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Gremista "desde o berço", Ramiro leva paixão ao campo pelo tri da Libertadores

Volante de 24 anos nasceu em família de tricolores por parte de pai e mãe, mas coloca profissionalismo acima do lado torcedor para não deixar euforia atrapalhar


Fonte: Globo Esporte

Gremista desde o berço, Ramiro leva paixão ao campo pelo tri da Libertadores
A relação de Ramiro com o Grêmio é umbilical. Além da atitude profissional dentro de campo, caracterizada pela entrega e aplicação tática, o volante é mais um torcedor do clube que tenta levar para campo o fanatismo de familiares, amigos mais próximos e milhões de outros desconhecidos. Mas com parcimônia. Ao mesmo tempo que carrega o sonho de infância em atuar pelo time do coração, não deixa a euforia tomar conta dentro de campo.


Ao lado de Marcelo Grohe, Ramiro Moschen Benetti representará o sentimento do torcedor gremista no estádio La Fortaleza, na partida decisiva da Libertadores contra o Lanús, na noite desta quarta-feira.

Nascido em Gramado, na serra gaúcha, o volante de 24 anos carrega a paixão pelo Grêmio desde o berço. Conforme calcula o pai Gilnei, 90% da família, pelos dois lados, veste azul.

Em 1995, quando o Tricolor sagrou-se bicampeão da América, o meio-campista tinha apenas dois anos. Não tem nenhuma lembrança daquela época, apenas um pôster que pertencia ao avô. A distância da capital inclusive era um empecilho para os Benetti levarem o filho aos jogos no antigo estádio Olímpico.

– Jogava muito futebol em Gramado. De vez em quando, usava a camisa do Grêmio, que era sempre a mesma. Vim poucas vezes no estádio (Olímpico). Lembro de ter ido na Geral em um Gre-Nal, mas não lembro o ano – conta Ramiro.

Aos 11 anos, porém, o jovem ingressou nas categorias de base do Juventude. Mudou-se para Caxias do Sul e deixou de lado o "gremismo". Focou na carreira, que já se desenhava promissora.

Mais velho, conquistou títulos pelo alviverde e chamou atenção dos dirigentes tricolores.

No final de 2012, foi anunciado pelo Grêmio para integrar o time sub-20, em um pacote que tinha ainda o goleiro Follmann, o zagueiro Bressan e o atacante Paulinho. Antes, o lateral-esquerdo Alex Telles já havia desembarcado em Porto Alegre.

– Toda família é gremista, por parte de mãe e de pai. Não tem ninguém colorado. Então, o Ramiro nasceu num ambiente gremista. Fazia alguns desenhos relacionados ao Grêmio e ao Juventude, como os escudos. É uma felicidade para todos ter ele como atleta profissional do Grêmio – orgulha-se Gilnei.

"Foi especial, por ter uma família muito gremista e muitos amigos gremistas também, estar ingressando em um grande clube, onde tinha paixão como torcedor. Mas procuro não deixar essa euforia que tenho no meu entorno tomar conta do meu trabalho e do profissional que tenho que ser dentro de campo" (Ramiro)

Já no início de 2013, a família Benetti aguardava o chamado do técnico Vanderlei Luxemburgo para Ramiro participar da pré-temporada com o grupo principal. Mas o que veio foi a frustração pela expectativa, que não se confirmou. Mesmo assim, fez parte da equipe alternativa que atuou nas primeiras rodadas do Gauchão daquele ano.

A boa notícia só viria em junho, numa tarde de quinta-feira, lembra o pai. Em um dos tantos treinos no Centro de Treinamentos Hélio Dourado, em Eldorado do Sul, na região metropolitana de Porto Alegre, Ramiro foi avisado de que estava convocado para viajar a Santos, para atuar na Vila Belmiro, na terceira rodada do Brasileirão.

Dois meses depois, já com Renato Gaúcho no comando, o volante virou titular. E marcou seu primeiro gol como profissional do Grêmio. Gol não. Um golaço, em chute de fora da área no ângulo, na vitória por 3 a 2 sobre o Vasco, em São Januário.

– Há também aquele golaço contra o Palmeiras, na Copa do Brasil do ano passado, que foi importante. Sem contar o título, que coroou tudo isso. Foi um sonho – recorda Gilnei.

O outro lado do torcedor

Ramiro sabe que a carreira de um jogador de futebol pode ter reviravoltas. Nem sempre poderá ser ídolo e torcedor ao mesmo tempo. Por mais que relembre sua paixão de infância com a camisa tricolor multicampeã da década de 90, sabe que nada será construído se não houver profissionalismo. Até mesmo no contato com os amigos o assunto Grêmio passa batido.

– Aprendi com o tempo. Já xinguei muito para parar de falar sobre isso, porque é um assunto que não gosto muito de conversar, para não interferir. Quando falo com amigos, vez ou outra me perguntam sobre coisas do Grêmio, mas não gosto. Prefiro falar sobre outras coisas – explica.



Com o pai, que faz questão de acompanhar a delegação na maioria das viagens da equipe, o que acontece dentro do campo também fica longe das conversas. Seu Gilnei faz questão de ressaltar que o filho é o profissional, e ele, o torcedor.

Mas o volante também não ignora a turma de infância. Pelo contrário. Participa das brincadeiras e trata de voltar para Gramado sempre que pode para rever os amigos. Recebeu inúmeros agradecimentos pelo penta da Copa do Brasil. Agora, carrega desde o início do ano a "responsabilidade" do tri da Libertadores.

"O Ramiro é extremamente profissional, acima da média. Também não deixo misturar, procuro não dar meu palpite, até porque ele nem aceita. Cada qual no seu quadrado". (Gilnei Benetti, pai de Ramiro)

– Tenho amigos do passado que acabam deixando o lado pessoal, que agradecem pelo título que há muito não comemoravam. E depositam confiança em mim, que sou o mais próximo do elenco que eles podem chegar, e pedem este título (da Libertadores) desde o início do ano – brinca.

Da forma como prefere, dentro do campo, Ramiro vai para o jogo decisivo desta quarta-feira, às 21h45, contra o Lanús, na Argentina. Com a vantagem da vitória por 1 a 0 na Arena, o Grêmio precisa de um empate para ficar com o título. Se o adversário devolver o placar, ou vencer por um gol de diferença, a partida vai para a prorrogação, com possibilidade de pênaltis.

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devemos ter cautela na hora do jogo porque o Lanús não vai deixar barato o jogo

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