Gabriel Kazu Rossato Yanagu é uma das maiores promessas do Luverdense, décimo colocado na Série B do Campeonato Brasileiro com 46 pontos. O garoto já serviu a seleção brasileira sub-18 e entrou na mira de grandes clubes como São Paulo, Grêmio e Cruzeiro.
O volante foi promovido aos profissionais antes de completar 17 anos na partida contra o Sinop, na última rodada da primeira fase do Campeonato Mato-Grossense desta temporada.
"Foi muito inesperado, estava fazendo um coletivo pelo sub-20 contra o profissional e fui bem. Tinha um clássico no domingo. O [técnico] Júnior Rocha me chamou e achei que fosse só para completar a atividade. Mas na sexta eu fui titular e fiquei sem entender. No sábado, ele me disse que eu ia começar no time: ‘Eu confio em você e pode ficar tranquilo para jogar'. Eu tomei um susto, mas foi uma surpresa positiva", contou o meia, ao ESPN.com.br.
"O jogo foi 0 a 0. Dentro de campo eu não acreditava porque via ao meu lado os jogadores que tinha como espelho. Foi sensacional. O futebol profissional é bem diferente da base, mas me adaptei rápido porque o grupo me acolheu muito bem. Recebi muitas orientações", prosseguiu.
Rocha tinha certeza que a ousada escolha traria frutos para sua equipe no Estadual.
Kazu (à direita) defende o Luverdense na Série B
"Ele se destaca pela leitura de jogo maravilhosa. Tem um nível de concentração fora do comum. Mas precisa evoluir tecnicamente. O potencial dele é muito grande. É um cara que apostamos muito no futuro", pondera o treinador.
Filho de uma pedagoga e de um professor de educação física, Kazu teve que obedecer desde cedo uma rigorosa disciplina dentro de casa e nos estudos.
"Levo isso para dentro de campo e sigo à risca o que o Júnior me pede na parte tática. Talvez com isso eu consiga me diferenciar. Gosto de fazer o simples".
A criação se reflete nas atitudes maduras que tomou, mesmo quando foi cobiçado para integrar a base de clubes gigantes do Brasil.
"Quando chegaram as propostas, o presidente falou comigo na semifinal do Estadual. Ele me pediu para dar uma resposta depois do Campeonato. Fomos campeões e analisei com calma, tinham propostas muito boas e tentadoras. Eu conversei com meus pais e por muito pouco não saí", contou o meia.
Como o time de Lucas do Rio Verde ofereceu um reajuste no salário e um contrato até 2018, o jovem decidiu permanecer.
"A conversa que tive com o Júnior e os planos do clube para o futuro pesaram demais para mim. A Série B é uma vitrine muito maior do que as competições de base. Acho que iria retroceder. Ainda mais em time grande, em que a concorrência é enorme e poderia não dar certo por lá", analisou.
Kazu quer ficar mais um tempo perto da família antes de dar um passo maior em sua carreira.
"Eu sempre gosto de brincar que sonho muito alto. Quando estava na base, eu sonhava que iria para o profissional e consegui. Com 17 anos, eu queria servir a seleção brasileira, ninguém acreditava, mas consegui".
"Meu objetivo agora é jogar a Série A do Brasileiro e quem sabe aqui mesmo pelo Luverdense. Creio que pelo planejamento e estrutura, o clube estará por lá em breve. Tenho um carinho enorme porque eles abriram as portas para mim. Não sei quanto tempo ainda ficarei por aqui porque tudo pode acontecer".
Atualmente reserva no profissional, o meia desce algumas vezes para defender a equipe sub-20 do Luverdense em grandes competições, mas já fez cinco partidas nesta Série B do Campeonato Brasileiro.
"Nunca vou me esquecer daqui. Me dou bem com todos desde diretoria até os funcionários".
SEM CARTEIRA DE MOTORISTA
Morador desde pequeno da cidade de Lucas do Rio Verde, que fica no interior do Mato Grosso e tem 60 mil habitantes, o meia concilia a vida de atleta profissional com a de estudante do ensino médio.
"É meio complicado, treino dois períodos e estudo à noite. É puxado, mas tenho que fazer. Nós queremos terminar o ensino médio, é difícil pelas viagens e cansaço. Perco aulas, mas a escola me ajuda muito nisso. Eles entendem o meu lado".
Mesmo assim, Kazu precisa se privar de várias atividades comuns a um adolescente de 17 anos por causa da profissão.
"A vida do atleta é muito diferente, não tenho rotina. No final de semana quando o pessoal da escola quer sair eu estou jogando ou concentrado. Eu tento levar tudo do jeito mais normal possível. Todo mundo me pede para jogar bola no interclasses, mas não tem como (risos)".
"Eu penso em fazer faculdade de educação física ou até mesmo seguir como jornalista esportivo. São áreas que gosto muito, mas não sei se conseguirei fazer agora ou só no futuro".
Ao contrário dos companheiros de time, que chegam com belos carros ao Centro de Treinamentos, ele sequer tem carteira de motorista.
