No nosso estádio, na nossa casa, vai ser diferente.
As palavras do técnico Jorge Almirón, após a derrota em Porto Alegre, resumem a confiança da torcida do Lanús no título da Libertadores. Sem menosprezo ao Grêmio, sempre citado como um adversário duro e com vantagem. Mas os torcedores argentinos acreditam muito na virada, apesar do placar aberto, por uma razão: o Estádio Ciudad de Lanús Néstor Díaz Pérez, ou "La Fortaleza".
O palco da grande final da Libertadores, nesta quarta-feira, às 21h45 (de Brasília) talvez não esteja à altura do evento, embora em boas condições. Mas é um dos trunfos do time argentino por conta do histórico recente na competição. O GloboEsporte.com visitou o local, falou com o dirigente responsável pela remodelação e que dá nome ao estádio e identificou alguns detalhes a prestar atenção.
Em primeiro lugar: o apelido não é à toa. Surgiu na década de 90, quando o Lanús subiu para a primeira divisão em 92 e fez muitos dos grandes clubes argentinos vítimas de suas forças na grande Buenos Aires. Um narrador, Jorge Mineo, cunhou a expressão "La Fortaleza", que pegou. O estádio é onde o Lanús se sente bem para viradas como as conseguidas até agora na Libertadores. Pergunte para qualquer torcedor em volta do estádio e a resposta é sempre a mesma: “o Lanús é muito forte em casa”.
Especialmente pelo que foi visto contra San Lorenzo, nas quartas, quando virou um placar de 2 a 0 contra e venceu a decisão nos pênaltis; e River Plate, na semi, ao perder o primeiro jogo por 1 a 0 e ainda sair com 2 a 0 contra dentro de casa, mas reverter para 4 a 2 e conseguir a classificação. Antes, o Lanús havia superado o The Strongest nas oitavas. Na fase de grupos, perdeu para Nacional-URU e Chapecoense, embora esse último resultado tenha sido revertido nos tribunais para uma vitória do Lanús.
– Estou mais tranquilo do que em anos. Vai virar, eu sei que vai virar – diz o ambulante Juan Lara, que há 55 anos trabalha no entorno do estádio.
Recentemente, Lanús perdeu para Olimpo e Unión em casa, em jogos pelo Campeonato Argentino e Copa Argentina, respectivamente, mas não com a equipe completa. Almirón acabou por mesclar a equipe entre as competições nacionais e os jogos da Libertadores, estratégia utilizada também pelo Grêmio, o que trouxe tropeços.
Gramado está bom, mas apresenta irregularidades (Foto: Eduardo Moura/GloboEsporte.com)
O treinador sabe que, além de contar com a mística por jogar em casa, tem algumas vantagens em La Fortaleza. Conhece por exemplo os pormenores do gramado. A grama aparentemente é boa, sem maiores preocupações. No entanto, o terreno do campo apresenta algumas irregularidades, com elevações em alguns pontos. Além disso, claro, há pouco espaço entre o campo e a torcida. Para bater o escanteio, o jogador fica praticamente no alambrado.
Há outra especificidade. O gramado é dois metros mais largo que o da Arena. O Grêmio joga em um campo de 105 metros de comprimento por 68 metros de largura. Na Argentina, vai buscar o tri da América em um com 105 metros por 70.
A expectativa, claro, é de estádio lotado. A capacidade do La Fortaleza é de 46.596 lugares, sendo 5 mil destes reservados para os gremistas na decisão. O local ainda recebia os últimos retoques, como pintura no lado externo, para estar bem nas telas do mundo todo.
O espaço destinado para a torcida do Grêmio na quarta-feira (Foto: Eduardo Moura/GloboEsporte.com)
O homenageado
A Fortaleza do Lanús foi inaugurada em 1929, mas deixou de ser um estádio “de madeira” em 2003, quando Néstor Díaz Pérez terminou um projeto capitaneado por ele e autofinanciado para reformar o estádio, iniciado no fim de 1990. Com rifas e ajuda da torcida, inclusive. Todo o esforço foi reconhecido com o batismo do estádio em seu nome. Foi o próprio dirigente histórico do Lanús quem abriu as portas do estádio para a reportagem do GloboEsporte.com.
