Foto: Beto Azambuja / GloboEsporte.com
Um estádio pode ser mais importante que um clube? Ou trata-se apenas de mais um elemento simbólico do imaginário futebolístico? No Cerro Porteño, adversário do Grêmio às 21h30 desta terça-feira, no jogo que vale a liderança do Grupo 1 da Libertadores, tudo faz sentido. O Ciclón reformou seu "La Olla" em dois anos, a um custo irrisório, com ajuda da mão de obra de torcedores e ainda não perdeu desde a reinauguração. O slogan resume o que ocorre no bairro Obrero, em Assunção: "A catedral da paixão".
O nome de batismo da casa cerrista é General Pablo Rojas. Mas todos preferem chamá-la de "La Olla". No espanhol, trata-se de uma grande panela capaz de receber todos os ingredientes para uma celebração – o que acontece a cada partida. A própria alcunha motiva os azulgranas, que se autointitulam "a melhor torcida do país".
– A relação é muito forte. La Olla é chamada também como a "Catedral da paixão". O torcedor tem o entusiasmo de ser campeão da Copa Libertadores. Esta partida contra o Grêmio é muito especial, por se tratar do último campeão. O estádio vai estar cheio e está previsto um recebimento especial, como fogos, cores e bandeiras – comenta o repórter Ángel Barrientos, do jornal Última Hora.
A reforma durou dois anos e custou "apenas" US$ 22 milhões (R$ 69 milhões, na cotação da época), o que corresponde a 5% do valor da modernização do Maracanã (R$ 1,2 bilhão). A grama foi retirada de alguns estádios brasileiros após a Copa do Mundo. A capacidade praticamente dobrou. Hoje, comporta 45 mil pessoas.
O entusiasmo com a partida era tanto que, uma semana antes de Cerro x Grêmio, cerca de 30 mil entradas já haviam sido comercializadas. Na segunda-feira, restavam poucos bilhetes.
"A equipe com maior sentimento é o Cerro. Você pode chegar à final da Champions, mas nunca vai entender o que sentimos por este clube. Se a pessoa não viveu a história do time, não pode explicar o que diz a nossa alma" (Gustavo Sanabria, torcedor)
Pintado por dentro e por fora de azul e grená e com as iniciais do clube nas arquibancadas, La Olla dá inveja a boa parte dos estádios da Libertadores, que teimam em andar na contramão da modernização. As instalações tornaram-se mais limpas ao olhar, apesar de manter um padrão "raiz", sem muito luxo, à exceção das tribunas de honra.
Em um lado do estádio, fica um imponente telão sobre as arquibancadas superiores. No outro, reúne-se a principal torcida do Cerro. E aí entra outra história do poder de La Olla. A obra serviu também para unir duas organizadas rivais, que resolveram seus problemas neste período de união pelo Ciclón.
Tribunas de honra e cabines de transmissão ganharam atenção especial (Foto: Beto Azambuja / GloboEsporte.com)
Ao estilo Bombonera e Vila Belmiro, alguns camarotes foram projetados ao nível do gramado, próximos aos bancos de reservas. O campo de jogo é considerado o melhor do país, mas apresenta marcas amareladas em algumas partes.
Coincidência ou não, o Cerro Porteño está invicto em casa desde 19 de agosto, quando reinaugurou o local e foi derrotado pelo Boca por 2 a 1. De lá para cá, são 14 vitórias e dois empates.
Erguido por fãs
O fato que mais salta aos olhos de quem busca a história de La Olla é a abnegação de seu torcedor. Durante a obra, cerca de uma centena de cerristas trabalhou no processo, a maioria como pedreiro. Um deles é Gustavo Sanabria, daqueles fanáticos que é capaz de chorar pelo Cerro enquanto fala sobre a paixão pelo clube.
– A equipe com maior sentimento é o Cerro. Você pode chegar à final da Champions, mas nunca vai entender o que sentimos por este clube. Se a pessoa não viveu a história do time, não pode explicar o que diz a nossa alma – conta.
Sanabria é um dos torcedores que ajudaram a reformar o estádio (Foto: Beto Azambuja / GloboEsporte.com)
Sanabria e muitos de seus amigos emprestaram suor ao Ciclón por cerca de um ano, numa espécie de rodízio. Apesar do amor pelo clube, os fãs receberam salários e até um vídeo em homenagem a seus esforços. Em um dos parapeitos da arquibancada, o clube providenciou um espaço de agradecimento. Pintou os dizeres: "Capital do sentimento. Bairro de paixão, descontrole e muita raça". Ao lado, os operários puderam eternizar seus nomes (veja abaixo).
