Gustavo Figueiredo/UOL Esporte
O Grêmio joga, nesta quarta-feira (29), na capital mundial do futebol atrás de seu terceiro título continental. Diante do Lanús, o Tricolor encara um ambiente que ajudou a formar a cultura argentina: a bola e o campo por praticamente todos os lados. Buenos Aires e seus distritos lideram um ranking sobre estádios. A cidade ganha, com sobras, de todas as concorrentes dessa disputa pelo status de endereço mais boleiro do globo terrestre.
São incríveis 36 estádios com mais de 10 mil lugares na grande Buenos Aires.
Esse número faz a capital argentina superar Londres e Montevidéu no número de estádios com capacidade mínima. E em 2015 fez o jornal El País definir Buenos Aires como a capital mundial do futebol. O povo nas ruas ajuda a confirmar isso. Ambulantes, pedreiros, mecânicos, advogados, taxistas... Todos têm um time e sabem mais que a média sobre a fase atual, a história e as conexões com o bairro, os ídolos e suas vidas.
"Em outros países os times de uma cidade jogam em estádio municipal. Aqui houve muita luta para que os clubes conseguissem seus terrenos, fizessem seus estádios, com ajuda de vizinhos e patrocinadores", disse Alejandro Dolina, historiador argentino ao jornal El País.
A construção de estádios é um marco na vida de todo time argentino. E crescer a partir do gramado também é como um álbum de fotos feito de tijolo e cimento. Setores diferentes, erguidos em épocas distintas e com superação. Acomodações fora de padrão e que criam ambiente único. O estádio mais conhecido e de aura mítica é do Boca Juniors, La Bombonera, e tem justamente isso. Sem padrão Fifa, com problemas estruturais e dominado nas cercanias por ruas e casebres, sem nenhum espaço para respiro ou evolução futura.
Vale o mesmo para o estádio Ciudad de Lanús Nestor Díaz Pérez, casa do Lanús. Apelidado de La Fortaleza, o local ganhou uma reforma no início dos anos 2000 e tem todas as marcas de um campo de futebol argentino. Arquibancadas acanhadas, muros altos, arames farpados e gramado muito próximo do público. O clima de alçapão é inegável.
"Sabemos da pressão, mas o time está preparado", disse Bruno Cortez, lateral esquerdo do Grêmio. "A pressão existe, ainda mais por ser libertadores. Arquibancada fica próxima, mas meu time está acostumado a decidir dentro e fora de casa. O gramado está bom, sem problema algum. É meio que parecido com a Arena", desconversou Renato Gaúcho.
A formação cultural argentina, ligada ao futebol, vem também do aspecto político. O país teve nada menos que seis golpes militares e nos últimos três viu a bola e a chuteira entrarem forte no cenário. Antes da Copa do Mundo de 1978, que serviu para aplacar movimentos populares e fortalecer o governo, houve a dissipação da ideia de pertencimento ao país, a cidade, pelo jogo. Ir ao estádio, ver as partidas, e participar da comunidade deixou o povo perto do futebol.
Recentemente, no governo de Cristian Kirchner, o futebol voltou a ser mecanismo político. A presidente criou o programa 'Fútbol Para Todos' e passou a transmitir sem custos todas as partidas do campeonato nacional. A entrada de Mauricio Macri na presidência fez o plano ser desativado. Houve impacto nos cofres dos clubes, mas também uma espécie de libertação. Os estádios estão todos lá, há décadas, testemunhando a paixão e nesta quarta-feira um deles verá o novo campeão da Libertadores.
FICHA TÉCNICA
LANÚS-ARG X GRÊMIO
Data e hora: 29/11/2017 (quarta-feira), às 21h45 (Brasília)
Local: estádio Ciudad de Lanús Nestor Díaz Pérez, em Lanús (ARG)
Transmissão: Globo, Fox Sports e Sportv
Árbitro: Enrique Caceres (PAR)
Auxiliares: Eduardo Cardozo (PAR) e Juan Zorrilla (PAR)
Árbitro de vídeo: Mario Diaz de Vivar (PAR)
Auxiliares de vídeo: Victor Carrillo (PER) e Milciades Saldivar (PAR)
LANÚS: Andrada; J. Gomez, Herrera, Guerreño e Velázquez; Ivan Marcone, Román Martínez e Pasquini; Alejandro Silva, Lautaro Acosta e José Sand
Técnico: Jorge Almirón
GRÊMIO: Marcelo Grohe; Edilson, Geromel, Bressan e Bruno Cortez; Jailson, Arthur, Ramiro, Luan e Fernandinho; Lucas Barrios
Técnico: Renato Gaúcho
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São incríveis 36 estádios com mais de 10 mil lugares na grande Buenos Aires.
