Conselheiro tricolor, advogado deixa caso de jovem que ofendeu Aranha

Na manhã desta segunda, Guilherme Abrão se reuniu com Patrícia Moreira antes de formular a defesa para anexar ao inquérito. À tarde, informou que não assumiria caso


Fonte: Globo Esporte

Conselheiro tricolor, advogado deixa caso de jovem que ofendeu Aranha
Torcedora gremista foi flagrada chamando
Aranha de macaco (Foto: Reprodução/ESPN)



Quando a defesa de Patrícia Moreira sobre as injúrias raciais na Arena parecia encaminhada, uma reviravolta deixou dúvidas sobre o caso. De acordo com a família da jovem, o advogado Guilherme Abrão informou que não poderia defender a torcedora flagrada por câmeras de TV chamando o goleiro Aranha, do Santos, de "macaco" no jogo na última quinta-feira, pela Copa do Brasil. Segundo o advogado, a decisão foi tomada de comum acordo.

Guilherme Abrão é conselheiro do Grêmio desde 2013 e foi membro do Movimento Grêmio Independente (MGI), que na última segunda-feira lançou Homero Bellini Junior como candidato à presidência do clube no pleito que ocorrerá em 8 de outubro.

Procurado pela reportagem do GloboEsporte.com, o grupo político afirmou que o advogado deixou o MGI há seis meses.

Questionado pela reportagem sobre a saída do movimento, o advogado preferiu não responder. Em sua página no Twitter, Abrão descrevia em seu perfil como membro do conselho e do MGI. Após a família informar sobre a desistência, porém, ele apagou as informações das redes sociais.

- Não falo mais do caso da Patrícia, que tenho certeza que será bem defendido por outro profissional.

A família da jovem afirmou que Guilherme ligou e informou que "não poderia pegar o caso".

Na manhã desta segunda-feira, o GloboEsporte.com entrevistou o advogado após ele se reunir com Patrícia e os familiares dela. Disse que esperava anexar até a tarde a defesa no inquérito policial, o que não irá mais acontecer.

Na mesma entrevista, Abrão foi questionado sobre o vínculo com o Grêmio, e disse que a vivência dele no clube e a vida profissional eram coisas separadas, por isso não haveria interferência.

- Eu estou conselheiro, e sou advogado. Não represento ela no Grêmio, represento ela num inquérito policial. Se tivesse algum problema, não advogaria - explicou ainda pela manhã.

O GloboEsporte.com também entrou em contato com o MGI, que não quis se manifestar porque, segundo o movimento, Abrão não faz mais parte do movimento. O candidato do grupo à eleição presidencial do Grêmio, Homero Bellini, não quis falar sobre o caso. Já o advogado, questionado se ainda fazia parte do MGI, preferiu não responder. Disse apenas que não falaria mais sobre o episódio.

O incidente aconteceu aos 42 minutos do segundo tempo, quando Aranha reclamou com o árbitro Wilton Pereira Sampaio, alegando ter sido vítima de xingamentos por parte da torcida. O juiz mandou a partida seguir, mesmo sendo alertado por jogadores do Santos dos incidentes que ocorriam fora de campo.

A jovem foi afastada do trabalho no Centro Médico e Odontológico da Brigada Militar. Era funcionária de uma empresa terceirizada e prestava serviços de auxiliar de odontologia na clínica da polícia militar gaúcha. As imagens da torcedora ofendendo o goleiro santista começaram a circular pelas redes sociais logo após a partida.

O goleiro Aranha registrou boletim de ocorrência na 4ª Delegacia de Polícia de Porto Alegre na sexta-feira. No retorno a Santos, o camisa 1 evitou se pronunciar sobre o assunto.

Jogo de volta suspenso

As injúrias raciais proferidas por torcedores gremistas contra o goleiro Aranha tiveram mais um desdobramento. O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) acatou pedido da Procuradoria de Justiça Desportiva e suspendeu o jogo de volta entre as duas equipes, na próxima quarta-feira, até que o caso seja julgado. No primeiro duelo das oitavas da Copa do Brasil, os paulistas bateram os gaúchos por 2 a 0.

O julgamento ocorrerá na próxima quarta-feira. O Grêmio responderá por ato de discriminação racial por parte de torcedores, além do arremesso de papel higiênico no gramado e atraso. O clube corre risco de exclusão na Copa do Brasil e multa de até R$ 200 mil. A denúncia se apoia no artigo 243-G (discriminação racial) e no 213 (arremesso de objeto em campo), ambos do CBJD. O clube responde ainda ao artigo 191 por descumprir o regulamento e entrar em campo três minutos após o horário previsto.

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