Apesar de a escolha dos assistentes ter sido muito mais seletiva neste ano, o desempenho dos bandeirinhas na marcação de impedimentos caiu: eles acertaram 81,3% dos impedimentos analisados, segunda pior marca nos últimos seis anos. Quem puxou consideravelmente essa média para cima foi o goiano Leone Carvalho Rocha, que errou apenas um dos 29 impedimentos analisados, um aproveitamento de 96,6%.
Diminuiu o número de impedimentos marcados
No Brasileirão-2017, os ataques estiveram muito mais atentos às linhas de impedimento e o total de marcações dos assistentes caiu 11% em relação ao ano passado e 18% em relação a 2015. Com menos impedimentos marcados, cada erro acaba tendo um peso maior.
Não é possível analisar absolutamente todos os impedimentos marcados. Muitas vezes um lançamento é feito da defesa e não é possível ver ao mesmo tempo a bola e quem é flagrado em posição irregular. Ainda é possível que o ângulo das câmeras não sejam suficientes para ter certeza se a posição era legal ou não. Nesses casos, o impedimento deixa de constar do Índice Bandeira Branca, que considera apenas as marcações que podem ser classificadas como certas ou erradas.
Neste ano, a CBF estabeleu trios fixos de arbitragem no Brasileirão e quem foi mal na Série A pode ser rebaixado para as Séries B, C e D, assim como quem se destacou nas divisões inferiores pode subir para a Série A, assim como ocorre com os clubes. Foram 80 auxiliares trabalhando na Primeira Divisão, uma redução de 27% em comparação com o ano passado, mas de 33% se comparado a 2013, quando 120 auxiliares trabalharam no Brasileirão.
O melhor do Brasileirão é um goiano
- Meu pai trabalhava em jogos amadores, e quando assistíamos jogos juntos pela TV, o ponto de vista era da arbitragem. Depois que entrei na faculdade de educação física, decidi fazer o curso de arbitragem e me identifiquei com o trabalho de assistente - contou o assistente Leone Carvalho Rocha, de 26 anos, que teve o melhor desempenho do ano na marcação de impedimentos. A CBF tem uma premiação para o melhor árbitro e os melhores assistentes. O árbitro foi Raphael Claus (SP/Fifa), e os auxiliares Guilherme Dias Camilo (MG/Fifa) e Bruno Raphael Pires (GO/Fifa).
Leone Carvalho Rocha se prepara para um jogo (Foto: Arquivo pessoal)
Leone Carvalho acredita que o segredo do sucesso para os assistentes está ligado à concentração:
- Quando estou no hotel, falo com minha família. Eles sabem que a partir daquele momento, não estarei mais disponível. Desligo o celular. Quando chego ao estádio e subo para o gramado para verificar as redes, eu já começo a imaginar o que pode acontecer no jogo. Desde o início, somos treinados para nos desligarmos do que está no entorno. A concentração chega a um ponto em que não se ouve a torcida nem quem está em volta.
Para manter a concentração, o emocional precisa estar em dia, e o goiano não abre mão do trabalho realizado pela psicóloga Marta Magalhães.
A cada rodada, a gente passa para ela o que vivenciamos emocionalmente para estarmos sempre em um nível emocional bom. Seja por e-mail, por Skype ou por WhatsApp, ela envia uma mensagem para quem está escalado na rodada para nos ajudar na concentração. São exercícios e material que acabamos interiorizando. Agora, por exemplo, estou lendo o livro "Pensamento Campeão" (Aline Arias Wolff, Editora Cognitiva), com técnicas de concentração, respiração para combater a ansiedade e mentalização do que é produtivo. São exercícios mentais.
Novas orientações dificultam as decisões
A cada ano, está ficando mais difícil definir o que é um impedimento. Só estar em posição de impedimento já não significa muita coisa. É preciso esperar para saber se quem está em posição irregular vai participar efetivamente da jogada ou não.
- Hoje, temos de esperar para saber se ele disputa com o adversário, se atrapalha o campo visual ou se toca na bola. Mas não é necessário esperar tocar na bola. Se um jogador subir com um adversário para tentar alcançar uma bola cruzada, já é impedimento. Só por subir ou ter contato físico, ele já participa da jogada. O futebol é muito dinâmico e cada jogada tem de ser analisada individualmente. Por mais que a gente estude, duas jogadas nunca são iguais. Cada jogada é específica: se um defensor dá um carrinho e desvia a bola, não anula o impedimento. Mas se ele chutar a bola deliberadamente, quem estava em posição irregular passa a ter condição de jogo. Os elementos que temos no campo são diferentes dos que estão disponíveis no vídeo. Se em um lançamento do ataque, a bola desvia ou dá um rebote em um defensor de forma rápida, o impedimento tem de ser marcado. Da mesma forma se a bola bate em um defensor que está desequilibrado, o impedimento também deve ser marcado.
Juventude não é um problema
No ano passado, o melhor assistente foi o carioca Dibert Pedrosa, agora com 46 anos, que afirmou que, ao menos na opinião dele, o tempo era o mais importante para um árbitro amadurecer. Leone Carvalho é praticamente o oposto disso. Aos 17 anos, entrou na faculdade de educação física e fez o curso de arbitragem da Federação Goiana, em 2009. Se destacou e, apenas quatro anos depois, já estava trabalhando na primeira fase da Copa do Brasil e nas Séries C e D. Em 2014, fez três jogos pela Série A e, em 2015, começou a trabalhar na Série A com mais frequência.
- Neste ano, foram tantos jogos que não consegui trabalhar como professor de educação física, então pratiquei minha outra atividade, como massoterapeuta. Uma pessoa muito importante nesse meu caminho foi o Antonio Pereira da Silva, primeiro árbitro Fifa de Goiás. Ele foi observador do meu primeiro jogo. Era da Federação Goiana e agora é inspetor da CBF.
