêmio justificou-se com o calendário apertado e a incerteza de que a imunização seria eficaz, por conta do vestiário já infectado e a possibilidade do vírus estar incubado em alguns jogadores. O Inter vacinou o elenco logo após saber do ocorrido com Luan e não teve jogadores atingidos. Os gremistas não imaginaram que tantos atletas não eram imunes à doença.
– Todos os protocolos de prevenção foram adotados. Além dos médicos, eu também falei com o infectologista. Debatemos. A probabilidade que tinha de mais casos depois do primeiro existia e aconteceu. Ainda pode acontecer mais. É uma incubação de 20 dias. Tomara que não aconteça mais – destacou Romildo Bolzan Júnior.
Setor tão forte do Grêmio em temporadas passadas, a defesa falhou e contribuiu significativamente para tirar o Grêmio da competição. Na Arena, Roberson conseguiu jogada pessoal antes de finalizar. Deixou Fred perdido, mas o chute saiu sem força. Tomaria à direção das mãos de Marcelo Grohe, não fosse o desvio nas costas de Bressan.
– Foi uma desatenção na saída de bola que a gente não desceu marcando pelo setor do lateral-esquerdo, fora a finalização que acabou desviando e enganando o Marcelo. Mas é um detalhe dentro do jogo. Nós criamos chances para fazer mais gols. Criamos o suficiente para reverter a vantagem – destacou Roger.
No Jaconi, foram duas bolas aéreas o problema. Na primeira, Marcelo Grohe tentou tirar de soco, a bola ricocheteou em suas mãos e tomou a direção da meta. Roberson, em cima da linha, cabeceou para o gol. O segundo foi um cruzamento de Bruno Ribeiro que Klaus aparou ao ganhar de Fred.
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No planejamento gremista para a série de quatro jogos decisivos, deu quase tudo certo, mas houve apenas um ponto fora da curva: a derrota em Caxias. Que ocorreu por falha da defesa em bolas aéreas. O gol na Arena marcado por Roberson foi a pá de cal para a eliminação gremista, já que a partir de então o Grêmio precisava do 4 a 1 no placar – estava com o escore de 2 a 1.
A série de jogos foi determinante na semifinal. O Grêmio pediu a mudança de data do primeiro jogo com o Juventude, que estava marcado para o dia 16, mas passou para a última quinta, dia 21. O fatídico dia que o Tricolor levou dois gols pelo alto e saiu em desvantagem.
O calendário normal também seria puxado. Após o jogo com a LDU, em Quito, uma quarta-feira, dia 13, a delegação do Grêmio desembarcou apenas na sexta-feira em Porto Alegre, pela dificuldade de malha aérea. Teria de entrar em campo sem treinar, dois dias após jogar pela Libertadores. Por isso, houve o pedido para a mudança de data.
– O Grêmio fez opção de jogar contra Toluca e contra LDU. Ainda bem que saímos de lá classificados. Esses riscos todos foram do Grêmio, de mais ninguém. Solicitamos jogar na terça e na quinta. Se tivéssemos ganho, não teria esse debate. Foram riscos assumidos pelo Grêmio, a responsabilidade é de todos nós, do Grêmio como instituição – disse o presidente Romildo Bolzan Júnior após a eliminação.
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O pedido de mudança no calendário forçou uma mudança na equipe titular escalada por Roger Machado. Após o retorno de Quito, os jogadores tiveram tempo para treinar e recuperar-se da partida desgastante na altitude. O elenco todo estava praticamente no mesmo nível, a exceção talvez de Miller Bolaños, retornando de cirurgia para corrigir a fratura dupla na mandíbula sofrida no Gre-Nal 409, em março.
Esses riscos todos foram do Grêmio, de mais ninguém (...) Se tivéssemos ganho, não teria esse debate"
Romildo Bolzan Júnior, presidente do Grêmio
Mesmo já classificado na Libertadores, o técnico optou por enfrentar o time alternativo do Toluca com os titulares. Todos os principais jogadores gremistas estiveram em campo na vitória por 1 a 0, na Arena, que deu ao Grêmio a colocação de melhor segundo colocado. Justamente por isso, pelo resultado prático, a situação é vista como um acerto pelo Grêmio.
– Por mais que estivéssemos classificados, os três pontos nos deram uma colocação melhor na Libertadores. Somos o nono, poderíamos ter ficado entre os últimos segundos classificados. Valeu muita coisa a vitória contra o Toluca. Se colocasse a equipe toda, teria jogado terça, quinta, domingo, pesaria muito para o jogo de quarta (contra o Rosario Central). Foi feito o melhor para o Grêmio – garantiu o goleiro Marcelo Grohe.
Contra o Juventude, no primeiro jogo, Marcelo Oliveira e Douglas foram preservados e nem viajaram a Caxias do Sul. Giuliano, Luan e Ramiro foram reservas. Atuaram normalmente o goleiro Marcelo Grohe, os zagueiros Fred e Bressan, os volantes Maicon e Walace e o centroavante Bobô. Pedro Geromel foi diagnosticado com caxumba e virou desfalque.
A doença, aliás, é motivo de outra polêmica fora de campo. A maneira como o Grêmio lidou com o surto de caxumba que atingiu Porto Alegre também virou alvo de críticas dos torcedores, principalmente. O primeiro caso foi de Luan, há um mês. Desde então, mais Ramiro, Henrique Almeida e Pedro Geromel foram infectados e se transformaram em desfalques.
A vacina foi dada aos jogadores na sexta-feira, antes do jogo com o Juventude. O Grêmio justificou-se com o calendário apertado e a incerteza de que a imunização seria eficaz, por conta do vestiário já infectado e a possibilidade do vírus estar incubado em alguns jogadores. O Inter vacinou o elenco logo após saber do ocorrido com Luan e não teve jogadores atingidos. Os gremistas não imaginaram que tantos atletas não eram imunes à doença.
– Todos os protocolos de prevenção foram adotados. Além dos médicos, eu também falei com o infectologista. Debatemos. A probabilidade que tinha de mais casos depois do primeiro existia e aconteceu. Ainda pode acontecer mais. É uma incubação de 20 dias. Tomara que não aconteça mais – destacou Romildo Bolzan Júnior.
Setor tão forte do Grêmio em temporadas passadas, a defesa falhou e contribuiu significativamente para tirar o Grêmio da competição. Na Arena, Roberson conseguiu jogada pessoal antes de finalizar. Deixou Fred perdido, mas o chute saiu sem força. Tomaria à direção das mãos de Marcelo Grohe, não fosse o desvio nas costas de Bressan.
– Foi uma desatenção na saída de bola que a gente não desceu marcando pelo setor do lateral-esquerdo, fora a finalização que acabou desviando e enganando o Marcelo. Mas é um detalhe dentro do jogo. Nós criamos chances para fazer mais gols. Criamos o suficiente para reverter a vantagem – destacou Roger.
No Jaconi, foram duas bolas aéreas o problema. Na primeira, Marcelo Grohe tentou tirar de soco, a bola ricocheteou em suas mãos e tomou a direção da meta. Roberson, em cima da linha, cabeceou para o gol. O segundo foi um cruzamento de Bruno Ribeiro que Klaus aparou ao ganhar de Fred.
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