– É um grande orgulho, nunca pensamos em chegar tão longe. Que saia tudo bem. É uma alegria tudo isso, já tenho 70 anos. Lamento que meu pai não possa ver isso, que me fez sócio com um ano. Na minha cabeça é uma alegria, é algo que se sonha. Não é todos os dias que alguém tem a possibilidade de o estádio levar o seu nome – destaca Díaz Pérez.
Néstor Díaz Pérez e ao fundo seu nome no estádio (Foto: Eduardo Moura/GloboEsporte.com)
Foram mais 10 anos de melhorias para deixar o estádio igual ao que receberá a final, com a construção da parte mais moderna, com camarotes. A Fifa e a Conmebol pediram 1,5 mil ingressos para a decisão, enquanto os familiares dos atletas solicitaram outros mil. Até o domingo, ainda havia entradas à venda nas bilheterias.
A remodelação, por exemplo, apresenta histórias curiosas. O Lanús precisava da licença da AFA para receber jogos, mas tinha uma estrutura precária, com pavilhões ainda de madeira. Néstor Días Pérez ligou para o amigo, dono de uma madeireira. Um carregamento chegou ao local antes da vistoria da entidade. Os fiscais viram as condições ruins, mas também a madeira do lado de fora e supuseram que haveria a troca. Após a liberação, a madeira voltou para o estoque.
O La Fortaleza fica dentro do complexo esportivo do Lanús, local que recebe os sócios do clube para prática de outros esportes. O clube também oferece em suas dependências escolas primária, secundária e até curso de nível superior na área de educação física.
Uma das razões para o Lanús ser chamado por seus torcedores de "maior clube de bairro do mundo" é a proximidade com as pessoas de Lanús Leste, onde fica localizado o complexo. O bairro é residencial, com casas muito próximas ao estádio. Aparentemente, um local tranquilo. Mas que certamente pulsará na quarta-feira.
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As palavras do técnico Jorge Almirón, após a derrota em Porto Alegre, resumem a confiança da torcida do Lanús no título da Libertadores. Sem menosprezo ao Grêmio, sempre citado como um adversário duro e com vantagem. Mas os torcedores argentinos acreditam muito na virada, apesar do placar aberto, por uma razão: o Estádio Ciudad de Lanús Néstor Díaz Pérez, ou "La Fortaleza".
O palco da grande final da Libertadores, nesta quarta-feira, às 21h45 (de Brasília) talvez não esteja à altura do evento, embora em boas condições. Mas é um dos trunfos do time argentino por conta do histórico recente na competição. O GloboEsporte.com visitou o local, falou com o dirigente responsável pela remodelação e que dá nome ao estádio e identificou alguns detalhes a prestar atenção.
Em primeiro lugar: o apelido não é à toa. Surgiu na década de 90, quando o Lanús subiu para a primeira divisão em 92 e fez muitos dos grandes clubes argentinos vítimas de suas forças na grande Buenos Aires. Um narrador, Jorge Mineo, cunhou a expressão "La Fortaleza", que pegou. O estádio é onde o Lanús se sente bem para viradas como as conseguidas até agora na Libertadores. Pergunte para qualquer torcedor em volta do estádio e a resposta é sempre a mesma: “o Lanús é muito forte em casa”.
Especialmente pelo que foi visto contra San Lorenzo, nas quartas, quando virou um placar de 2 a 0 contra e venceu a decisão nos pênaltis; e River Plate, na semi, ao perder o primeiro jogo por 1 a 0 e ainda sair com 2 a 0 contra dentro de casa, mas reverter para 4 a 2 e conseguir a classificação. Antes, o Lanús havia superado o The Strongest nas oitavas. Na fase de grupos, perdeu para Nacional-URU e Chapecoense, embora esse último resultado tenha sido revertido nos tribunais para uma vitória do Lanús.