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Diminuiu o número de impedimentos marcados
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Não é possível analisar absolutamente todos os impedimentos marcados. Muitas vezes um lançamento é feito da defesa e não é possível ver ao mesmo tempo a bola e quem é flagrado em posição irregular. Ainda é possível que o ângulo das câmeras não sejam suficientes para ter certeza se a posição era legal ou não. Nesses casos, o impedimento deixa de constar do Índice Bandeira Branca, que considera apenas as marcações que podem ser classificadas como certas ou erradas.
Neste ano, a CBF estabeleu trios fixos de arbitragem no Brasileirão e quem foi mal na Série A pode ser rebaixado para as Séries B, C e D, assim como quem se destacou nas divisões inferiores pode subir para a Série A, assim como ocorre com os clubes. Foram 80 auxiliares trabalhando na Primeira Divisão, uma redução de 27% em comparação com o ano passado, mas de 33% se comparado a 2013, quando 120 auxiliares trabalharam no Brasileirão.
O melhor do Brasileirão é um goiano
- Meu pai trabalhava em jogos amadores, e quando assistíamos jogos juntos pela TV, o ponto de vista era da arbitragem. Depois que entrei na faculdade de educação física, decidi fazer o curso de arbitragem e me identifiquei com o trabalho de assistente - contou o assistente Leone Carvalho Rocha, de 26 anos, que teve o melhor desempenho do ano na marcação de impedimentos. A CBF tem uma premiação para o melhor árbitro e os melhores assistentes. O árbitro foi Raphael Claus (SP/Fifa), e os auxiliares Guilherme Dias Camilo (MG/Fifa) e Bruno Raphael Pires (GO/Fifa).
Leone Carvalho Rocha se prepara para um jogo (Foto: Arquivo pessoal)
Leone Carvalho acredita que o segredo do sucesso para os assistentes está ligado à concentração:
- Quando estou no hotel, falo com minha família. Eles sabem que a partir daquele momento, não estarei mais disponível. Desligo o celular. Quando chego ao estádio e subo para o gramado para verificar as redes, eu já começo a imaginar o que pode acontecer no jogo. Desde o início, somos treinados para nos desligarmos do que está no entorno. A concentração chega a um ponto em que não se ouve a torcida nem quem está em volta.
Para manter a concentração, o emocional precisa estar em dia, e o goiano não abre mão do trabalho realizado pela psicóloga Marta Magalhães.
A cada rodada, a gente passa para ela o que vivenciamos emocionalmente para estarmos sempre em um nível emocional bom. Seja por e-mail, por Skype ou por WhatsApp, ela envia uma mensagem para quem está escalado na rodada para nos ajudar na concentração. São exercícios e material que acabamos interiorizando. Agora, por exemplo, estou lendo o livro "Pensamento Campeão" (Aline Arias Wolff, Editora Cognitiva), com técnicas de concentração, respiração para combater a ansiedade e mentalização do que é produtivo. São exercícios mentais.
Novas orientações dificultam as decisões
A cada ano, está ficando mais difícil definir o que é um impedimento. Só estar em posição de impedimento já não significa muita coisa. É preciso esperar para saber se quem está em posição irregular vai participar efetivamente da jogada ou não.
- Hoje, temos de esperar para saber se ele disputa com o adversário, se atrapalha o campo visual ou se toca na bola. Mas não é necessário esperar tocar na bola. Se um jogador subir com um adversário para tentar alcançar uma bola cruzada, já é impedimento. Só por subir ou ter contato físico, ele já participa da jogada. O futebol é muito dinâmico e cada jogada tem de ser analisada individualmente. Por mais que a gente estude, duas jogadas nunca são iguais. Cada jogada é específica: se um defensor dá um carrinho e desvia a bola, não anula o impedimento. Mas se ele chutar a bola deliberadamente, quem estava em posição irregular passa a ter condição de jogo. Os elementos que temos no campo são diferentes dos que estão disponíveis no vídeo. Se em um lançamento do ataque, a bola desvia ou dá um rebote em um defensor de forma rápida, o impedimento tem de ser marcado. Da mesma forma se a bola bate em um defensor que está desequilibrado, o impedimento também deve ser marcado.
Juventude não é um problema
No ano passado, o melhor assistente foi o carioca Dibert Pedrosa, agora com 46 anos, que afirmou que, ao menos na opinião dele, o tempo era o mais importante para um árbitro amadurecer. Leone Carvalho é praticamente o oposto disso. Aos 17 anos, entrou na faculdade de educação física e fez o curso de arbitragem da Federação Goiana, em 2009. Se destacou e, apenas quatro anos depois, já estava trabalhando na primeira fase da Copa do Brasil e nas Séries C e D. Em 2014, fez três jogos pela Série A e, em 2015, começou a trabalhar na Série A com mais frequência.
- Neste ano, foram tantos jogos que não consegui trabalhar como professor de educação física, então pratiquei minha outra atividade, como massoterapeuta. Uma pessoa muito importante nesse meu caminho foi o Antonio Pereira da Silva, primeiro árbitro Fifa de Goiás. Ele foi observador do meu primeiro jogo. Era da Federação Goiana e agora é inspetor da CBF.
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Comentários
Comentários (1)
VOCÊ QUE ESTÁ CANSADO DE TER POUCA PROGRAMAÇÃO DE TVV ASSSINATURA E NÃO CONCORDA COM OS VALORES COBRADOS
FAÇO LIBERAÇÃO E DIMINUÍMOS O VALOR DA CONTA
PARA TODO BRASIL
WHATZSAP 11 958694345
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