Miller Bolaños e "Neymar Equatoriano" na seleção sub-15 do Equador em 2004 (Foto: Arquivo Pessoal)
Desde que chegou ao Equador, há quase uma semana, o Grêmio convive com uma pergunta: "E Miller, como está?". Por toda a parte, os equatorianos procuram informações sobre uma de suas estrelas. Muitas delas que têm uma mesma origem: o Deportivo Caribe Júnior, clube pequeno de uma província do Equador incrustada no meio da Floresta Amazônica. O time tem apenas o intuito de ajudar jovens necessitados, mas até hoje guarda relíquias dos primeiros passos do atacante gremista no futebol, um dos grandes equatorianos lá formados.
O Caribe Júnior fica na província de Sucúmbios, distante cerca de 300km de Quito (mas uma viagem que dura cerca de 10h de ônibus, por conta das montanhas). Sua cidade é Lago Agrio, próximo de Nueva Loja, quase na fronteira com a Colômbia, com cerca de 100 mil habitantes. Circundado pela Floresta Amazônica, o município é bastante procurado pelo turismo para incursões na natureza.
Foi lá que Bolaños passou a viver com uma tia quando tinha sete anos. Em uma de tantas tardes as quais preenchia com o futebol jogado na rua, foi visto por Alfredo Orellana, dono do clube. Recebeu o convite para jogar pela equipe, que não tem categoria profissional – somente acolhe jovens de 11 a 18 anos. Seu caráter é totalmente social. Porém, pode se orgulhar de ter formado jogadores como os irmãos Antônio Valencia, do Manchester United, e Enner Valencia, do West Ham, Miller e Fidel Martínez, do Pumas, do México, conhecido como "Neymar Equatoriano", entre outros.
– Nós somos de formação, fazemos um trabalho de quatro ou cinco anos e mandamos os meninos aos times profissionais. Não trabalhamos para que a gente suba de divisão. O interesse é formar e ajudar os meninos pobres. Damos moradia, alimentação, estudo, se quiserem. É o trabalho, competimos a nível de bairro. Não ganhamos nada. Fazemos um trabalho porque gostamos de futebol – disse Orellana ao GloboEsporte.com.
http://s2.glbimg.com/Ri2M-VnbkbDxDQtVb54cLSrGho8=/99x100:1120x676/690x390/s.glbimg.com/es/ge/f/original/2016/04/13/bolanos2.jpg
O hoje atacante do Grêmio cresceu sob a tutela de Orellana. Virou quase um filho, como o próprio define Miller. O dono do clube tem um hotel na cidade e hospeda os jogadores ali. São atualmente 50 crianças participando do projeto, que conta com treinadores voluntários da Associação de Futebol de Sucúmbios e um contratado. Bolaños só sairia de lá com 15 anos, rumo ao Barcelona, de Guayaquil, time do coração do "segundo pai". O irmão Alex também foi jogar lá - hoje veste a camisa do Aucas, de Quito.
– Estiveram alguns anos sob meus cuidados. Eles saíram do nada, não tinham nada, nós os apoiamos. Fui como um pai para o MIller, especialmente. Tenho um hotel aqui. Esse hotel é meu, então, tenho os meninos ali. Estava aqui comigo, era como se fosse meu filho. Dei a ele estudo, roupas, sapatos, tudo. Até que o mandei ao Barcelona – relembra o dono do clube.
O Caribe Júnior também usa os mecanismos de solidariedade para sobreviver. Recebeu, recentemente, dinheiro da transferência de Enner Valencia. E cobra do Grêmio um montante da ida de Bolaños para o Rio Grande do Sul - foram R$ 20 milhões pagos ao Emelec para ter o atacante, a maior contratação do Grêmio no ano. No clube, as crianças cumprem uma rotina diária de estudos pela manhã e treinos de segunda a sexta.
Antes da transferência do jogador para o Grêmio, Orellana falou pela última vez com Miller. Disse para o atleta que saísse do Equador rumo ao Brasil, porque tinha qualidade para isso. Aconselhou-o a rechaçar uma proposta de US$ 80 mil mensais para ficar no Emelec. Acredita que, ao final deste ano, o jogador será vendido para algum mercado europeu.
