Foto: Bruno Alencastro / Agencia RBS
O tempo está parado no Rio Grande do Sul. Os dias se arrastam. As mentes do futebol maquinam resultados, sonham jogadas, imaginam gestos – querem que tudo simplesmente se resolva, pois algo realmente grande está em gestação. Há um gigantesco acerto de contas em curso, uma enorme reposição da ordem natural das coisas, mas o relógio engana os ansiosos como um Garrincha que pisa sobre a bola. Os ponteiros retêm o jogo, tornam a jornada pura angústia, ansiedade e medo.
Queria que se resolvesse rápido, em um lance. Seria incrível acordar amanhã e ver tudo solucionado nas páginas dos jornais. Queria poder gritar aquele ¿acabou¿ que purifica e liberta, mas o tempo me cobra paciência. Exige que eu espere o andamento natural do processo, a vivência completa e paulatina do que está em fabricação. Não posso, de nenhuma forma, acelerar ou retardar o movimento, chutar ou impedir a bola de entrar. O que me resta é apenas esperar e esperar e esperar, até que se cumpra o que está escrito. Esperar.
No futebol, quanto mais algo demora para acontecer mais este algo está próximo de acontecer. Assim caem os tabus. Acredito cegamente neste pensamento mágico. Então, só posso admitir que chegou a hora. Vai acontecer. No Rio Grande do Sul, neste novembro futebolístico a flor da pele, não há quem não olhe para o calendário e não queira rasgar estes dias inúteis em que nada ocorre. Quanto tempo esperei até aqui! Estas partidas que não chegam, estes confrontos que não entram em campo, são lâminas cravadas na minha serenidade.
Haverá euforia e desespero. Talvez os primeiros dias de dezembro revelem-se ao Estado como históricos. Muitos vão querer que nada transcorra, que tudo continue como está hoje – mas é preciso mudar. Triunfar ou sucumbir. É necessário viver novas experiências, até como decorrência do que andamos fazendo até aqui. O salto e o tombo, agora, são parceiros de um destino comum. Quem deseja um dos dois deve saber que pode acordar no dia seguinte ao lado do outro. Salvar-se e perder-se nunca estiveram tão próximos, deixando esta espera ainda mais pesada, mais lenta, mais escorregadia.
Nunca esperei tanto. Os discursos e as promessas se multiplicam, mas não encurtam os dias. O tempo é vivido. Há etapas sendo cumpridas, uma a uma, fazendo com que cada um possa sentir toda a extensão da sua angústia ou felicidade, a plenitude do caminho que escolheu ou que foi obrigado a seguir. Não estou sozinho, sei. O ar falta para muitos. O Rio Grande da eterna divisão agora se une em uma única espera conjugada: é voo ou queda? Vivemos dias intermináveis na República da Ansiedade. É um sentimento.
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