Grêmio de Tite encanta o Brasil e conquista o tetra em 2001

Mauro Galvão diz que Grêmio de Tite serviu de modelo para Seleção do Penta

Um a um, os gremistas ingressam no vestiário dos visitantes do Morumbi e são recebidos com uma surpresa preparada por Tite. Ali, sobre os bancos, repousava uma carta especial, enviada pelos familiares com votos de carinho e boa sorte para aquela final da Copa do Brasil de 2001 contra o Corinthians. Uma carta capaz de levar às lágrimas todos os atletas, do mais experiente ao mais jovem. Da comoção à preparação para o jogo, o comandante ainda sinaliza com o incentivo que faltava a sua equipe, no túnel, instantes antes de pisar o gramado para a decisão:
– Entrem lá e se divirtam – aconselha Tite.

Seu desejo caiu como uma ordem, cumprida à risca pelos jogadores. Em 17 de junho de 2006, os gremistas, de fato, se divertiram ao aplicar 3 a 1 no Corinthians no Morumbi lotado, com uma atuação de gala, digna de encantar a todo o país. Os gols foram anotados por Marinho, Zinho e Marcelinho Paraíba, enquanto Ewerton descontou para o Timão. É impossível, porém, falar daquela exibição de futebol moderno, consagrada no golaço de pé em pé anotado por Paraíba, sem falar do jogo da ida, uma semana antes, no Olímpico.

Com um então emergente técnico Tite, o Tricolor penou a engrenar na Copa do Brasil, mas chegou à decisão em grande fase, logo após conquistar o Gauchão. A equipe entrou em campo com confiança inflada, mas viu o moral elevado ser soterrado pelo 2 a 0 parcial construído pelo Corinthians na primeira etapa. O motivo? Danrlei garante que era o excesso de cautela devido aos sete jogadores pendurados. O próprio camisa 1 tomou a dianteira e remobilizou os companheiros, ainda no vestiário, para a segunda etapa. Coube ao "Papa Léguas" Luis Mário anotar os gols do 2 a 2 que mantiveram vivo o Grêmio.
– O Grêmio de 2001 encantou, sim. Era uma equipe que jogava sem posição fixa. Tínhamos uma movimentação intensa, com muito treinamento. O Tite passava para nós essas coisas. A gente conseguiu assimilar bem. O time encaixou. Dava gosto de ver jogar. Aquele equipe serviu de modelo para várias equipes. Serviu de exemplo para a Seleção de 2002. Era um time moderno, que realmente inspirou bastante gente – recorda o experiente Mauro Galvão, então com 39 anos.

Confira a campanha até a taça:
> Primeira fase:
Jogo de ida: Vila Nova 3 x 2 Grêmio – Castor Cifuentes – 14/03/2001
Gols: Paulo César (2) e Wellington Amorim (Vila Nova). Ânderson Lima (2) (Grêmio)
Jogo da volta: Grêmio 4 x 1 Vila Nova – Estádio Olímpico – 21/03/2001
Gols: Luis Mário (2), Zinho e Rubens Cardoso (Grêmio). Paulo César (Vila Nova)

> Segunda fase:
Jogo de ida: Santa Cruz 1 x 0 Grêmio – Arruda – 18/04/2001
Gol: Joãozinho
Jogo da volta: Grêmio 3 x 1 Santa Cruz – Estádio Olímpico – 26/04/2001
Gols: Rodrigo Mendes (2) e Eduardo Costa (Grêmio). Nilson (Santa Cruz)
> Oitavas de final:
Jogo de ida: Grêmio 1 x 0 Fluminense – Estádio Olímpico – 02/05/2001
Gol: Marcelinho Paraíba
Jogo da volta: Fluminense 0 x 0 Grêmio – Maracanã – 09/05/2001
> Quartas de final:
Jogo da ida: Grêmio 2 x 1 São Paulo – Estádio Olímpico – 16/05/2001
Gols: Marinho e Warley (Grêmio). França (São Paulo)
Jogo da volta: São Paulo 4 x 3 Grêmio – Morumbi – 23/05/2001
Gols: França (2) e Alexandre (São Paulo). Marcelinho Paraíba (3) e Zinho (Grêmio)
> Semifinal:
Jogo de ida: Grêmio 3 x 1 Coritiba – Estádio Olímpico – 30/05/2001
Gols: Anderson Lima, Zinho e Warley (Grêmio). Anderson Cruz (Coritiba)
Jogo da volta: Coritiba 0 x 1 Grêmio – Couto Pereira – 06/06/2001
Gol: Zinho
> Final:
Jogo de ida: Grêmio 2 x 2 Corinthians – Estádio Olímpico – 10/06/2001
Gols: Luis Mario (2) (Grêmio). Marcelinho Carioca e Müller (Corinthians)
Jogo da volta: Corinthians 1 x 3 Grêmio – Morumbi – 17/06/2001
Gols: Ewerton (Corinthians). Marinho, Zinho e Marcelinho paraíba (Grêmio)



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