Foto: Anderson Fetter / Agencia RBS
De camisa social azul, próxima ao tom celeste do clássico uniforme do Uruguai, Rui Costa mira a pequena xícara branca de expresso forte, se apruma na mesa de canto, pensa uns segundos e diz:
— O jogo com a LDU é emblemático. Pode abrir ou fechar portas importantes. Um bom resultado nos dá fôlego. Uma derrota pode alimentar uma crise. Fazer o clube rever seu projeto da temporada.
A vida do Grêmio em 2016 será balizado pela segunda partida da fase de grupos da Libertadores — dia 13 do mês que vem, nos 2,8 mil metros de altura de Quito. Altitude é um tabu mundial quando jogos são marcados em estádios do México, da Bolívia ou do Equador.
Afeta a cabeça dos atletas estrangeiros antes mesmo que eles botem seus ricos pés nas escadas equatorianas do Aeroporto Mariscal Sucre. O medo bate durante os imprevisíveis efeitos do ar rarefeito, como falta de ar, tontura, enjoo e dor de cabeça.
— Um clube como o Grêmio não poderá cair nesta fase. Ninguém aceita. É muito prematuro. Seria ruim demais para quem vive um período sem títulos. Por outro lado, um resultado legal nos dará ânimo e mais força ainda. Confiança.
Chove forte na rua, clássica temperatura de Porto Alegre quando o outono começa a substituir o verão. Pergunto ao diretor executivo de futebol gremista, desde 2013 no cargo, sempre com papel de protagonista, se teme que uma possível crise poderá atingi-lo, trazer raios e trovões. Atrapalhar seus planos na Arena.
— Já atuei dos dois lados. Fui conselheiro, diretor jurídico e dirigente amador. Sou profissional hoje. Continuo torcedor, sem um comportamento de torcedor, mas não quero voltar ao passado. Tenho a confiança do presidente Romildo Bolzan Junior. Meu contrato não tem nem multa rescisória.
Rui sentiu a ira da torcida depois de alguns maus resultados. As redes sociais nem sempre são legais com ele — mas com quem são mesmo?
— Aceito a crítica da imprensa e da torcida. Conheço o ônus e o bônus da profissão. Não tolero agressões verbais como a que sofri de um torcedor quando caminhava com meus filhos (os gêmeos Antônio e Cecília). Aí, é demais. Sou da zona norte, do Passo D'Areia e do IAPI e sei me virar, só não posso aceitar a falta de educação.
O olhar de Rui, sempre um otimista, mira o futuro. Depois trabalhar ao lado de Vanderlei Luxemburgo, Renato, Enderson Moreira e Felipão, ele encontrou Roger Machado:
— Ele tem um pouco do melhor destes quatro treinadores. É um profissional conectado com o futebol que nos observamos nas equipes mais competitivas da Europa. Faz o mesmo que José Mourinho ou Pep Guardiola. Questione aos jogadores que atuaram por lá, como Geromel e Giuliano. Eles só confirmarão o que eu digo.
Pergunto se Roger está blindado? Será ele imune a uma sequência de resultados frustrantes? O entrevistado sacode a cabeça, afasta a taça de café e fala:
— O contrato dele é de dois anos. Mesmo jovem, seu trabalho é uma referência no Brasil. Ele tem tudo para ser um novo Tite, a quem admira demais. O Roger é um treindor ambicioso, deseja títulos. Se preparou, estudou, mas não se acha maior do que o clube. Ele tem grande futuro, e o Grêmio sabe.
Quando pergunto como Roger se comporta no vestiário, no emaranhado dos sistemas de jogo, ele abre um sorriso. Larga outro elogio.
— É um dos melhores que vi nos vestiários.
Quero saber se o atleta brasileiro, acusado de não se preocupar muito com questões táticas, de imaginar que tudo se reduz ao drible, não boceja durante as explanações.
— Ele é claro nas preleções. Alcança o comprometimento de todos. Não é escravo de um só esquema, oferece alternativas. Muitas vezes, o jogador é movido por sinais e não por palavras. O atleta sabe se o treinador domina o trabalho ou não. O grupo é inteligente. Capta e gosta do que Roger fala. Está com ele.
A falta de dinheiro é um problema sério, o que afeta as contratações e atinge o amanhã do clube. Rui tentará puxar para o departamento de futebol um naco da verba que o Grêmio receberá da TV Globo.
— Vamos reforçar o sistema defensivo se alcançarmos a outra fase da Libertadores. Caso contrário, também investiremos. Temos um Brasileirão e uma Copa do Brasil pela frente. Confio no grupo. Contamos com jovens qualificados e jogadores experientes. Precisamos buscar gente rodada, capaz de enfrentar qualquer adversário em qualquer circunstâncias.
Fã de livros sobre futebol, Rui mergulhou nas obras recentes dos técnicos Marcelo Bielsa e Juan Carlos Osorio depois de ler o que disse Pep Guardiola.
— A teoria deles me diz que o trabalho de Roger está certo, que nosso grupo é bom e que um título importante está perto.
Rui está confiante. Cada vez que fala em Miller Bolaños, machucado no Gre-Nal, seu tom de voz muda.
— Perdemos nosso diferencial.
Mas Rui ri sozinho quando pensa em unir Miller, Luan, Lincoln e Walace no time. Ele é quem pergunta agora.
— Qual time do mundo que não gostaria de ter o quarteto?
