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Dirigente do Grêmio diz que clube sofre homofobia "por ser gaúcho"

Renato Moreira afirma que em São Paulo e no Rio de Janeiro o clube sofre com "cantos ofensivos"


Fonte: Globo Esporte

Dirigente do Grêmio diz que clube sofre homofobia por ser gaúcho
Geral do Grêmio foi suspensa por tempo indeterminado pelo clube (Foto: Diego Guichard)

O membro do conselho de administração do Grêmio e um dos vice-presidentes do clube, Renato Moreira, pediu atenção do Superior Tribunal de Justiça Desportiva para outros casos de discriminação, além das injúrias raciais ocorridas na Arena por parte da torcida do Grêmio contra o goleiro Aranha, do Santos. De acordo com ele, o Grêmio sofre homofobia no restante do país por se tratar de um clube gaúcho.

- Não falam nada, mas, em São Paulo e no Rio de Janeiro, virou cena comum as demais torcidas recorrerem a cantos ofensivos para nos provocarem por sermos gaúchos. A Procuradoria (do STJD) deveria ficar atenta a isso e punir os torcedores - e não seus clubes - que fazem uso desses gritos homofóbicos. É homofobia, no fim das contas - disse em entrevista ao site da ESPN.

O dirigente gremista ainda sustenta que a legislação desportiva prevê a mesma pena para casos de injúria racial e homofobia.

- O CBJD (Código Brasileiro de Justiça Desportiva) não fala em discriminação apenas em razão da cor, mas também de origem, dentre outras. Não é a ofensa a gremista ‘viado' que incomoda, até levaria na flauta (brincadeira), se fosse o caso. Quando você invoca a condição de sua origem, de ser gaúcho, é discriminação da mesma forma. O código prevê a mesma pena, está tudo previsto - disse na mesma entrevista.

Por conta das injúrias raciais ocorridas no jogo contra o Santos, o Grêmio foi denunciado pelo STJD com base no artigo 243-G, que pune quem "praticar ato discriminatório, desdenhoso ou ultrajante, relacionado a preconceito em razão de origem étnica, raça, sexo, cor, idade, condição de pessoa idosa ou portadora de deficiência". O clube será julgado a partir das 14h da próxima quarta-feira, no Rio de Janeiro.

Após as injúrias raciais cometidas na quinta-feira, uma parte da torcida do Grêmio voltou a usar o termo "macaco" no jogo contra o Bahia, no domingo. Após a reincidência, o clube anunciou a suspensão das atividades da torcida Geral por tempo indeterminado.

Entenda o caso

O incidente no jogo entre Grêmio e Santos, na Arena do Grêmio, ocorreu aos 42 minutos do segundo tempo, quando Aranha reclamou com o árbitro Wilton Pereira Sampaio, alegando ter sido vítima de xingamentos por parte da torcida. O juiz mandou a partida seguir, mesmo sendo alertado por jogadores do Santos dos incidentes que ocorriam fora de campo.
A jovem mostrada pelas imagens do canal ESPN foi afastada do trabalho no Centro Médico e Odontológico da Brigada Militar. Patrícia Moreira era funcionária de uma empresa terceirizada e prestava serviços de auxiliar de odontologia na clínica da polícia militar gaúcha. As imagens da torcedora ofendendo o goleiro santista começaram a circular pelas redes sociais logo após a partida. Aranha registrou boletim de ocorrência na 4ª Delegacia de Polícia na sexta (29).

Diante da repercussão, Patrícia evitou dormir em casa nos últimos dias. Ela se refugiou em residências de parentes e amigos para evitar retaliação. Pedras foram jogadas em direção a sua casa na noite de sexta-feira. O GloboEsporte.com visitou a região na tarde de sábado e ouviu os vizinhos. Amigos negros da menina de 23 anos garantem que ela não é racista.

As injúrias raciais proferidas por torcedores gremistas contra o goleiro tiveram mais um desdobramento. O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) acatou pedido da Procuradoria de Justiça Desportiva e suspendeu o jogo de volta entre as duas equipes, na próxima quarta-feira (3), até que o caso seja julgado. No primeiro duelo das oitavas da Copa do Brasil, os paulistas bateram os gaúchos por 2 a 0.

O Grêmio responderá por ato de discriminação racial por parte de torcedores, além do arremesso de papel higiênico no gramado e atraso. O clube corre risco de exclusão na Copa do Brasil e multa de até R$ 200 mil. A denúncia se apoia no artigo 243-G (discriminação racial) e no 213 (arremesso de objeto em campo), ambos do CBJD. O clube responde ainda ao artigo 191 por descumprir o regulamento e entrar em campo três minutos após o horário previsto.

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