Renato Portaluppi não garantiu sua permanência no Grêmio Foto: Carlos Macedo / Agencia RBS
Já esvaziada pelos 4 a 0 do jogo de ida, a partida contra o Brasil-Pel, domingo, que decidirá o Gauchão, sumiu de vez do horizonte dos torcedores do Grêmio depois de o técnico Renato não ter descartado de todo sua saída do clube. As interpretações feitas pela direção oscilam entre "a confiança cega" do presidente Romildo Bolzan Júnior na sequência do trabalho do treinador e o conformismo caso a proposta do Flamengo seja considerada irrecusável. Na média, a sensação é de que Portaluppi ficará.
A avaliação de que Renato levará adiante o projeto do tetracampeonato da Libertadores está baseada no alto nível de relacionamento entre as duas direções.
— Temos boas relações com o Flamengo. Se a coisa fosse quente, já teriam entrando em contato conosco - confia Bolzan, negando que o técnico o tenha informado da proposta.
A hipótese de Renato forçar um aumento salarial não é considerada pelos dirigentes, por não fazer parte do perfil de um treinador já muito bem remunerado.
Outra interpretação, embora também seja otimista quanto a permanência do treinador, abre espaço para alguma cautela. Ela é feita pelo vice de futebol Duda Kroeff.
— Não temos muito o que fazer. Só aguardar. Minha impressão é de que ele fica. Aqui, o ambiente e as perspectivas são muito boas. No Flamengo, ele não sabe exatamente o que vai encontrar. Mas, todo o profissional tem o direito de procurar o melhor para si - afirma Duda.
A relação entre Kroeff é Renato é de muita proximidade desde 2010, quando, então presidente, o atual vice contratou o técnico para livrar a equipe da ameaça de rebaixamento no Brasileirão. Na quarta-feira, ambos assistiram juntos, na concentração, a parte do julgamento do habeas corpus de Lula no Supremo Tribunal Federal (STF). Animado, Renato falou sobre a bicicleta de Cristiano Ronaldo, mas Duda nem sequer suspeitou de que ele exibiria aos jogadores, antes da partida, a imagem de um lance semelhante por ele protagonizado como jogador do Flamengo. O dirigente conta que chegou a provocar o técnico sobre o interesse do clube carioca, mas não percebeu qualquer esboço de reação.
Preocupado, Kroeff falou ontem por telefone com Gerson Oldenburg, procurador de Renato. E recebeu do agente a garantia de que nenhuma proposta foi feita pelo Flamengo ao treinador.
O que leva Bolzan a acreditar que Renato ficará no Grêmio
LUÍS HENRIQUE BENFICA
Procurado por Zero Hora, Oldenburg limitou-se a dizer que não há qualquer negociação em andamento. E que não colheu da entrevista do técnico qualquer sintoma de um desejo de sair do Grêmio.
Entre os dirigentes, as frases de Renato na entrevista coletiva depois do jogo contra o Monagas-VEZ, quarta-feira, soaram como positivas para o Grêmio. Ao prometer "uma resposta diferente para domingo", o técnico teria sinalizado que fica.
— Se ele fosse anunciar a saída, quebraria totalmente o clima. Imagine todos comemorando o título enquanto o treinador se despede. Não teria sentido - pondera uma fonte ouvida por Zero Hora.
Os rumores sobre a saída aumentaram nas primeiras horas da manhã de ontem, quando Renato foi visto no aeroporto. Em princípio, supôs-se que ele viajaria ao Rio, mas seu destino era São Paulo, onde gravou um comercial para a cerveja Amstel, patrocinadora da Libertadores.
O certo é que Renato não era a primeira opção da diretoria do Flamengo. Virou o preferido depois da negativa de Cuca, o número 1 da lista, que preferiu atuar como comentarista da Rede Globo durante a Copa do Mundo. Para atrair o treinador do Grêmio, o clube carioca acenaria com salário superior a R$ 1 milhão. Mas, com mandato até dezembro, o presidente Eduardo Bandeira de Mello não ofereceria vínculo superior a oito meses.
