Empresários formam grupos e trocam ideias antes de oferecerem clientes aos clubes sul-americanos (Foto: Bruno Cassucci)
Um luxuoso hotel de cinco andares reúne a nata do futebol sul-americano em Luque, na grande Assunção, a capital paraguaia. É lá, ao lado das sedes da Conmebol, que empresários fazem ponto e aguardam possíveis empregadores para oferecer seus clientes, jornalistas transitam atrás de notícias, cartolas articulam os rumos das competições continentais e que dirigentes de clubes que muitas vezes vivem às turras conseguem sentar para bater um papo e até tomar um vinho.
A movimentação no hotel começou a crescer na noite da última terça-feira. Já na manhã de quarta, dia do sorteio da Copa Libertadores e da Copa Sul-Americana, era praticamente impossível andar pelo local sem esbarrar com algum cartola ou uma personalidade do mundo da bola.
Abaixo, o GloboEsporte.com conta bastidores do que rolou neste grande encontro dos homens que cuidam do futebol da América do Sul.
Juntos não, mas misturados
Rivais eternos em campos, Corinthians e Palmeira ficaram lado a lado. No mesmo hotel, na mesma mesa do bar, na mesma mesa de almoço. Perto do fim do seu mandato único, Roberto de Andrade, ao lado do gerente Alessandro, andou para cima e para baixo com o colega Mauricio Galiotte, do Palmeiras, e do executivo de futebol, Alexandre Mattos.
O clima era de confraternização também entre os ex-colegas de turma Gustavo Vieira, anunciado pelo Santos como novo diretor de futebol, e André Zanotta, do Grêmio. Os dois estudaram Direito juntos. O presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, também se enturmava ao lado de Romildo Bozan, presidente do Grêmio.
"Inveja"
Havia uma unanimidade ao fim do sorteio da Libertadores. O Grêmio saiu na frente para tentar o tetracampeonato. Exagero? Talvez. Mas muitos dirigentes invejavam e brincavam com os gremistas pelas boas mãos - do sorteio em que o brasileiro e aposentado Mauro Silva, o argentino e aposentado Goycoechea e o paraguaio Roque Santa Cruz, ainda na ativa pelo Olimpía - que colocaram Cerro Porteño, do Paraguai, Defensor, do Uruguai, e o estreante venezuelano Monagas.
- Todo ano é assim?! O Grêmio sempre cai no grupo mais fácil - dizia um rival dos gaúchos, citando os adversários de 2017 - o paraguaio Guaraní, o chileno Deportes Iquique e o venezuelano Zamora. Destes, apenas o Guaraní está na Libertadores 2018, mas na fase classificatória.
Alvinegro sem representante. Mas...
De todos 14 clubes brasileiros classificados para a Libertadores e a Sul-Americana - as duas competições foram sorteadas no mesmo dia pela primeira vez -, apenas o Botafogo não enviou representante para a Conmebol. Em meio a processo de reformulação, o Alvinegro enfrenta o Audax Italiano.
Ainda a serviço do Vasco, o diretor de futebol Anderson Barros parece realmente com os dias contados em São Januário. Com toda cautela em entrevistas e no contato com outros dirigentes, o dirigente se dizia agradecido pelo convite alvinegro. A insegurança política em São Januário, porém, fez empresários e colegas de profissão matarem a charada - que não era tão misteriosa assim: está próximo de confirmar o retorno a General Severiano.
Um detalhe: Eurico Brandão, o Euriquinho, que era esperado para o sorteio, não viajou para o Paraguai. Quem acompanhava Anderson Barros era o supervisor de futebol Antonio Garcia, responsável mais pela questão logística do departamento de futebol.
Alessandro Nunes e Roberto de Andrade, dirigentes do Corinthians (Foto: Bruno Cassucci)
Punição à vista
Por falar em Bandeira, o Flamengo já mostrava preocupação com a estreia contra o River Plate. Em público, os dirigentes - de Bandeira a Fred Luz e Rodrigo Caetano - dizem que não esperam punição da Conmebol, mas há poucas esperanças de não atuar pelo menos o primeiro jogo contra os argentinos de portões fechados ou fora da cidade.
Como disse Caetano em entrevistas, a missão é pontuar fora de casa, fazendo o "dever fora de casa" que passou longe nesta Libertadores de 2017. Contra Universidad Católica, Atlético-PR e San Lorenzo foram três derrotas em três partidas Bastava um ponto fora para o Rubro-Negro passar de fase. Agora, os rivais são River Plate, Emelec e um clube que vem da fase classificatória.
Balcão de negócios
Ponto tradicional de empresários e dirigentes no fim de dezembro, o sorteio da Libertadores virou prato ainda mais cheio para transações e discussões a respeito de idas e vindas do mercado da bola. Grupos de empresários faziam plantão no hotel à espera de um cumprimento ou cinco minutos de conversa com os manda-chuvas dos times mais poderosos da América do Sul.
O Boca Juniors deixou claro o interesse por Bufarrini, do São Paulo. O Grêmio disse que não se opunha à negociação com o Cruzeiro por Edilson. Os dirigentes do Bahia comentavam abertamente do interesse dos corintianos em Juninho Capixaba e da avaliação da lista da "mercadoria" dos paulistas.
Mas nem todo mundo estava feliz. Um dos empresários caminhava de um lado para o outro e, impaciente, comentava aos jornalistas:
– Quer uma notícia? Está todo mundo duro. Todo mundo sem dinheiro – disse antes de deixar o hotel e não ficar nem para a resenha pós-sorteio da Libertadores.