– Uma oportunidade de mostrar a realidade de um torcedor com seu clube. O dinheiro não importa. Estava trabalhando em minha casa, para minha gente – define Sanabria.
Parapeito traz homenagens a operários (Foto: Beto Azambuja / GloboEsporte.com)
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O nome de batismo da casa cerrista é General Pablo Rojas. Mas todos preferem chamá-la de "La Olla". No espanhol, trata-se de uma grande panela capaz de receber todos os ingredientes para uma celebração – o que acontece a cada partida. A própria alcunha motiva os azulgranas, que se autointitulam "a melhor torcida do país".
– A relação é muito forte. La Olla é chamada também como a "Catedral da paixão". O torcedor tem o entusiasmo de ser campeão da Copa Libertadores. Esta partida contra o Grêmio é muito especial, por se tratar do último campeão. O estádio vai estar cheio e está previsto um recebimento especial, como fogos, cores e bandeiras – comenta o repórter Ángel Barrientos, do jornal Última Hora.
A reforma durou dois anos e custou "apenas" US$ 22 milhões (R$ 69 milhões, na cotação da época), o que corresponde a 5% do valor da modernização do Maracanã (R$ 1,2 bilhão). A grama foi retirada de alguns estádios brasileiros após a Copa do Mundo. A capacidade praticamente dobrou. Hoje, comporta 45 mil pessoas.
O entusiasmo com a partida era tanto que, uma semana antes de Cerro x Grêmio, cerca de 30 mil entradas já haviam sido comercializadas. Na segunda-feira, restavam poucos bilhetes.
"A equipe com maior sentimento é o Cerro. Você pode chegar à final da Champions, mas nunca vai entender o que sentimos por este clube. Se a pessoa não viveu a história do time, não pode explicar o que diz a nossa alma" (Gustavo Sanabria, torcedor)
Pintado por dentro e por fora de azul e grená e com as iniciais do clube nas arquibancadas, La Olla dá inveja a boa parte dos estádios da Libertadores, que teimam em andar na contramão da modernização. As instalações tornaram-se mais limpas ao olhar, apesar de manter um padrão "raiz", sem muito luxo, à exceção das tribunas de honra.
Em um lado do estádio, fica um imponente telão sobre as arquibancadas superiores. No outro, reúne-se a principal torcida do Cerro. E aí entra outra história do poder de La Olla. A obra serviu também para unir duas organizadas rivais, que resolveram seus problemas neste período de união pelo Ciclón.
Tribunas de honra e cabines de transmissão ganharam atenção especial (Foto: Beto Azambuja / GloboEsporte.com)
Ao estilo Bombonera e Vila Belmiro, alguns camarotes foram projetados ao nível do gramado, próximos aos bancos de reservas. O campo de jogo é considerado o melhor do país, mas apresenta marcas amareladas em algumas partes.
Coincidência ou não, o Cerro Porteño está invicto em casa desde 19 de agosto, quando reinaugurou o local e foi derrotado pelo Boca por 2 a 1. De lá para cá, são 14 vitórias e dois empates.
Erguido por fãs
O fato que mais salta aos olhos de quem busca a história de La Olla é a abnegação de seu torcedor. Durante a obra, cerca de uma centena de cerristas trabalhou no processo, a maioria como pedreiro. Um deles é Gustavo Sanabria, daqueles fanáticos que é capaz de chorar pelo Cerro enquanto fala sobre a paixão pelo clube.
– A equipe com maior sentimento é o Cerro. Você pode chegar à final da Champions, mas nunca vai entender o que sentimos por este clube. Se a pessoa não viveu a história do time, não pode explicar o que diz a nossa alma – conta.
Sanabria é um dos torcedores que ajudaram a reformar o estádio (Foto: Beto Azambuja / GloboEsporte.com)
Sanabria e muitos de seus amigos emprestaram suor ao Ciclón por cerca de um ano, numa espécie de rodízio. Apesar do amor pelo clube, os fãs receberam salários e até um vídeo em homenagem a seus esforços. Em um dos parapeitos da arquibancada, o clube providenciou um espaço de agradecimento. Pintou os dizeres: "Capital do sentimento. Bairro de paixão, descontrole e muita raça". Ao lado, os operários puderam eternizar seus nomes (veja abaixo).
– Uma oportunidade de mostrar a realidade de um torcedor com seu clube. O dinheiro não importa. Estava trabalhando em minha casa, para minha gente – define Sanabria.
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