"Minha mãe sempre me busca nos treinos. Na ida, ou meu pai me leva ou eu vou caminhando de casa que dá uns 20 minutos. Cidade pequena é bom por isso".
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O volante foi promovido aos profissionais antes de completar 17 anos na partida contra o Sinop, na última rodada da primeira fase do Campeonato Mato-Grossense desta temporada.
"Foi muito inesperado, estava fazendo um coletivo pelo sub-20 contra o profissional e fui bem. Tinha um clássico no domingo. O [técnico] Júnior Rocha me chamou e achei que fosse só para completar a atividade. Mas na sexta eu fui titular e fiquei sem entender. No sábado, ele me disse que eu ia começar no time: ‘Eu confio em você e pode ficar tranquilo para jogar'. Eu tomei um susto, mas foi uma surpresa positiva", contou o meia, ao ESPN.com.br.
"O jogo foi 0 a 0. Dentro de campo eu não acreditava porque via ao meu lado os jogadores que tinha como espelho. Foi sensacional. O futebol profissional é bem diferente da base, mas me adaptei rápido porque o grupo me acolheu muito bem. Recebi muitas orientações", prosseguiu.
Rocha tinha certeza que a ousada escolha traria frutos para sua equipe no Estadual.
Kazu (à direita) defende o Luverdense na Série B
"Ele se destaca pela leitura de jogo maravilhosa. Tem um nível de concentração fora do comum. Mas precisa evoluir tecnicamente. O potencial dele é muito grande. É um cara que apostamos muito no futuro", pondera o treinador.
Filho de uma pedagoga e de um professor de educação física, Kazu teve que obedecer desde cedo uma rigorosa disciplina dentro de casa e nos estudos.
"Levo isso para dentro de campo e sigo à risca o que o Júnior me pede na parte tática. Talvez com isso eu consiga me diferenciar. Gosto de fazer o simples".
A criação se reflete nas atitudes maduras que tomou, mesmo quando foi cobiçado para integrar a base de clubes gigantes do Brasil.
"Quando chegaram as propostas, o presidente falou comigo na semifinal do Estadual. Ele me pediu para dar uma resposta depois do Campeonato. Fomos campeões e analisei com calma, tinham propostas muito boas e tentadoras. Eu conversei com meus pais e por muito pouco não saí", contou o meia.
Como o time de Lucas do Rio Verde ofereceu um reajuste no salário e um contrato até 2018, o jovem decidiu permanecer.
"A conversa que tive com o Júnior e os planos do clube para o futuro pesaram demais para mim. A Série B é uma vitrine muito maior do que as competições de base. Acho que iria retroceder. Ainda mais em time grande, em que a concorrência é enorme e poderia não dar certo por lá", analisou.
Kazu quer ficar mais um tempo perto da família antes de dar um passo maior em sua carreira.
"Eu sempre gosto de brincar que sonho muito alto. Quando estava na base, eu sonhava que iria para o profissional e consegui. Com 17 anos, eu queria servir a seleção brasileira, ninguém acreditava, mas consegui".
"Meu objetivo agora é jogar a Série A do Brasileiro e quem sabe aqui mesmo pelo Luverdense. Creio que pelo planejamento e estrutura, o clube estará por lá em breve. Tenho um carinho enorme porque eles abriram as portas para mim. Não sei quanto tempo ainda ficarei por aqui porque tudo pode acontecer".
Atualmente reserva no profissional, o meia desce algumas vezes para defender a equipe sub-20 do Luverdense em grandes competições, mas já fez cinco partidas nesta Série B do Campeonato Brasileiro.
"Nunca vou me esquecer daqui. Me dou bem com todos desde diretoria até os funcionários".
SEM CARTEIRA DE MOTORISTA
Morador desde pequeno da cidade de Lucas do Rio Verde, que fica no interior do Mato Grosso e tem 60 mil habitantes, o meia concilia a vida de atleta profissional com a de estudante do ensino médio.
"É meio complicado, treino dois períodos e estudo à noite. É puxado, mas tenho que fazer. Nós queremos terminar o ensino médio, é difícil pelas viagens e cansaço. Perco aulas, mas a escola me ajuda muito nisso. Eles entendem o meu lado".
Mesmo assim, Kazu precisa se privar de várias atividades comuns a um adolescente de 17 anos por causa da profissão.
"A vida do atleta é muito diferente, não tenho rotina. No final de semana quando o pessoal da escola quer sair eu estou jogando ou concentrado. Eu tento levar tudo do jeito mais normal possível. Todo mundo me pede para jogar bola no interclasses, mas não tem como (risos)".
"Eu penso em fazer faculdade de educação física ou até mesmo seguir como jornalista esportivo. São áreas que gosto muito, mas não sei se conseguirei fazer agora ou só no futuro".
Ao contrário dos companheiros de time, que chegam com belos carros ao Centro de Treinamentos, ele sequer tem carteira de motorista.
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