– Mal para o estudo, bom para o futebol. Dizia que ele tinha que jogar no exterior. Levei ele de avião para uma partida no Brasil, entre Brasil e Equador. Disse que seria um grande futebolista, era e ainda é. Quando jovem, era muito inquieto, bravo. Não gostava de perder – relata.
Miller Bolaños jogava competições pelo Caribe Júnior até ser oferecido ao Barcelona, com uma série de outros jovens, por Orellana. A partir daí, a história é conhecida. Estreou com 17 anos, teve problemas fora de campo e rodou por LDU e Chivas USA antes de brilhar pelo Emelec.
O equatoriano está fora da partida em seu próprio país, embora ainda chame atenção. Todos os jornalistas perguntam por ele. O médico da seleção equatoriana também questionou o médico gremista Felipe Do Canto em um treinamento no CT da Federação. Na mídia, destaque para o retorno aos treinamentos com bola do jogador, no final da semana passada, após sofrer a cotovelada de William no Gre-Nal 409.
Inclusive, os jornais locais também deram espaço para a declaração do médico Paulo Rabaldo ao GloboEsporte.com, afirmando que o jogador perdeu 10% de massa muscular, embora já tenha recuperado parte dos músculos. A expectativa é que esteja em condições de atuar contra o Toluca, no dia 19, na Arena.
Em meio à Floresta Amazônica, Miller cresceu para o futebol. Passou a levar a sério o que fazia de brincadeira nas ruas de San Lorenzo, em Esmeraldas, local onde nasceu. Em Lago Agrio, teve a ajuda e o carinho de um clube que até hoje só quer dar chances a garotos que não as têm.
VEJA TAMBÉM
- Calote não! Grêmio rompe com a Alfabet e busca substituto imediato para estampar a camisa em 2026!
- Agora é oficial! Luís Castro chega ao Grêmio com projeto gigante e revoluciona toda a estrutura do clube!
- Felipão, portugueses e reforços fora de campo: veja a nova comissão do Grêmio
O Caribe Júnior fica na província de Sucúmbios, distante cerca de 300km de Quito (mas uma viagem que dura cerca de 10h de ônibus, por conta das montanhas). Sua cidade é Lago Agrio, próximo de Nueva Loja, quase na fronteira com a Colômbia, com cerca de 100 mil habitantes. Circundado pela Floresta Amazônica, o município é bastante procurado pelo turismo para incursões na natureza.
Foi lá que Bolaños passou a viver com uma tia quando tinha sete anos. Em uma de tantas tardes as quais preenchia com o futebol jogado na rua, foi visto por Alfredo Orellana, dono do clube. Recebeu o convite para jogar pela equipe, que não tem categoria profissional – somente acolhe jovens de 11 a 18 anos. Seu caráter é totalmente social. Porém, pode se orgulhar de ter formado jogadores como os irmãos Antônio Valencia, do Manchester United, e Enner Valencia, do West Ham, Miller e Fidel Martínez, do Pumas, do México, conhecido como "Neymar Equatoriano", entre outros.
– Nós somos de formação, fazemos um trabalho de quatro ou cinco anos e mandamos os meninos aos times profissionais. Não trabalhamos para que a gente suba de divisão. O interesse é formar e ajudar os meninos pobres. Damos moradia, alimentação, estudo, se quiserem. É o trabalho, competimos a nível de bairro. Não ganhamos nada. Fazemos um trabalho porque gostamos de futebol – disse Orellana ao GloboEsporte.com.
http://s2.glbimg.com/Ri2M-VnbkbDxDQtVb54cLSrGho8=/99x100:1120x676/690x390/s.glbimg.com/es/ge/f/original/2016/04/13/bolanos2.jpg
O hoje atacante do Grêmio cresceu sob a tutela de Orellana. Virou quase um filho, como o próprio define Miller. O dono do clube tem um hotel na cidade e hospeda os jogadores ali. São atualmente 50 crianças participando do projeto, que conta com treinadores voluntários da Associação de Futebol de Sucúmbios e um contratado. Bolaños só sairia de lá com 15 anos, rumo ao Barcelona, de Guayaquil, time do coração do "segundo pai". O irmão Alex também foi jogar lá - hoje veste a camisa do Aucas, de Quito.
