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Com DNA do Grêmio, Kannemann já quebrou vidro com soco antes de decisão

Zagueiro se emocionou com vídeo motivacional na época do San Lorenzo e precisou jogar com braço enfaixado. Raçudo, tem o aval de Rivarola para marcar seu nome na história do Grêmio


Fonte: Globo Esporte

Com DNA do Grêmio, Kannemann já quebrou vidro com soco antes de decisão
Lucas Uebel / Grêmio, Divulgação
Em 15 de dezembro de 2013, o San Lorenzo chegou à última e decisiva rodada do Campeonato Argentino como líder do torneio, precisando de uma simples vitória para garantir o título nacional. A equipe entrou em campo e posou para a foto oficial, que se tornaria a fotografia do campeão nacional daquele ano. Na imagem, apareceram apenas 10 jogadores. Faltou um, que não entrou com o time no gramado. Faltou Walter Kannemann, hoje uma das referências do Grêmio.



Mas voltemos ao passado. Minutos antes dessa foto, no vestiário do Estádio José Amalfitani, casa do Vélez, o técnico Juan Antonio Pizzi passou um vídeo motivacional ao grupo do San Lorenzo. Kannemann, escalado entre os titulares, foi um dos que mais se emocionou com a mensagem. Porém, ainda que se tratasse de uma partida importante, a emoção do argentino acabou extrapolando os limites da motivação.

– Vimos o vídeo e Walter estava tão, mas tão emocionado que disse “vamos, vamos!” com um grito forte. Pegou um soco em uma janela e a quebrou. Cortou a mão, saía sangue. Outro dia também vi um vídeo dele dando tapas na própria cabeça, no peito, na cara. E sozinho (risos). É um garoto muito bom – diz Ignacio Piatti, ex-companheiro de Kannemann no San Lorenzo e campeão daquele Argentino de 2013.

Depois do corte, havia um problema a ser resolvido: o defensor precisava estancar o sangue e enfaixar o braço o mais rápido possível. Afinal, estava escalado para o confronto com o Vélez. O tratamento foi feito às pressas, e Kannemann conseguiu ir para o jogo. Nas imagens da partida e da comemoração do título – que veio após empate em 0 a 0 e igualdade também no confronto entre Newell’s Old Boys e Lanús – foi possível ver o curativo no jogador.

Contudo, pensar que a adrenalina já havia diminuído depois do susto com o soco na janela é duvidar da energia que Walter Kannemann coloca no campo cada vez que joga uma partida de futebol.

– O técnico (Pizzi) pediu: “Não vá tomar um cartão amarelo, não tome amarelo”. Na primeira jogada, bum! Amarelo (risos). Assim é o jogo dele, assim ele vive as partidas – conta Néstor Ortigoza, outro companheiro de Kannemann no clube argentino e um dos heróis do título da Libertadores de 2014.

DNA do Grêmio
Como disse Ortigoza, é assim que Walter Kannemann sente o futebol. Um tipo de perfil que casa perfeitamente com o que o torcedor gremista espera de quem veste a camisa tricolor. Nesse ponto, o zagueiro já conquistou o respeito das arquibancadas da Arena.

O próximo passo rumo à idolatria é a Copa Libertadores pelo Grêmio. Além disso, pode entrar para o hall de zagueiros estrangeiros que simbolizam, com raça e sotaque castelhano, cada uma das conquistas continentais do clube. Como De León, em 1983, e Rivarola, em 1995.

Segundo o paraguaio, titular no bi da América, Kannemann tem as principais características dos defensores que marcam seu nome no Grêmio. E caso a campanha na Libertadores culmine de fato na terceira taça do clube, o argentino tem o aval de Rivarola para confirmar seu lugar entre os grandes zagueiros sul-americanos da história gremista.

– Sempre acho que o futebol gaúcho é diferente dos outros, de São Paulo, do Rio. E tem jogadores que se adaptam muito bem, como os argentinos, os uruguaios, paraguaios. O futebol dali é muito parecido ao nosso futebol. Tem o De León, em 1995 fui eu e agora o Kannemann. É um cara de muita raça, que vai em cima, tem caráter, muita força para jogar. Faz lembrar da minha época – acrescenta o paraguaio.

Sobre quem foi melhor, Rivarola prefere deixar para os tricolores decidirem. Mas na hora de opinar a respeito de quem gosta mais das divididas com os atacantes adversários, o paraguaio não tem dúvidas.

– Essa parte acho que estamos os três iguais, né (risos) – brinca o ex-atleta.

Nem tão brabo assim
Ao lado de Geromel, o argentino é o cão de guarda da defesa gremista. É ele o responsável pelo "trabalho sujo" para inviabilizar os centroavantes adversários, do quilate de Roger, Henrique Dourado, Lucas Pratto e Paola Guerrero. Uma foto em que parece voar diante do corintiano Jô viralizou nas redes sociais após um jogo pelo Brasileirão.

Mas o lado sisudo é bem diferente no vestiário. Brincalhão, Kannemann é apreciador de música brasileira, principalmente samba e pagode. Chegou a marcar presença na Sapucaí, para ver de perto o desfile das escolas de samba do Rio de Janeiro. E fez sucesso com uma “sambadinha” na festa do título do penta da Copa do Brasil, em 2016.

Em breve, o zagueiro argentino deve celebrar a assinatura da extensão do contrato com o Grêmio até o fim de 2020 – o atual expira em dezembro de 2019. Mas só depois da Libertadores.
Nesta quarta-feira, em Porto Alegre, o Grêmio encara o Lanús no jogo que abre o caminho para o tão sonhado tri da América.

Motivação e apoio aos gremistas não faltarão. Mas é melhor que Renato Portaluppi faça a preleção em uma sala sem janelas se quiser diminuir o risco de não ter, em campo e nas fotos do título, o seu time completo. Com Walter Kannemann entre os 11.

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Comentários



Kanemann é o extrangeiro mais guerreiro q ja jogou no Gremio. eu classifico Anchieta como um elegante quase intransponível. Rivarola chrgava junto, dava uma baita segurança, mas Kanemann ñ é nenhum pouquinho elegante, mais baixo q os outros, mas sobe mais q eles. ñ tem nem geito de jogador quando caminha.,mas reúne todas as qualidades de um excelente zagueiro. na área ele é um Jardel do lado lado oposto.

o gremio todo tem jogar com essa raça e não pode ficar com medo dos Argentinos .pra cima deles meu tricolor.

Esse Argentino Guerreiro já é nosso herói por causa da maneira em que ele se comporta dentro de campo. Parece um soldado na guerra. extraordinário zagueiro !!!!

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