"Só vaga na Libertadores não basta, temos de ser campeões", diz Maicon

Capitão do Grêmio fala sobre a chegada de Renato e semana decisiva


Fonte: ZH

Só vaga na Libertadores não basta, temos de ser campeões, diz Maicon
Foto: Lauro Alves / Agencia RBS
Maicon está revigorado. Recuperado de lesão muscular, uma das tantas que atrasaram seu 2016 no Grêmio, o capitão deseja recuperar o tempo que ficou afastado do time na próxima semana, com a decisão contra o Palmeiras, pela Copa do Brasil, e o Gre-Nal. Na quinta-feira, o volante retornou ao time em alto nível contra o Atlético-PR e quase marcou um gol de placa, do círculo central.

Contra o Santos, na Vila Belmiro, o volante pretende utilizar seus passes precisos para colocar o Grêmio no G-6 do Brasileirão. Nesta entrevista a ZH, o capitão fala sobre o ambiente no vestiário com Renato, das críticas dos torcedores, dos erros de finalização e também de seus planos de virar técnico ou comentarista de TV no futuro.

Contra o Atlético-PR, você quase marcou um gol de placa.
Eu dominei a bola, a gente estava com o time muito atrás. Olhei para o goleiro, e ele estava na linha da área. Pensei: vou chutar. Mas você precisa fazer muita força. Chutei ali do círculo, e a bola viajou muito. Se ela vai um pouco mais reta, eu conseguiria fazer o gol. Mas, como subiu, deu tempo de o goleiro voltar. Caiu na rede, ali em cima. Imagina se eu faço um gol como aquele ali.

Este foi o ano em que você mais se lesionou na carreira?

De início, sim. Eu já vinha de uma lesão grave no ano passado, em que rompi o ligamento do tornozelo. Neste ano, acabei ficando fora em alguns jogos porque tomei injeção no pé. Então, tive que ficar de fora em alguns jogos para recuperar e voltar bem. De uma lesão, foi puxando outra. Mesmo que eu estivesse bem. A maioria das que tive, eu não estava com dor no corpo. Aí fui fazer o movimento no campo e me lesionei. Quando tinha bastante dor pela sequência de jogos, não me machucava. Nem é por falta de preparo, é pelos esforços durante a partida.

O que mudou no vestiário com a chegada de Renato?

Cada um tem sua forma de lidar com o grupo. Aprendemos com o Roger, que deu oportunidades a muitos jogadores, como o Renato está fazendo. Não tem muito tempo para treinar, é um jogo atrás do outro. Então, é mais na conversa. A gente vinha de uma sequência ruim, sem vencer. Ficou difícil o Brasileiro, mas abriu a possibilidade do G-6. A gente sabe que só vaga na Libertadores não basta, temos de ser campeões. A torcida nos cobra um título. Temos chance na Copa do Brasil, contra o líder do Brasileiro. Temos a vantagem e precisamos jogar nossa vida para avançar.

Por ser a principal voz do vestiário, você pediu ao Roger para que ele não saísse?

Não é por eu ser capitão do time que sempre vou tomar a frente das coisas e falar. Temos um grupo de jogadores experiente e os mais novos também opinam. É claro que a gente queria que ele continuasse, até pelo trabalho que vinha fazendo. Mas, se ele chegou a uma decisão, a gente tem de respeitar. Logo depois, chegou um treinador que também tem muita história no clube.

Você é um jogador que erra poucos passes. Qual é o segredo?
Essa sempre foi minha principal característica. Ocupo uma função no campo em que preciso fazer a bola chegar nos homens de meio para frente. Minha média de passes é grande, tem jogo que dou 100 passes e erro cinco ou seis. Às vezes são passes laterais, para frente. Mas o controle de bola sempre fica com a equipe. Até roubar bolas, algo que eu tinha dificuldade, tem jogos que sou o que mais desarma. Nosso estilo de jogo é de toque de bola, se a gente fizesse todos os gols que cria, estaríamos melhor na tabela. Mas isso é trabalho, ninguém perde chances porque quer.

Falando em finalizações, este é o principal problema do Grêmio?

Às vezes bate aquela ansiedade de fazer o gol e você quer finalizar direto. E se você perder mais um segundo, você consegue preparar melhor para chutar e fazer o gol. Mas o importante é que a gente cria, não fica só defendendo e jogando por uma bola. Oportunidades a gente tem bastante. É ter mais concentração nos treinos. Em jogos com times de mais qualidade, você não pode bobear. Vai ter uma ou duas chances e tem de fazer.

Você foi muito criticado na eliminação da Libertadores. Como é este papel de "para-raios" do grupo?

Faz parte do futebol. Se a gente ganha as competições, iam me comparar com jogadores do Bayern de Munique e do Barcelona. Mas, por eu ser o capitão do time, esta cobrança vem muito forte. Tenho 12 anos de carreira e estou em um grande clube, que está há algum tempo sem ganhar. Então, a cobrança sempre existe. Vem mais forte por eu ser o capitão, por acharem que eu tenho que brigar com os colegas e peitar o árbitro. Se fizer isso, vou pegar quatro jogos de suspensão. Não vou ser herói, vou prejudicar meu time. Só vou ficar na história do clube se eu for campeão.

A saída do Giuliano surpreendeu o grupo?

Com certeza. Ele é um jogador muito importante, de qualidade. Olha onde ele está hoje, os jogos que vem fazendo. Ele é muito bom jogador, ficamos tristes é claro. Mas se era algo bom para ele, temos só de desejar sorte. Mas, é como falei: se você for campeão, fica marcado na história do clube. Sei que se a gente não ganhar, a cobrança vem. Mas estou de cabeça erguida.

A próxima semana terá Gre-Nal. Com o Inter no Z-4, o clássico será diferente?

A gente vai pensar no jogo do Inter só depois da partida com o Palmeiras. Temos um jogo importante com o Santos, dois jogos fora de casa. Primeiro, temos que pensar em fazer um grande jogo na Vila Belmiro. Depois, se preparar para o Palmeiras. É procurar fazer dois grandes jogos para vir forte para o clássico.

E a decisão com o Palmeiras, como segurar a ansiedade?

O Palmeiras é o líder do campeonato, uma equipe qualificada, com grandes jogadores. Conseguimos um resultado importante em casa, que era a vitória. Mesmo sendo fora de casa, a gente não pode fugir da nossa característica de jogo. Vai ser difícil para nós, mas vai ser para o Palmeiras também.

Você tem planos de ser técnico de futebol no futuro?

Eu tenho vontade de continuar no meio de futebol e ser treinador. Como muitos ex-jogadores agora estão comentando jogo, também, é uma vontade que passei a ter há pouco tempo. Até por ter uma boa leitura de jogo. São duas coisas que, lá para frente, ainda tenho muitos anos para jogar, estão nos meus planos.

Qual é o estilo de capitania do Maicon?

É de querer vencer em campo. É de liderar, não só de querer brigar. Saber o momento certo de falar com o companheiro, de falar com o árbitro. E de jogar. O mais importante é seu comportamento dentro de campo, como você atua nas partidas. E tenho características que podem ajudar muito minha equipe. Sou um cara tranquilo, mas que na hora que tem de cobrar, eu cobro. Assim como os companheiros, também. Quando tem de xingar, xinga. O importante é a vitória.

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