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Técnico diz que United tentou levar herói adolescente do Grêmio e nega que ele seja 'malcriado'


Fonte: ESPN

Técnico diz que United tentou levar herói adolescente do Grêmio e nega que ele seja malcriado
Herói do Grêmio na noite da última terça-feira, quando marcou o chorado gol do empate por 1 a 1 com o San Lorenzo-ARG, fora de casa, pela Libertadores, o jovem meia-atacante Lincoln, de apenas 17 anos, teve que conviver desde a base com a fama de "mascarado" e "malcriado", que surgiu após entrevista do ex-treinador das seleções brasileiras de base, Alexandre Gallo. Uma fama completamente injusta, segundo o técnico que lapidou o diamante tricolor.

De acordo com Gabardo Júnior, que trabalhou com Lincoln por quatro anos nas canteras gremistas, o episódio no qual supostamente o atleta teria se recusado a lhe dar a mão após uma substituição nunca aconteceu. Por causa da declaração de Gallo, porém, o menino deixou de ser convocado para a seleção brasileira que disputou a Copa das Nações de 2013.

"Isso foi um total mal entendido. Ele saiu bravo do jogo porque estávamos mal, quando o substutuí. Ele saiu pelo lado do campo, até porque era um jogo curto, de dois tempos de 20 minutos, e ele saiu rápido pra gente não perder tempo. O Gallo achou isso (que Lincoln se recusou a cumprimentar Gabardo), mas não foi isso que aconteceu", garante o técnico, em entrevista ao ESPN.com.br.

Gallo, que barrou brincos e bonés coloridos nas seleções de base, também criticou Lincoln por usar um cabelo estilizado com a letra L, de seu nome, e o número 10, que usava antigamente. Segundo seu ex-treinador, isso realmente causou problemas.

"Era um torneio sub-15, o Lincoln fez aquilo no cabelo, e o Gallo estava lá para observar. Quando a gente da comissão viu, não dava mais tempo de cortar. Falamos para ele tirar, chamamos a atenção pro fato de o Gallo não gostar disso, mas aí era tarde. O Gallo até veio conversar, eu expliquei, mas ele não gostou", lamenta.

O recado foi entendido: dali em diante, Lincoln adotou o cabelo raspado, sempre curto, assim como entrou em campo na Argentina. Algum tempo depois, o meia-atacante voltou à seleção e, na Copa do Mundo sub-17 de 2015, foi capitão do time brasileiro.

"Ele tem muita personalidade, mas é totalmente de grupo, humilde, treina muito, não tem nada de 'mala'. Ao contrário!", assegura Gabardo.

"Desde pequeno ele mostra talento, mas também treina demais. No Gre-Nal sub-17, por exemplo, a gente não ganhava havia cinco anos. Vencemos e ganhamos o título graças a uma falta cobrada por ele, depois de passar dias e dias treinando", revela.

"Além de tudo, é muito bom aluno, nunca tivemos problemas. Sempre teve notas boas e nunca dava trabalho. Sempre tinha reunião com a assistente social e as psicólogas elas elogiavam, diziam que é um menino muito bom", completa.

Manchester United quase levou

Lincoln despertou o interesse dos gigantes europeus logo cedo. Segundo Garbardo Júnior, o Manchester United, da Inglaterra, tentou levar o diamante gremista no ano passado. Jornais como o Daily Star, o Express e o Metro especularam muito, mas, de acordo com o técnico, nada oficial chegou para o Grêmio.

"O Manchester United e um time da Espanha queriam contratá-lo quando ele estava na base, mas o Grêmio nunca quis liberar. Teve muita especulação sempre, quando ele voltava dos jogos da seleção sempre vinha alguma notícia. Mas dentro do Grêmio nunca teve nada de oficial, só boatos de que ele sairia", afirma.

Lincoln também chamou a atenção do técnico Luiz Felipe Scolari em 2014, em um treino junto aos reservas do grupo principal. O ex-treinador da seleção gostou tanto do que viu que queria o jogador no profissional no mesmo instante.

O jovem, porém, não tinha 16 anos ainda e sequer assinara contrato profissional, algo que só aconteceu em dezembro daquele ano - o vínculo é válido até 2017.

Para Gabardo, no entanto, Lincoln sabe lidar bem com o assédio da mídia, de empresários e de clubes europeus, já que tem personalidade forte. Parte dessa força veio da triste experiência de perder o pai quando ainda tinha nove anos de idade.

"Ele sempre foi o mais novo das categorias de base. Fez o gol do título da Copa BH sub-15 contra o Cruzeiro, jogou muito naquele dia. Ele vem de origem humilde, perdeu o pai muito novo, e nós do clube fomos um ponto de referência para ele. Ajudamos a mãe a criar o menino, juntamente com o David, irmão mais velho dele", conta.

Com apenas 14 anos, o Grupo Sonda passou a cuidar da carreira do garoto e lhe deu R$ 400 mil. "Na época, ele ganhou um bom dinheiro e tirou a família de um bairro muito pobre de Porto Alegre, mas isso nunca mexeu com a cabeça dele. É muito tranquilo, não mudou amizades, ele anda com os meninos do bairro e frequenta os mesmos lugares. É gratificante ver que não mudou em nada", garante.

"Ele tem uma personalidade muito forte. Até comentei que ele ia aguentar o tranco da Libertadores porque sempre se impôs em momentos difíceis. O Lincoln sempre falava que ia para o profissional, falava para mim de brincaidera: 'Me coloca lá que eu jogo melhor que os caras'. Ele confia muito em si, e isso ajuda demais", acrescenta.

Para Gabardo, Lincoln se acostumou desde cedo a ser um "novo Neymar".

"Qualquer lugar que a gente ia já queriam saber quem era o Lincoln, sempre chamou muita atenção, de torcedores, empresários, tudo mais. Sempre precisamos blindar para proteger e ele não perder o foco. Sempre foi badalado desde pequeno, mas saba lidar. É algo semelhante ao que sempre aconteceu com o Neymar. Quando íamos enfrentar o Neymar na base, todos sabiam quem era. Com o Lincoln sempre foi igual", finaliza.

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