Cinco dilemas no Grêmio de Renato entre o Brasileiro e a Copa do Brasil

Segunda-feira, após a derrota para o Sport, Renato Portaluppi dividiu com os jornalistas um dilema que o consome desde que o Grêmio se classificou para a decisão da Copa do Brasil. É melhor preservar titulares para a final ou mantê-los em atividade e aprimorar o entrosamento? Qualquer das alternativas implica risco, segundo o técnico, que se diz pronto para um "bombardeio".

Se os titulares perderem para São Paulo e América-MG, serão acusados de estar com a cabeça na final. Se forem preservados, o time corre o risco de estar sem ritmo para a decisão.

— O que vocês fariam no meu lugar? Vou trabalhar a cabeça do meu grupo e decidir — avisou Renato aos jornalistas, sublinhando que é pago para tomar este tipo de decisão.

Ao mesmo tempo em que perdoou os jogadores pela derrota para o Sport, o técnico fez a seu grupo uma frase forte no vestiário:

— Aquela taça (Copa do Brasil) não vai se mexe e vir até a gente. Nós precisamos ir buscá-la.

Veja os cinco dilemas de Renato no Grêmio:

Poupar titulares
É possível que o mau resultado contra Sport venha a interferir no planejamento do Grêmio para os dois jogos antes do começo da decisão da Copa do Brasil. O time estacionou na oitava posição e os pontos perdidos precisarão, agora, ser recuperados contra São Paulo e América-MG, para que a equipe se mantenha em condições de brigar pelo G-6/G-7. Assim, cresce a chance de time titular no Morumbi, dia 17. Renato só tomará sua decisão depois de ouvir de preparadores físicos e fisiologistas o diagnóstico sobre os riscos de lesões.

Risco de lesões
Tudo que Renato não deseja é perder um titular por lesão para os jogos decisivos com o Atlético-MG. Por cautela, poupou Maicon, Ramiro e Luan contra o Sport. O capitão, aliás, teve várias lesões musculares neste ano. Com o desgaste acumulado desde janeiro, a carga de atividades físicas para o grupo nesta parada de 10 dias tende a ser mais branda, privilegiando o descanso - tanto que o grupo ganhará folga neste final de semana. Outro que requer cuidados especiais é o veterano Douglas, 34 anos, o jogador que mais atuou este ano do grupo.

— A pausa é boa para recuperar os jogadores que não estão muito bem fisicamente — observa o zagueiro Pedro Geromel.

Abrir mão do G-6?
No momento, Atlético-PR (51 pontos, 6º lugar), Corinthians (50 pontos, 7º lugar) e Fluminense (48 pontos, 9º lugar) são os concorrentes pelo G-6. Os próximos adversários do Atlético-PR são Fluminense (f), Sport (c), América-MG (f) e Flamengo (c). O Corinthians enfrenta Figueirense (f), Inter (c), Atlético-PR (c) e Cruzeiro (f). O Fluminense pega Atlético-PR (c), Ponte Preta (f), Figueirense (f) e Inter (c). O matemático Tristão Garcia avalia as chances de vaga na Libertadores ao Grêmio, considerando as competições que disputa.

— Hoje, o Grêmio tem 66% de chances de disputar a Libertadores no ano que vem. Seja como campeão da Copa do Brasil, pelo G-6 ou G-7 no Brasileirão — entende o matemático.

Manter a autoestima
Até o primeiro jogo da final com o Atlético-MG em Belo Horizonte, dia 23, o Grêmio enfrenta São Paulo e América-MG pelo Brasileirão. Vencer é importante para não deixar os adversários pelo G-6 dispararem. E também para que o grupo encare a decisão da Copa do Brasil com moral elevado. No Morumbi, dia 17, a tendência é de que Renato utilize força máxima, até para dar ritmo de jogo ao grupo após a parada do Brasileirão. Mas não contará com Kannemann, que levou o terceiro amarelo contra o Sport - pode utilizar Thyere ou Wallace Reis como substitutos. E não deve ter Edílson, suspenso pelo STJD - embora o jurídico tente efeito suspensivo. Na Arena, três dias antes da decisão com o Galo, a tendência é de time misto contra o lanterna América-MG.

Reservas inconfiáveis
A derrota para o Sport mostrou, outra vez, o grave problema de reposição de peças na equipe. Wallace Oliveira ficou bem abaixo de Edílson, que cumpre suspensão. O problema só não é maior porque a pena do lateral direito não vale para a Copa do Brasil. Negueba também mostrou ser um substituto inconfiável para Ramiro. Se cumpre bem a função tática, mostra problemas de acabamento das jogadas. Henrique Almeida, escolhido para o lugar de Luan, também produziu menos do que o esperado. Também sem poder contar com Bolaños, a serviço da seleção equatoriana, Renato só tem os garotos Guilherme e Batista como alternativas.

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