A eventual saída de Renato seria um baque nas pretensões do Grêmio para o restante do ano. No clube desde 2016, ele tem total controle sobre o grupo de jogadores, tanto na forma de gestor como de orientador técnico. Qualquer outro técnico precisaria de um tempo de trabalho que poderia comprometer o restante da temporada. Por outro lado, a qualidade do time é apontada como uma garantia de sequência de vitórias. É o que leva um dirigente a afirmar, de forma taxativa:
— Aconteça o que acontecer, o Grêmio não vai parar.
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A avaliação de que Renato levará adiante o projeto do tetracampeonato da Libertadores está baseada no alto nível de relacionamento entre as duas direções.
— Temos boas relações com o Flamengo. Se a coisa fosse quente, já teriam entrando em contato conosco - confia Bolzan, negando que o técnico o tenha informado da proposta.
A hipótese de Renato forçar um aumento salarial não é considerada pelos dirigentes, por não fazer parte do perfil de um treinador já muito bem remunerado.
Outra interpretação, embora também seja otimista quanto a permanência do treinador, abre espaço para alguma cautela. Ela é feita pelo vice de futebol Duda Kroeff.
— Não temos muito o que fazer. Só aguardar. Minha impressão é de que ele fica. Aqui, o ambiente e as perspectivas são muito boas. No Flamengo, ele não sabe exatamente o que vai encontrar. Mas, todo o profissional tem o direito de procurar o melhor para si - afirma Duda.
A relação entre Kroeff é Renato é de muita proximidade desde 2010, quando, então presidente, o atual vice contratou o técnico para livrar a equipe da ameaça de rebaixamento no Brasileirão. Na quarta-feira, ambos assistiram juntos, na concentração, a parte do julgamento do habeas corpus de Lula no Supremo Tribunal Federal (STF). Animado, Renato falou sobre a bicicleta de Cristiano Ronaldo, mas Duda nem sequer suspeitou de que ele exibiria aos jogadores, antes da partida, a imagem de um lance semelhante por ele protagonizado como jogador do Flamengo. O dirigente conta que chegou a provocar o técnico sobre o interesse do clube carioca, mas não percebeu qualquer esboço de reação.
Preocupado, Kroeff falou ontem por telefone com Gerson Oldenburg, procurador de Renato. E recebeu do agente a garantia de que nenhuma proposta foi feita pelo Flamengo ao treinador.
O que leva Bolzan a acreditar que Renato ficará no Grêmio
LUÍS HENRIQUE BENFICA
Procurado por Zero Hora, Oldenburg limitou-se a dizer que não há qualquer negociação em andamento. E que não colheu da entrevista do técnico qualquer sintoma de um desejo de sair do Grêmio.
Entre os dirigentes, as frases de Renato na entrevista coletiva depois do jogo contra o Monagas-VEZ, quarta-feira, soaram como positivas para o Grêmio. Ao prometer "uma resposta diferente para domingo", o técnico teria sinalizado que fica.
— Se ele fosse anunciar a saída, quebraria totalmente o clima. Imagine todos comemorando o título enquanto o treinador se despede. Não teria sentido - pondera uma fonte ouvida por Zero Hora.
Os rumores sobre a saída aumentaram nas primeiras horas da manhã de ontem, quando Renato foi visto no aeroporto. Em princípio, supôs-se que ele viajaria ao Rio, mas seu destino era São Paulo, onde gravou um comercial para a cerveja Amstel, patrocinadora da Libertadores.
O certo é que Renato não era a primeira opção da diretoria do Flamengo. Virou o preferido depois da negativa de Cuca, o número 1 da lista, que preferiu atuar como comentarista da Rede Globo durante a Copa do Mundo. Para atrair o treinador do Grêmio, o clube carioca acenaria com salário superior a R$ 1 milhão. Mas, com mandato até dezembro, o presidente Eduardo Bandeira de Mello não ofereceria vínculo superior a oito meses.
A eventual saída de Renato seria um baque nas pretensões do Grêmio para o restante do ano. No clube desde 2016, ele tem total controle sobre o grupo de jogadores, tanto na forma de gestor como de orientador técnico. Qualquer outro técnico precisaria de um tempo de trabalho que poderia comprometer o restante da temporada. Por outro lado, a qualidade do time é apontada como uma garantia de sequência de vitórias. É o que leva um dirigente a afirmar, de forma taxativa:
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