Sonhar não custa nada

Um dos grandes sambas do carnaval carioca, este da Mocidade Independente de Padre Miguel no início dos anos 90. Paulinho Mocidade puxou com aquele talento dele, a avenida cantou, mas alguns integrantes durante o cortejo mudaram a letra por conta: eu vejo a lua no céu, a Mocidade a ser tri, de verde e branco na Sapucaí...a letra original era "a mocidade a sorrir"...os jurados perceberam, a escola perdeu décimos e ficou em segundo lugar. O samba, de qualquer forma, foi o mais cantado daquele carnaval.



Sonhar Não Custa Nada é o mote do Grêmio para Abu Dhabi. Todos elegantes e sorridentes no embarque, conscientes da dificuldade da missão. Primeiro, é preciso vencer a tensão da semifinal. O time sul-americano sempre é favorito contra o desafiante. Perder é ser chamado de fiasquento, o que já aconteceu com Inter e Atlético-MG. Há sempre esta carga a pesar sobre os ombros dos favoritos.

Passada esta fase, a dificuldade aumenta muitíssimo. O adversário do outro lado sempre é um gigante europeu. Desta vez, um time galáctico, o Real Madrid que, por sua vez, caiu de produção no segundo semestre depois da conquista da Liga dos Campeões. Na vida real, não quer dizer muita coisa; um evento como o Mundial é a chance certa para um time desta grandeza retomar a concentração e soterrar a turbulência. Então, a missão gremista é do tamanho da Galáxia. O que não a torna impossível. O Inter já provou que enfrentar um gigante europeu não é decreto de derrota. A lembrança nem veio de jornalista, não. O presidente Romildo Bolzan Júnior fez a referência numa entrevista logo depois do tri da Libertadores.

O time do Grêmio, caso supere o adversário da semifinal, não entra pré-derrotado contra o Real Madrid. Vai competir, mesmo que a perda de Arthur seja irreparável. A recuperação de Geromel é grande notícia, a perspectiva de ter um Maicon perto dos 100 por cento, também. Sonhar não custa nada, e meu sonho é tão real, cantava Paulinho Mocidade em 1992. Os versos nunca foram tão atuais.

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