Esse número faz a capital argentina superar Londres e Montevidéu no número de estádios com capacidade mínima. E em 2015 fez o jornal El País definir Buenos Aires como a capital mundial do futebol. O povo nas ruas ajuda a confirmar isso. Ambulantes, pedreiros, mecânicos, advogados, taxistas... Todos têm um time e sabem mais que a média sobre a fase atual, a história e as conexões com o bairro, os ídolos e suas vidas.
"Em outros países os times de uma cidade jogam em estádio municipal. Aqui houve muita luta para que os clubes conseguissem seus terrenos, fizessem seus estádios, com ajuda de vizinhos e patrocinadores", disse Alejandro Dolina, historiador argentino ao jornal El País.
A construção de estádios é um marco na vida de todo time argentino. E crescer a partir do gramado também é como um álbum de fotos feito de tijolo e cimento. Setores diferentes, erguidos em épocas distintas e com superação. Acomodações fora de padrão e que criam ambiente único. O estádio mais conhecido e de aura mítica é do Boca Juniors, La Bombonera, e tem justamente isso. Sem padrão Fifa, com problemas estruturais e dominado nas cercanias por ruas e casebres, sem nenhum espaço para respiro ou evolução futura.
Vale o mesmo para o estádio Ciudad de Lanús Nestor Díaz Pérez, casa do Lanús. Apelidado de La Fortaleza, o local ganhou uma reforma no início dos anos 2000 e tem todas as marcas de um campo de futebol argentino. Arquibancadas acanhadas, muros altos, arames farpados e gramado muito próximo do público. O clima de alçapão é inegável.
"Sabemos da pressão, mas o time está preparado", disse Bruno Cortez, lateral esquerdo do Grêmio. "A pressão existe, ainda mais por ser libertadores. Arquibancada fica próxima, mas meu time está acostumado a decidir dentro e fora de casa. O gramado está bom, sem problema algum. É meio que parecido com a Arena", desconversou Renato Gaúcho.
A formação cultural argentina, ligada ao futebol, vem também do aspecto político. O país teve nada menos que seis golpes militares e nos últimos três viu a bola e a chuteira entrarem forte no cenário. Antes da Copa do Mundo de 1978, que serviu para aplacar movimentos populares e fortalecer o governo, houve a dissipação da ideia de pertencimento ao país, a cidade, pelo jogo. Ir ao estádio, ver as partidas, e participar da comunidade deixou o povo perto do futebol.
Recentemente, no governo de Cristian Kirchner, o futebol voltou a ser mecanismo político. A presidente criou o programa 'Fútbol Para Todos' e passou a transmitir sem custos todas as partidas do campeonato nacional. A entrada de Mauricio Macri na presidência fez o plano ser desativado. Houve impacto nos cofres dos clubes, mas também uma espécie de libertação. Os estádios estão todos lá, há décadas, testemunhando a paixão e nesta quarta-feira um deles verá o novo campeão da Libertadores.
FICHA TÉCNICA
LANÚS-ARG X GRÊMIO
Data e hora: 29/11/2017 (quarta-feira), às 21h45 (Brasília)
Local: estádio Ciudad de Lanús Nestor Díaz Pérez, em Lanús (ARG)
Transmissão: Globo, Fox Sports e Sportv
Árbitro: Enrique Caceres (PAR)
Auxiliares: Eduardo Cardozo (PAR) e Juan Zorrilla (PAR)
Árbitro de vídeo: Mario Diaz de Vivar (PAR)
Auxiliares de vídeo: Victor Carrillo (PER) e Milciades Saldivar (PAR)
LANÚS: Andrada; J. Gomez, Herrera, Guerreño e Velázquez; Ivan Marcone, Román Martínez e Pasquini; Alejandro Silva, Lautaro Acosta e José Sand
Técnico: Jorge Almirón
GRÊMIO: Marcelo Grohe; Edilson, Geromel, Bressan e Bruno Cortez; Jailson, Arthur, Ramiro, Luan e Fernandinho; Lucas Barrios
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