Foto: Eduardo Moura
Acabados os primeiros 90 minutos da final da Copa do Brasil, não se vê lastro para projetar uma reviravolta a favor do Grêmio contra o Palmeiras, no próximo domingo, em São Paulo. Eu sei, ler isso nas primeiras linhas desse texto é dolorido. A derrota por 1 a 0 em Porto Alegre é um dos pontos, mas talvez o menor da lista.
O futebol apresentado pelo Tricolor ainda está preso nas entranhas de uma promessa vazia e é o centro do problema. Evidentemente, o Grêmio tem capacidade de ser campeão da sua sexta Copa do Brasil.
No entanto, após assistir ao primeiro encontro dos finalistas, é muito difícil entender como isso ocorreria. Urge ao time olhar para os problemas internos e enfim praticar a tão prometida melhora.
O técnico Renato Portaluppi pouco explicou sobre a derrota na Arena. Também disse que o Grêmio jogou bem. Nem se quisesse conseguiria justificar a entrada de Ferreira só aos 25 minutos do segundo tempo.
O atacante foi o sopro de vida ao time. Em três minutos em campo, havia obrigado Weverton a fazer sua primeira defesa.
— Você tem que ver o que está acontecendo no mundo todo. O Barcelona ficou quatro jogos sem vencer. Vejo todas as equipes jogando mal. Por que o Grêmio tem que jogar sempre bem? Não achei que o Grêmio jogou mal. Nenhuma das duas equipes criou situações. Foi um descuido nosso. Palmeiras e Santos, final de Libertadores, se você buscar os melhores momentos, vai ser difícil — justificou Renato.
Tudo o que foi visto nos primeiros 90 minutos da decisão, o Grêmio já havia mostrado em 2020. Vinha junto com a promessa de um time "diferente" e de um "vamos melhorar". Pois a hora chegou e nada se materializou.
Não houve nem ao menos aqueles espaços sonegados ao rival como foi visto na semi contra o São Paulo, no Morumbi. Porque o Verdão criou, sim, diferente da explicação de Renato.
Pouca inspiração e "mole"
Até as (tardias) substituições, o Grêmio tinha passado por uma primeira etapa relativamente boa. Depois de um início instável, manteve a posse de bola e rondou a área do Palmeiras.
Ali, parecia promissor. Mas era um recado: faltava repertório para penetrar na defesa rival. O perigo maior foi em chute de Alisson, de longe.
Neste contexto, o Grêmio "deu mole", nas palavras de Renato, e saiu atrás em uma bola parada. O treinador não disse, mas o ge explica: autor do gol, Gustavo Gómez era responsabilidade de Paulo Miranda no escanteio. Kannemann perseguia Felipe Melo.
O capitão palmeirense fez um movimento e, assim, colocou-se ele e o argentino como um bloqueio intransponível para Miranda continuar na marcação. Resultado: Gómez fuzilou Paulo Victor de cabeça, quase dentro da pequena área.
Como a marcação gremista é individual, o jogador é levado para onde o adversário quiser dentro da área. Basta que ele se movimente. Foi a jogada tão comemorada por Melo com sua comissão técnica.
Segundo tempo só piora
O Palmeiras já estava confortável no jogo. Ficou mais ainda com o
placar favorável. Voltou do intervalo com a linha de cinco defensores consolidada. O Grêmio, então, teve desempenho pior em relação ao primeiro tempo. Não conseguia proximidade com a área pelo posicionamento rival.
Jean Pyerre recuava para trocar passes com Matheus Henrique e Maicon, antes deste ser substituído, e isso tirou agressividade da equipe. Pelas pontas, não havia vitória pessoal, já que Pepê estava em noite para esquecer. Coube a Ferreira acrescentar isso, mas só com 25 minutos por jogar, já contabilizados os acréscimos.
Mesmo antes de ter Luan expulso, o time de Abel Ferreira já se postava compacto. Isso só aumentou quando o zagueiro acertou Diego Souza e deixou o Palmeiras com um a menos.
Os dois laterais gremistas também pouco trabalharam para abrir a defesa rival. Por dentro ou como pontas, não tiveram vitória pessoal e nem fizeram jogadas de combinação. Vanderson entrou e deu um teor mais agressivo pela direita. Ocupou uma faixa mais avançada, ao menos.
Pepê precisa circular muito pelo meio quando Jean Pyerre recua. Os dois movimentos acabam ligados. Mas para o Grêmio era melhor alongar o campo e colocar o atacante e sua velocidade com mais espaço. Um ou outro drible e Pepê, como Ferreira, poderia ter levado mais perigo.
Restam seis dias para o Grêmio esgotar a sua possibilidade de ganhar um título de relevância em 2020. Não há hoje uma amostragem que gere otimismo. Mas o placar e um jogo ainda por acontecer dão esperança de um final aparentemente improvável para os gaúchos.