– Estou mais tranquilo do que em anos. Vai virar, eu sei que vai virar – diz o ambulante Juan Lara, que há 55 anos trabalha no entorno do estádio.
Recentemente, Lanús perdeu para Olimpo e Unión em casa, em jogos pelo Campeonato Argentino e Copa Argentina, respectivamente, mas não com a equipe completa. Almirón acabou por mesclar a equipe entre as competições nacionais e os jogos da Libertadores, estratégia utilizada também pelo Grêmio, o que trouxe tropeços.
Gramado está bom, mas apresenta irregularidades (Foto: Eduardo Moura/GloboEsporte.com)
O treinador sabe que, além de contar com a mística por jogar em casa, tem algumas vantagens em La Fortaleza. Conhece por exemplo os pormenores do gramado. A grama aparentemente é boa, sem maiores preocupações. No entanto, o terreno do campo apresenta algumas irregularidades, com elevações em alguns pontos. Além disso, claro, há pouco espaço entre o campo e a torcida. Para bater o escanteio, o jogador fica praticamente no alambrado.
Há outra especificidade. O gramado é dois metros mais largo que o da Arena. O Grêmio joga em um campo de 105 metros de comprimento por 68 metros de largura. Na Argentina, vai buscar o tri da América em um com 105 metros por 70.
A expectativa, claro, é de estádio lotado. A capacidade do La Fortaleza é de 46.596 lugares, sendo 5 mil destes reservados para os gremistas na decisão. O local ainda recebia os últimos retoques, como pintura no lado externo, para estar bem nas telas do mundo todo.
O espaço destinado para a torcida do Grêmio na quarta-feira (Foto: Eduardo Moura/GloboEsporte.com)
O homenageado
A Fortaleza do Lanús foi inaugurada em 1929, mas deixou de ser um estádio “de madeira” em 2003, quando Néstor Díaz Pérez terminou um projeto capitaneado por ele e autofinanciado para reformar o estádio, iniciado no fim de 1990. Com rifas e ajuda da torcida, inclusive. Todo o esforço foi reconhecido com o batismo do estádio em seu nome. Foi o próprio dirigente histórico do Lanús quem abriu as portas do estádio para a reportagem do GloboEsporte.com.
– É um grande orgulho, nunca pensamos em chegar tão longe. Que saia tudo bem. É uma alegria tudo isso, já tenho 70 anos. Lamento que meu pai não possa ver isso, que me fez sócio com um ano. Na minha cabeça é uma alegria, é algo que se sonha. Não é todos os dias que alguém tem a possibilidade de o estádio levar o seu nome – destaca Díaz Pérez.
Néstor Díaz Pérez e ao fundo seu nome no estádio (Foto: Eduardo Moura/GloboEsporte.com)
Foram mais 10 anos de melhorias para deixar o estádio igual ao que receberá a final, com a construção da parte mais moderna, com camarotes. A Fifa e a Conmebol pediram 1,5 mil ingressos para a decisão, enquanto os familiares dos atletas solicitaram outros mil. Até o domingo, ainda havia entradas à venda nas bilheterias.
A remodelação, por exemplo, apresenta histórias curiosas. O Lanús precisava da licença da AFA para receber jogos, mas tinha uma estrutura precária, com pavilhões ainda de madeira. Néstor Días Pérez ligou para o amigo, dono de uma madeireira. Um carregamento chegou ao local antes da vistoria da entidade. Os fiscais viram as condições ruins, mas também a madeira do lado de fora e supuseram que haveria a troca. Após a liberação, a madeira voltou para o estoque.
O La Fortaleza fica dentro do complexo esportivo do Lanús, local que recebe os sócios do clube para prática de outros esportes. O clube também oferece em suas dependências escolas primária, secundária e até curso de nível superior na área de educação física.
Uma das razões para o Lanús ser chamado por seus torcedores de "maior clube de bairro do mundo" é a proximidade com as pessoas de Lanús Leste, onde fica localizado o complexo. O bairro é residencial, com casas muito próximas ao estádio. Aparentemente, um local tranquilo. Mas que certamente pulsará na quarta-feira.
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