Foto: Mauro Vieira / Agencia RBS
O cinco se tornou o número do primeiro mandato de Romildo Bolzan Jr. à frente do Grêmio. Com uma mão cheia, o torcedor ilustra dois feitos inesquecíveis da gestão do nosso presidente: o Gre-Nal do 5 a 0 e o pentacampeonato da Copa do Brasil.
Não foi fácil o caminho até podermos espalmar os cinco dedos de uma mão com orgulho. Romildo, acima de tudo, teve convicção para tirar do jejum de títulos um time com sérias restrições financeiras. Avesso ao confronto, político para costurar acordos, o presidente também contou com dose generosa de humildade para aprender com os próprios equívocos.
No início de 2015, eleito graças ao empenho de Fábio Koff, Romildo bancou o desgaste de sair vendendo jogadores. Criticado, passou nos pilas Barcos, Marcelo Moreno e Riveros. Vieram reforços discutíveis, dentro de uma política de austeridade. Ansioso por títulos, o torcedor chiou, afinal, nossa razão de existir são os gols, são as taças. À época, concordei com as vendas e reclamei das reposições. E fiquei desconfiado.
Confesso que em meados de 2015, quando vi o Grêmio perder o Gauchão e iniciar sem gás o Brasileirão, temi pelo pior. Pessimista nato, não via força no elenco, começava a acreditar na zica da Arena, suava com visões de risco de rebaixamento. Nunca senti tanto prazer por errar um prognóstico.
Romildo teve coragem para corrigir um vacilo. Terceirizar o futebol a Felipão, um totem da história azul, foi um erro. Definida a saída do treinador, o presidente adotou a estratégia de profissionais permanentes na comissão técnica tricolor. A convicção barrou a contratação de Cristóvão Borges e abriu espaço para Roger Machado.
Foi com Roger, um técnico sem passagem por grandes clubes, que o Grêmio obteve a maior vitória em Gre-Nais nas últimas décadas. Em uma Arena lotada, deliramos com cinco gols. Desde então, o torcedor passou a espalmar a mão com orgulho em fotos e vídeos.
Roger organizou uma equipe de toque fácil, mesmo dispondo de recursos técnicos limitados. Classificado à Libertadores, terminou o Brasileirão na banguela e não conseguiu corrigir defeitos do time em 2016.
No ano que se encerra com título, a direção também cometeu seus erros. O planejamento ficou devendo, a caxumba provocou desfalques e a política de reforços deixou a desejar. Para disputar a Libertadores, trouxemos Kadu, Fred e Wallace Oliveira, trio que tabelou com Bressan. Geromel ficou solitário. A defesa fraca nos tirou do Gauchão e adiou o sonho do tri da América. O problema só foi solucionado com a chegada de Kannemann.
Alvejado por críticas, muitas deles merecidas, Romildo perseverou. Não abriu mão da política financeira do clube e manteve Roger. O Grêmio arrancou bem no Brasileirão, mas parecia acomodado nas derrotas fora de casa. Roger não estava disposto a rever o posicionamento de sua defesa na bola aérea. Pediu para sair, abrindo espaço para um acerto de Romildo.
Boa parte da torcida não acreditava em Renato. Admito que ele não era meu nome preferido. Pois o presidente bancou o trio Renato-Espinosa-Preis. Apostou na mística de 1983, o que sempre é perigoso. Com nomes campeões pelo Grêmio, Romildo pagou para ver convicto no potencial dos escolhidos. E ganhou o penta da Copa do Brasil. Mais uma vez, o torcedor mostra a mão cheia para comemorar.
A mobilização criada entre clube e torcida para encerrar os 15 anos de jejum impressionou. Firme na defesa e com toque envolvente, o Grêmio deixou de lado o espírito do ponto fora. Venceu Cruzeiro e Atlético-MG no Mineirão. Sem salto alto, confirmou a vantagem na Arena. O Grêmio foi copeiro e competente.
Como presidente em um período delicado, de tanta impaciência, Romildo merece os elogios. Reeleito para um mandato de três anos, prevê para março a aquisição total da Arena, uma novela antiga.
Nas primeiras entrevistas pós-penta, o presidente tem isolado o conformismo, garante que o Grêmio quer mais títulos. Por ter mantido convicções e aprendido com seus equívocos, confio que Romildo fará um planejamento diferente para a próxima Libertadores.