Rui sonha. Pede que todos os gremistas o sigam, o ajudem.
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De camisa social azul, próxima ao tom celeste do clássico uniforme do Uruguai, Rui Costa mira a pequena xícara branca de expresso forte, se apruma na mesa de canto, pensa uns segundos e diz:
— O jogo com a LDU é emblemático. Pode abrir ou fechar portas importantes. Um bom resultado nos dá fôlego. Uma derrota pode alimentar uma crise. Fazer o clube rever seu projeto da temporada.
A vida do Grêmio em 2016 será balizado pela segunda partida da fase de grupos da Libertadores — dia 13 do mês que vem, nos 2,8 mil metros de altura de Quito. Altitude é um tabu mundial quando jogos são marcados em estádios do México, da Bolívia ou do Equador.
Afeta a cabeça dos atletas estrangeiros antes mesmo que eles botem seus ricos pés nas escadas equatorianas do Aeroporto Mariscal Sucre. O medo bate durante os imprevisíveis efeitos do ar rarefeito, como falta de ar, tontura, enjoo e dor de cabeça.
— Um clube como o Grêmio não poderá cair nesta fase. Ninguém aceita. É muito prematuro. Seria ruim demais para quem vive um período sem títulos. Por outro lado, um resultado legal nos dará ânimo e mais força ainda. Confiança.
Chove forte na rua, clássica temperatura de Porto Alegre quando o outono começa a substituir o verão. Pergunto ao diretor executivo de futebol gremista, desde 2013 no cargo, sempre com papel de protagonista, se teme que uma possível crise poderá atingi-lo, trazer raios e trovões. Atrapalhar seus planos na Arena.
— Já atuei dos dois lados. Fui conselheiro, diretor jurídico e dirigente amador. Sou profissional hoje. Continuo torcedor, sem um comportamento de torcedor, mas não quero voltar ao passado. Tenho a confiança do presidente Romildo Bolzan Junior. Meu contrato não tem nem multa rescisória.
Rui sentiu a ira da torcida depois de alguns maus resultados. As redes sociais nem sempre são legais com ele — mas com quem são mesmo?
— Aceito a crítica da imprensa e da torcida. Conheço o ônus e o bônus da profissão. Não tolero agressões verbais como a que sofri de um torcedor quando caminhava com meus filhos (os gêmeos Antônio e Cecília). Aí, é demais. Sou da zona norte, do Passo D'Areia e do IAPI e sei me virar, só não posso aceitar a falta de educação.
O olhar de Rui, sempre um otimista, mira o futuro. Depois trabalhar ao lado de Vanderlei Luxemburgo, Renato, Enderson Moreira e Felipão, ele encontrou Roger Machado:
— Ele tem um pouco do melhor destes quatro treinadores. É um profissional conectado com o futebol que nos observamos nas equipes mais competitivas da Europa. Faz o mesmo que José Mourinho ou Pep Guardiola. Questione aos jogadores que atuaram por lá, como Geromel e Giuliano. Eles só confirmarão o que eu digo.
Pergunto se Roger está blindado? Será ele imune a uma sequência de resultados frustrantes? O entrevistado sacode a cabeça, afasta a taça de café e fala:
— O contrato dele é de dois anos. Mesmo jovem, seu trabalho é uma referência no Brasil. Ele tem tudo para ser um novo Tite, a quem admira demais. O Roger é um treindor ambicioso, deseja títulos. Se preparou, estudou, mas não se acha maior do que o clube. Ele tem grande futuro, e o Grêmio sabe.
Quando pergunto como Roger se comporta no vestiário, no emaranhado dos sistemas de jogo, ele abre um sorriso. Larga outro elogio.
— É um dos melhores que vi nos vestiários.
Quero saber se o atleta brasileiro, acusado de não se preocupar muito com questões táticas, de imaginar que tudo se reduz ao drible, não boceja durante as explanações.
— Ele é claro nas preleções. Alcança o comprometimento de todos. Não é escravo de um só esquema, oferece alternativas. Muitas vezes, o jogador é movido por sinais e não por palavras. O atleta sabe se o treinador domina o trabalho ou não. O grupo é inteligente. Capta e gosta do que Roger fala. Está com ele.
A falta de dinheiro é um problema sério, o que afeta as contratações e atinge o amanhã do clube. Rui tentará puxar para o departamento de futebol um naco da verba que o Grêmio receberá da TV Globo.
— Vamos reforçar o sistema defensivo se alcançarmos a outra fase da Libertadores. Caso contrário, também investiremos. Temos um Brasileirão e uma Copa do Brasil pela frente. Confio no grupo. Contamos com jovens qualificados e jogadores experientes. Precisamos buscar gente rodada, capaz de enfrentar qualquer adversário em qualquer circunstâncias.
Fã de livros sobre futebol, Rui mergulhou nas obras recentes dos técnicos Marcelo Bielsa e Juan Carlos Osorio depois de ler o que disse Pep Guardiola.
— A teoria deles me diz que o trabalho de Roger está certo, que nosso grupo é bom e que um título importante está perto.
Rui está confiante. Cada vez que fala em Miller Bolaños, machucado no Gre-Nal, seu tom de voz muda.
— Perdemos nosso diferencial.
Mas Rui ri sozinho quando pensa em unir Miller, Luan, Lincoln e Walace no time. Ele é quem pergunta agora.
— Qual time do mundo que não gostaria de ter o quarteto?
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