Edinho será um dos 55 mil gremistas na Arena nesta quarta-feira. O que o difere dos outros torcedores que ansiosamente esperam pelo título da Copa do Brasil é a ansiedade maior pelo apito inicial do que pelo final. Claro, será bom testemunhar no estádio o fim dos 15 anos sem títulos nacionais do Grêmio. Mas a missão de Ederson Alberto Teixeira Dornelles, o Edinho, 36 anos, é muito maior: ele quer transmitir seu gremismo ao filho, Pedrinho, de um ano e meio. Ele corre contra o tempo. Edinho luta contra um câncer, que já sofreu metástase para os pulmões e o fígado. Sem perder as esperanças, o ex-dançarino encara a vida lutando para alongar a previsão de vida que recebeu dos médicos.
— Não perdi a fé. Sempre que olho pro meu filho, renovo minhas forças. É uma questão de determinação. Quando chegar ao final da minha vida, é porque já vai ter dado tudo certo. Posso não entender ou concordar, mas aceito meu destino.
O ano de 2015 trouxe duas impactantes notícias para Edinho. A primeira era de que sua mulher, Mariane Monteiro, estava grávida. Felicidade pura. A segunda, no entanto, era daquelas impiedosas: ele estava com câncer no intestino. A doença se espalhou rapidamente, e os médicos deram um prognóstico sombrio: dificilmente veria o filho completar o primeiro ano de vida. A quimioterapia e os tratamentos convencionais, segundo Edinho, não resolveram o problema. Tampouco ofereceram mais esperança. Mas Edinho é corajoso e segue em frente. Tanto que testemunha dia após dia o crescimento de Pedrinho, que já caminha pela casa e ensaia as primeiras palavras
— É uma doença cruel — resume o dançarino.
Nos últimos meses, os avanços da doença trouxeram dificuldades em sua locomoção. Edinho passou a buscar esperança em tratamentos alternativos, mesmo sem previsão de resultados garantidos. Apesar das dificuldades, nada de esmorecer. Tanto que já assumiu como missão para as próximas semanas passar ao filho a mesma paixão que a sua mãe, Edilia Teixeira, o apresentou. Gremistona "de colocar a mão no peito pra cantar o hino", como ele descreve, a mãe levava o filho ao Olímpico nos finais de semana.
A atuação de gala do Grêmio no 3 a 1 no Atlético-MG no Mineirão despertou o velho sentimento de amor ao clube. Mesmo debilitado e dependente de um tubo de oxigênio, Edinho quis apresentar ao filho o mesmo mundo para o qual sua mãe havia aberto as portas no final dos anos 80. O problema é que os sócios esgotaram os ingressos para o jogo de hoje. Os amigos saíram em seu socorro e disseminaram nas redes sociais pedidos por uma entrada para ele.
Ao tomar conhecimento, o Grêmio agiu rápido. O departamento de marketing garantiu não um, mas dois ingressos para Edinho na decisão. Será a chance de ele conhecer a nova casa do seu time e apresentar, a Pedrinho, a paixão de uma vida inteira:
— Agora é a minha vez. Quero passar ao meu filho o mesmo sentimento que minha mãe me deu — exulta Edinho.
Quarta-feira, quando o Grêmio pisar no gramado da Arena, ele estará lá mostrando ao filho o que representam em seu coração o azul, o preto e o branco. Se o time tiver um décimo da bravura de Edinho, o penta será questão de esperar só mais 90 minutos.
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