Se o cinco foi o número mágico do primeiro mandato, que tal o três expressar o segundo? Um tri da América, um tri Brasileiro. Por que não? O seis, com um hexa da Copa do Brasil, também será bem-vindo. O fim do longo inverno e um presidente que não comete loucuras nos dão o direito de acreditar.
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Não foi fácil o caminho até podermos espalmar os cinco dedos de uma mão com orgulho. Romildo, acima de tudo, teve convicção para tirar do jejum de títulos um time com sérias restrições financeiras. Avesso ao confronto, político para costurar acordos, o presidente também contou com dose generosa de humildade para aprender com os próprios equívocos.
No início de 2015, eleito graças ao empenho de Fábio Koff, Romildo bancou o desgaste de sair vendendo jogadores. Criticado, passou nos pilas Barcos, Marcelo Moreno e Riveros. Vieram reforços discutíveis, dentro de uma política de austeridade. Ansioso por títulos, o torcedor chiou, afinal, nossa razão de existir são os gols, são as taças. À época, concordei com as vendas e reclamei das reposições. E fiquei desconfiado.
Confesso que em meados de 2015, quando vi o Grêmio perder o Gauchão e iniciar sem gás o Brasileirão, temi pelo pior. Pessimista nato, não via força no elenco, começava a acreditar na zica da Arena, suava com visões de risco de rebaixamento. Nunca senti tanto prazer por errar um prognóstico.
Romildo teve coragem para corrigir um vacilo. Terceirizar o futebol a Felipão, um totem da história azul, foi um erro. Definida a saída do treinador, o presidente adotou a estratégia de profissionais permanentes na comissão técnica tricolor. A convicção barrou a contratação de Cristóvão Borges e abriu espaço para Roger Machado.
Foi com Roger, um técnico sem passagem por grandes clubes, que o Grêmio obteve a maior vitória em Gre-Nais nas últimas décadas. Em uma Arena lotada, deliramos com cinco gols. Desde então, o torcedor passou a espalmar a mão com orgulho em fotos e vídeos.
Roger organizou uma equipe de toque fácil, mesmo dispondo de recursos técnicos limitados. Classificado à Libertadores, terminou o Brasileirão na banguela e não conseguiu corrigir defeitos do time em 2016.
No ano que se encerra com título, a direção também cometeu seus erros. O planejamento ficou devendo, a caxumba provocou desfalques e a política de reforços deixou a desejar. Para disputar a Libertadores, trouxemos Kadu, Fred e Wallace Oliveira, trio que tabelou com Bressan. Geromel ficou solitário. A defesa fraca nos tirou do Gauchão e adiou o sonho do tri da América. O problema só foi solucionado com a chegada de Kannemann.
Alvejado por críticas, muitas deles merecidas, Romildo perseverou. Não abriu mão da política financeira do clube e manteve Roger. O Grêmio arrancou bem no Brasileirão, mas parecia acomodado nas derrotas fora de casa. Roger não estava disposto a rever o posicionamento de sua defesa na bola aérea. Pediu para sair, abrindo espaço para um acerto de Romildo.
Boa parte da torcida não acreditava em Renato. Admito que ele não era meu nome preferido. Pois o presidente bancou o trio Renato-Espinosa-Preis. Apostou na mística de 1983, o que sempre é perigoso. Com nomes campeões pelo Grêmio, Romildo pagou para ver convicto no potencial dos escolhidos. E ganhou o penta da Copa do Brasil. Mais uma vez, o torcedor mostra a mão cheia para comemorar.
A mobilização criada entre clube e torcida para encerrar os 15 anos de jejum impressionou. Firme na defesa e com toque envolvente, o Grêmio deixou de lado o espírito do ponto fora. Venceu Cruzeiro e Atlético-MG no Mineirão. Sem salto alto, confirmou a vantagem na Arena. O Grêmio foi copeiro e competente.
Como presidente em um período delicado, de tanta impaciência, Romildo merece os elogios. Reeleito para um mandato de três anos, prevê para março a aquisição total da Arena, uma novela antiga.
Nas primeiras entrevistas pós-penta, o presidente tem isolado o conformismo, garante que o Grêmio quer mais títulos. Por ter mantido convicções e aprendido com seus equívocos, confio que Romildo fará um planejamento diferente para a próxima Libertadores.
Se o cinco foi o número mágico do primeiro mandato, que tal o três expressar o segundo? Um tri da América, um tri Brasileiro. Por que não? O seis, com um hexa da Copa do Brasil, também será bem-vindo. O fim do longo inverno e um presidente que não comete loucuras nos dão o direito de acreditar.
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