Com a derrota por 1 a 0, o Grêmio precisa de uma vitória por um gol de diferença para levar o jogo para os pênaltis ou por dois gols para ser campeão da Copa do Brasil no Allianz Parque, dia 7 de março, às 18h.
Grêmio, Copa do Brasil, Análise
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O futebol apresentado pelo Tricolor ainda está preso nas entranhas de uma promessa vazia e é o centro do problema. Evidentemente, o Grêmio tem capacidade de ser campeão da sua sexta Copa do Brasil.
No entanto, após assistir ao primeiro encontro dos finalistas, é muito difícil entender como isso ocorreria. Urge ao time olhar para os problemas internos e enfim praticar a tão prometida melhora.
O técnico Renato Portaluppi pouco explicou sobre a derrota na Arena. Também disse que o Grêmio jogou bem. Nem se quisesse conseguiria justificar a entrada de Ferreira só aos 25 minutos do segundo tempo.
O atacante foi o sopro de vida ao time. Em três minutos em campo, havia obrigado Weverton a fazer sua primeira defesa.
— Você tem que ver o que está acontecendo no mundo todo. O Barcelona ficou quatro jogos sem vencer. Vejo todas as equipes jogando mal. Por que o Grêmio tem que jogar sempre bem? Não achei que o Grêmio jogou mal. Nenhuma das duas equipes criou situações. Foi um descuido nosso. Palmeiras e Santos, final de Libertadores, se você buscar os melhores momentos, vai ser difícil — justificou Renato.
Tudo o que foi visto nos primeiros 90 minutos da decisão, o Grêmio já havia mostrado em 2020. Vinha junto com a promessa de um time "diferente" e de um "vamos melhorar". Pois a hora chegou e nada se materializou.
Não houve nem ao menos aqueles espaços sonegados ao rival como foi visto na semi contra o São Paulo, no Morumbi. Porque o Verdão criou, sim, diferente da explicação de Renato.
Pouca inspiração e "mole"
Até as (tardias) substituições, o Grêmio tinha passado por uma primeira etapa relativamente boa. Depois de um início instável, manteve a posse de bola e rondou a área do Palmeiras.
Ali, parecia promissor. Mas era um recado: faltava repertório para penetrar na defesa rival. O perigo maior foi em chute de Alisson, de longe.
Neste contexto, o Grêmio "deu mole", nas palavras de Renato, e saiu atrás em uma bola parada. O treinador não disse, mas o ge explica: autor do gol, Gustavo Gómez era responsabilidade de Paulo Miranda no escanteio. Kannemann perseguia Felipe Melo.
O capitão palmeirense fez um movimento e, assim, colocou-se ele e o argentino como um bloqueio intransponível para Miranda continuar na marcação. Resultado: Gómez fuzilou Paulo Victor de cabeça, quase dentro da pequena área.
Como a marcação gremista é individual, o jogador é levado para onde o adversário quiser dentro da área. Basta que ele se movimente. Foi a jogada tão comemorada por Melo com sua comissão técnica.
Segundo tempo só piora
O Palmeiras já estava confortável no jogo. Ficou mais ainda com o
placar favorável. Voltou do intervalo com a linha de cinco defensores consolidada. O Grêmio, então, teve desempenho pior em relação ao primeiro tempo. Não conseguia proximidade com a área pelo posicionamento rival.
Jean Pyerre recuava para trocar passes com Matheus Henrique e Maicon, antes deste ser substituído, e isso tirou agressividade da equipe. Pelas pontas, não havia vitória pessoal, já que Pepê estava em noite para esquecer. Coube a Ferreira acrescentar isso, mas só com 25 minutos por jogar, já contabilizados os acréscimos.
Mesmo antes de ter Luan expulso, o time de Abel Ferreira já se postava compacto. Isso só aumentou quando o zagueiro acertou Diego Souza e deixou o Palmeiras com um a menos.
Os dois laterais gremistas também pouco trabalharam para abrir a defesa rival. Por dentro ou como pontas, não tiveram vitória pessoal e nem fizeram jogadas de combinação. Vanderson entrou e deu um teor mais agressivo pela direita. Ocupou uma faixa mais avançada, ao menos.
Pepê precisa circular muito pelo meio quando Jean Pyerre recua. Os dois movimentos acabam ligados. Mas para o Grêmio era melhor alongar o campo e colocar o atacante e sua velocidade com mais espaço. Um ou outro drible e Pepê, como Ferreira, poderia ter levado mais perigo.
Restam seis dias para o Grêmio esgotar a sua possibilidade de ganhar um título de relevância em 2020. Não há hoje uma amostragem que gere otimismo. Mas o placar e um jogo ainda por acontecer dão esperança de um final aparentemente improvável para os gaúchos.
Com a derrota por 1 a 0, o Grêmio precisa de uma vitória por um gol de diferença para levar o jogo para os pênaltis ou por dois gols para ser campeão da Copa do Brasil no Allianz Parque, dia 7 de março, às 18h.
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Comentários
Comentários (1)
Só esse loco pra ver bom futebol no gremio. Fora
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