Bombado e de charuto, o estilo Goycoechea
Campeão da Libertadores com o River Plate em 1985, o ex-goleiro argentino Goycoechea chamava a atenção no hall do hotel da Conmebol. De camisa apertada e massa muscular bem maior do que na época de jogador, o "hermano" saía do hotel algumas vezes - e levava consigo o interesse da imprensa argentina para fumar um "habano". A fumaça era tanta que o acompanhava ao passar pela porta giratória do luxuoso hotel de Luque.
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A movimentação no hotel começou a crescer na noite da última terça-feira. Já na manhã de quarta, dia do sorteio da Copa Libertadores e da Copa Sul-Americana, era praticamente impossível andar pelo local sem esbarrar com algum cartola ou uma personalidade do mundo da bola.
Abaixo, o GloboEsporte.com conta bastidores do que rolou neste grande encontro dos homens que cuidam do futebol da América do Sul.
Juntos não, mas misturados
Rivais eternos em campos, Corinthians e Palmeira ficaram lado a lado. No mesmo hotel, na mesma mesa do bar, na mesma mesa de almoço. Perto do fim do seu mandato único, Roberto de Andrade, ao lado do gerente Alessandro, andou para cima e para baixo com o colega Mauricio Galiotte, do Palmeiras, e do executivo de futebol, Alexandre Mattos.
O clima era de confraternização também entre os ex-colegas de turma Gustavo Vieira, anunciado pelo Santos como novo diretor de futebol, e André Zanotta, do Grêmio. Os dois estudaram Direito juntos. O presidente do Flamengo, Eduardo Bandeira de Mello, também se enturmava ao lado de Romildo Bozan, presidente do Grêmio.
"Inveja"
Havia uma unanimidade ao fim do sorteio da Libertadores. O Grêmio saiu na frente para tentar o tetracampeonato. Exagero? Talvez. Mas muitos dirigentes invejavam e brincavam com os gremistas pelas boas mãos - do sorteio em que o brasileiro e aposentado Mauro Silva, o argentino e aposentado Goycoechea e o paraguaio Roque Santa Cruz, ainda na ativa pelo Olimpía - que colocaram Cerro Porteño, do Paraguai, Defensor, do Uruguai, e o estreante venezuelano Monagas.
- Todo ano é assim?! O Grêmio sempre cai no grupo mais fácil - dizia um rival dos gaúchos, citando os adversários de 2017 - o paraguaio Guaraní, o chileno Deportes Iquique e o venezuelano Zamora. Destes, apenas o Guaraní está na Libertadores 2018, mas na fase classificatória.
Alvinegro sem representante. Mas...
De todos 14 clubes brasileiros classificados para a Libertadores e a Sul-Americana - as duas competições foram sorteadas no mesmo dia pela primeira vez -, apenas o Botafogo não enviou representante para a Conmebol. Em meio a processo de reformulação, o Alvinegro enfrenta o Audax Italiano.
Ainda a serviço do Vasco, o diretor de futebol Anderson Barros parece realmente com os dias contados em São Januário. Com toda cautela em entrevistas e no contato com outros dirigentes, o dirigente se dizia agradecido pelo convite alvinegro. A insegurança política em São Januário, porém, fez empresários e colegas de profissão matarem a charada - que não era tão misteriosa assim: está próximo de confirmar o retorno a General Severiano.
Um detalhe: Eurico Brandão, o Euriquinho, que era esperado para o sorteio, não viajou para o Paraguai. Quem acompanhava Anderson Barros era o supervisor de futebol Antonio Garcia, responsável mais pela questão logística do departamento de futebol.
Alessandro Nunes e Roberto de Andrade, dirigentes do Corinthians (Foto: Bruno Cassucci)Punição à vista
Por falar em Bandeira, o Flamengo já mostrava preocupação com a estreia contra o River Plate. Em público, os dirigentes - de Bandeira a Fred Luz e Rodrigo Caetano - dizem que não esperam punição da Conmebol, mas há poucas esperanças de não atuar pelo menos o primeiro jogo contra os argentinos de portões fechados ou fora da cidade.
Como disse Caetano em entrevistas, a missão é pontuar fora de casa, fazendo o "dever fora de casa" que passou longe nesta Libertadores de 2017. Contra Universidad Católica, Atlético-PR e San Lorenzo foram três derrotas em três partidas Bastava um ponto fora para o Rubro-Negro passar de fase. Agora, os rivais são River Plate, Emelec e um clube que vem da fase classificatória.
Balcão de negócios
Ponto tradicional de empresários e dirigentes no fim de dezembro, o sorteio da Libertadores virou prato ainda mais cheio para transações e discussões a respeito de idas e vindas do mercado da bola. Grupos de empresários faziam plantão no hotel à espera de um cumprimento ou cinco minutos de conversa com os manda-chuvas dos times mais poderosos da América do Sul.
O Boca Juniors deixou claro o interesse por Bufarrini, do São Paulo. O Grêmio disse que não se opunha à negociação com o Cruzeiro por Edilson. Os dirigentes do Bahia comentavam abertamente do interesse dos corintianos em Juninho Capixaba e da avaliação da lista da "mercadoria" dos paulistas.
Mas nem todo mundo estava feliz. Um dos empresários caminhava de um lado para o outro e, impaciente, comentava aos jornalistas:
– Quer uma notícia? Está todo mundo duro. Todo mundo sem dinheiro – disse antes de deixar o hotel e não ficar nem para a resenha pós-sorteio da Libertadores.
Bombado e de charuto, o estilo Goycoechea
Campeão da Libertadores com o River Plate em 1985, o ex-goleiro argentino Goycoechea chamava a atenção no hall do hotel da Conmebol. De camisa apertada e massa muscular bem maior do que na época de jogador, o "hermano" saía do hotel algumas vezes - e levava consigo o interesse da imprensa argentina para fumar um "habano". A fumaça era tanta que o acompanhava ao passar pela porta giratória do luxuoso hotel de Luque.
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