Campeões de 2001 mandam recados para inspirar Grêmio a conquistar a Copa do Brasil de 2016

Na noite de quarta-feira, no gramado do Mineirão, o Grêmio iniciará uma das mais importantes decisões de sua história contra o Atlético-MG, pela Copa do Brasil. A chance de encerrar um período de 15 anos sem títulos de expressão aguça a expectativa da torcida. E a última conquista nacional, em 2001, sob o comando de Tite, serve de exemplo.

Naquela final de Copa do Brasil com o Corinthians, sobrou superação para levantar a taça contra uma equipe considerada superior. É o mesmo caso de agora, frente aos mineiros que exibem nomes de peso, como o argentino Lucas Pratto, titular da seleção argentina, e Robinho, o veterano das pedaladas, que é um dos goleadores do Brasileirão.

Mas voltemos a 2001. Naquele time, Tite fazia brilhar um esquema 3-5-2 que extraía o melhor de seus jogadores. Na defesa, Mauro Galvão e Marinho faziam a diferença. O lateral-direito Ânderson Lima até hoje é lembrado por suas cobranças de falta. A liderança do capitão Zinho e a imposição física de Anderson Polga também eram fundamentais.

No jogo de ida da final, em um Olímpico lotado, Luís Mário, o "papa-léguas", evitou uma tragédia. Marcou dois gols, definindo o empate em 2 a 2 que deixaria o Grêmio vivo para decidir a taça no Morumbi.

Aquele estádio, inclusive, era um dos favoritos de Marcelinho Paraíba, o herói da última grande conquista do Grêmio. De boa passagem pelo São Paulo, foi o carrasco do time paulista na semifinal, marcando três gols na vitória por 4 a 3.

Na decisão, contra o Corinthians, brilhou novamente, marcando o gol do título. Agora, o atacante aposta que outro gremista será decisivo contra o Atlético-MG.

— Luan poderá fazer a diferença. Para mim, junto com Gabriel Jesus, é o melhor atacante do futebol brasileiro neste momento — observa.

Veja os depoimentos de oito campeões pelo Grêmio em 2001

Danrlei
"Se trabalha o ano inteiro para chegar a esse momento. Agora depende deles, é entrar em campo e dar o seu melhor. Em 2001, a gente jogou o primeiro jogo com seis ou sete pendurados e conseguimos buscar o resultado. Começamos perdendo por 2 a 0 e, se a gente não voltasse com garra para o segundo tempo, não conseguiria empatar. É se dedicar ao jogo todo o instante."

Gavião
"Naquela final, o Grêmio chegou muito bem. A equipe estava bem afinada pelo Tite. Este tempo todo sem título pode ser favorável. É aí que pode estar a vantagem do Grêmio. Seria o primeiro título da Arena, isso motiva muito. E vejo motivação grande também pelo treinador, com muita sintonia entre o grupo e o Renato. É algo que dá força ao clube para conquistar o título."

Luís Mário
"Estar na final é um momento único. É se preparar em todos os aspectos, principalmente no físico. É importante abrir mão daquela cervejinha para estar mais inteiro do que nunca na final. Tem que estar com a cabeça boa, dormir cedo, não se desgastar fora de campo. Ninguém sabe da preparação que tive para viver aquele momento único de reverter o placar de 2 a 0. Ajudei meus companheiros a empatar o jogo e ter condições de ser campeão no Morumbi."

Mauro Galvão
"Jogos deste nível, decisões, requerem cuidado redobrado. É ter atenção para cometer o mínimo de erros possível. Estes jogos não te dão margem de erro. É pensar em fazer dois grandes jogos, não adianta jogar uma partida bem só. Por ser Copa do Brasil, cada gol muda totalmente o jogo. Mesmo sem gol qualificado, pesa bastante. O Grêmio tem boa equipe, talvez seja mais time do que o Atlético. Vejo que o Grêmio tem mais conjunto, mas as individualidades do Atlético inspiram cuidados, principalmente Pratto, Robinho e Otero."

Ânderson Lima
"Aquele título significou muito, entramos para a história do Grêmio. Tanto que, até hoje, vocês, aí do Sul, me ligam. Ninguém poderia imaginar que depois daquilo o clube ficaria tanto tempo sem conquistas. Ganhamos do Corinthians de forma incontestável. Além do Tite, aquele time contava com jogadores que afinavam uns com os outros. Dizia-se que, tecnicamente, o Corinthians era melhor. Mais ou menos o que dizem agora do Atlético-MG. Só que, em termos de querer, fomos mais fortes. Acredito que isso possa se repetir."

Tinga
"Todos sabem que sou colorado, mas foi o Grêmio quem me realizou o sonho de ser jogador e me deu a oportunidade de virar um ser humano melhor. Me incentivou a ir à escola, me permitiu comer melhor do que comia em casa, me deu um lugar para dormir na concentração. Sabiam que eu era colorado, mas viam a minha entrega em campo. Já se passaram 15 anos e aquele título segue marcante para mim. Também foi aquela conquista que colocou o Tite na vitrine. Os torcedores me admiram até hoje e agradecem pelo título."

Itaqui
"Título representa muito. Não só para o clube, mas para a vida do profissional. Em se tratando de Grêmio, o título significa mais. O clube tem tradição copeira e traz uma responsabilidade grande pelos 15 anos sem conquistas. Tem que analisar esta pressão pelo lado bom. Entendo que tem todas as condições de buscar este título. Mas tem um adversário tradicional do outro lado. O Atlético tem um técnico com tradição de chegar em finais. Eles chegam com confiança e o Grêmio tem que saber controlar o lado emocional".

Marcelinho Paraíba
"Aquele nosso time de 2001 não me sai da cabeça. Difícil dizer qual foi o melhor jogo daquela campanha. Acho que aquele do Morumbi, em que marquei três gols (quartas de final, São Paulo 3x4 Grêmio).Não tenho dúvidas de que o Grêmio poderá repetir a façanha daquele ano. Sempre que posso, acompanho os jogos e dá para ver que é um grande time. Dia 30, se eu estiver em São Paulo, darei um jeito de pegar um voo para ver a decisão aí em Porto Alegre. Nunca deixei de torcer para o clube depois que saí de Porto Alegre."

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