Dediquem-se! Marquem muito! Concentrem-se! Deem-nos o título redentor e sejam nossos heróis!

Dirijo-me aos Marcelos, ao Denilson, ao Geromito, ao xerife Kannemann, ao Maicon, ao Wallace. ao Ramirinho, ao maestro Douglas, aos hábeis garotos Luan e Everton: permitam que, dentro de pouco mais que 24 horas, eu e 8 milhões de gremistas chamemos vocês de heróis. Vocês têm tudo para entrar no imaginário afetivo de milhões de crianças e adolescentes, como o meu filho de 14, que sonham demais com um grande e redentor título tricolor, um título que nunca viram nestes 15 duros anos. Mas não são só eles: os jovens, os de meia idade e os idosos agradecem eternamente a vocês se nos derem novamente o gosto maravilhoso de ganhar um título e sair por aí desfilando com nosso manto sagrado. Façam isso por nós e também por aqueles que nos deixaram e que certamente estariam torcendo conosco neste momento.

Na ainda muito dolorosa sexta-feira à noite, fiz o seguinte tuíte: "Como em todo luto, chega a hora de trocar o abatimento pela energia da indignação. Tem crianças sonhando com esta Copa do Brasil. Em frente!"

É isso!

Este pentacampeonato da Copa do Brasil não é qualquer título para nós. Eu, por exemplo, tenho uma filhinha de 9 e esse filho de 14 a que me referi acima e que estará comigo amanhã na Arena, gritando por vocês. Sempre contei para eles das grandes festas que fazíamos. Eles sentem aquele pertencimento forte quando veem a camiseta e o símbolo tricolor, mas se ressentem da grande conquista que não viram, que os levará ao júbilo que ainda não sentiram.

Em campo, nesta quarta-feira, vocês precisam entender que teremos um adversário dificílimo, muito qualificado, que chega aqui com a faca entre os dentes, querendo reverter um resultado desfavorável para eles e favorável para nós. Precisamos tirar os espaços do Pratto, do Robinho, do Luan deles. Precisamos tomar a iniciativa, ocupar espaços, não deixar que tomem conta do jogo. O técnico novo promete preencher mais o meio campo e acionar os perigosos atacantes que eles têm. Precisamos ficar atentos os 90 minutos, sempre com muita gana, concentração e determinação. Não podemos deixar o jogo ficar traiçoeiro para nós, precisamos evitar esse risco de qualquer jeito.

Este é o nosso jogo da década!

Sim, os últimos dias foram difíceis. Mas, passado o momento da despedida, chegou a hora de pensarmos nos vivos e até naquilo que os entes queridos que se foram esperariam de nós. É assim, exatamente assim, que segue a vida.

Diversas vezes, quando estou em uma situação difícil, em que preciso decidir algo no limite ou ter determinado comportamento que requer superação, penso no meu pai, falecido em, 2009. E assim ele está presente, ao meu lado. Sempre penso nele me recomendando que seja altaneiro, que enfrente as situações embaraçosas com a cara limpa e a energia de quem nada deve a ninguém.

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