– Estiveram alguns anos sob meus cuidados. Eles saíram do nada, não tinham nada, nós os apoiamos. Fui como um pai para o MIller, especialmente. Tenho um hotel aqui. Esse hotel é meu, então, tenho os meninos ali. Estava aqui comigo, era como se fosse meu filho. Dei a ele estudo, roupas, sapatos, tudo. Até que o mandei ao Barcelona – relembra o dono do clube.
O Caribe Júnior também usa os mecanismos de solidariedade para sobreviver. Recebeu, recentemente, dinheiro da transferência de Enner Valencia. E cobra do Grêmio um montante da ida de Bolaños para o Rio Grande do Sul - foram R$ 20 milhões pagos ao Emelec para ter o atacante, a maior contratação do Grêmio no ano. No clube, as crianças cumprem uma rotina diária de estudos pela manhã e treinos de segunda a sexta.
Antes da transferência do jogador para o Grêmio, Orellana falou pela última vez com Miller. Disse para o atleta que saísse do Equador rumo ao Brasil, porque tinha qualidade para isso. Aconselhou-o a rechaçar uma proposta de US$ 80 mil mensais para ficar no Emelec. Acredita que, ao final deste ano, o jogador será vendido para algum mercado europeu.
– Mal para o estudo, bom para o futebol. Dizia que ele tinha que jogar no exterior. Levei ele de avião para uma partida no Brasil, entre Brasil e Equador. Disse que seria um grande futebolista, era e ainda é. Quando jovem, era muito inquieto, bravo. Não gostava de perder – relata.
Miller Bolaños jogava competições pelo Caribe Júnior até ser oferecido ao Barcelona, com uma série de outros jovens, por Orellana. A partir daí, a história é conhecida. Estreou com 17 anos, teve problemas fora de campo e rodou por LDU e Chivas USA antes de brilhar pelo Emelec.
O equatoriano está fora da partida em seu próprio país, embora ainda chame atenção. Todos os jornalistas perguntam por ele. O médico da seleção equatoriana também questionou o médico gremista Felipe Do Canto em um treinamento no CT da Federação. Na mídia, destaque para o retorno aos treinamentos com bola do jogador, no final da semana passada, após sofrer a cotovelada de William no Gre-Nal 409.
Inclusive, os jornais locais também deram espaço para a declaração do médico Paulo Rabaldo ao GloboEsporte.com, afirmando que o jogador perdeu 10% de massa muscular, embora já tenha recuperado parte dos músculos. A expectativa é que esteja em condições de atuar contra o Toluca, no dia 19, na Arena.
Em meio à Floresta Amazônica, Miller cresceu para o futebol. Passou a levar a sério o que fazia de brincadeira nas ruas de San Lorenzo, em Esmeraldas, local onde nasceu. Em Lago Agrio, teve a ajuda e o carinho de um clube que até hoje só quer dar chances a garotos que não as têm.
VEJA TAMBÉM
- Calote não! Grêmio rompe com a Alfabet e busca substituto imediato para estampar a camisa em 2026!
- Agora é oficial! Luís Castro chega ao Grêmio com projeto gigante e revoluciona toda a estrutura do clube!
- Felipão, portugueses e reforços fora de campo: veja a nova comissão do Grêmio

Comentários
Enviar Comentário
Aplicativo Gremio Avalanche
Leia também
Prioridade: Análise Por Um Meia Criativo Titular Após Acerto Com Luis Castro.
Grêmio confirma volta de campeão da Libertadores
Grêmio define meia como nova prioridade após acerto com Luis Castro.
Grêmio encaminha retorno de campeão da Libertadores para comandar equipe de base.
Novo técnico do Grêmio: conheça as características de Luís Castro
Grêmio anuncia contratação de Luís Castro e recebe apoio de Felipão.
Luís Castro elogia "história rica" do Grêmio e é recebido por Felipão
Felipão Envio Mensagem de Apoio a Luís Castro após Acerto com Grêmio
Grêmio duela com Santos na semifinal da Copinha Feminina
Grêmio busca reforços na base em país da Copa do Mundo.
Grêmio negocia novo patrocinador máster para temporada 2026.