A busca pelo "9" do Grêmio tem de seguir a mesma lógica da que trouxe Barrios

Muitos gremistas estão, com alguma dose de razão, indignados com Lucas Barrios. Este sentimento torna difícil justificar a avaliação de que a contratação do paraguaio foi um acerto. Mas foi. E esse acerto tem a ver com a correta concepção da diretoria no momento em que mergulhou no mercado em busca de um finalizador. São os mesmos conceitos que têm de nortear essa nova incursão para trazer o "9" do time de Renato.


Há quem dê de ombros às entrevistas de dirigentes, mas ali estão pistas valiosas de como pensam o futebol. No fim de 2016, o Grêmio identificou a necessidade de ser mais efetivo nas finalizações. O time costurava, construía jogadas envolventes, mas falhava na hora decisiva.

Seria natural que a direção, neste momento, dissesse que precisava de um centroavante. Mas as palavras escolhidas foram outras. A expressão "fazedor de gols" foi a preferida. Não precisava, portanto, ser a figura clássica do "9" de área, que está dispensado de participar da construção das jogadas desde que as finalize. Assim, o Grêmio mostrava entender a equipe que tinha montado. Ela se sustenta pelo passe curto, pela aproximação, pela costura das jogadas que exige participação dos 11.

Veio um centroavante, como pode vir agora, mas alguém com técnica apurada para segurar a bola, dar um passe preciso, recuar para combinar com Luan e Ramiro, entre outros. Este foi o Barrios antes da crise técnica. Um jogador assim é do que o Grêmio precisa mais uma vez.

E, mais uma vez, não precisa ser um centroavante. Pode ser um atacante de movimentação que atue sem percalços na posição mais adiantada no campo. Ou até um meia-atacante agudo, com grande capacidade de finalização, o que devolveria Luan à função de falso nove — ainda que, para essa opção, só se justificaria um jogador de altíssimo nível, já que tiraria o melhor jogador da equipe de sua posição preferencial.

Antes de falar em nomes, o Grêmio tem de identificar as características que busca em seu novo "fazedor de gols". No início deste ano, mostrou competência nessa tarefa. Basta repetir a receita para que Renato volte a ter um finalizador confiável que saiba, também, participar das boas trocas de passe tricolores.

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