Apostas "semiprontas" do Grêmio se destacam e podem render milhões

Há três anos, se os nomes de Luan, Pedro Rocha, Walace ou Ramiro fossem falados para torcedores do Grêmio, poucos saberiam de quem se tratava. Alguns desdenhariam das apostas. Hoje, o quarteto representa o sucesso de uma política complementar das categorias de base que pode render bons frutos ao clube gaúcho até mesmo nesta janela de transferências, embora não seja a intenção da diretoria se desfazer de jogadores em destaque no momento. A aposta em atletas "semiprontos" se mantém, como afirmou o presidente Romildo Bolzan no mês passado.

Hoje, o principal nome do ataque gremista é Luan, buscado na Catanduvense quando estava quase estourando a idade de sub-20. Apesar do sucesso, terá de fazer uma pausa forçada. O atacante está suspenso para o duelo com o Fluminense, no sábado, após garantir a vitória sobre a Ponte Preta com gol aos 49 minutos do segundo tempo.

No time principal, há outros exemplos, como o volante Ramiro, que passou seis meses no time sub-20 antes de ser integrado ao elenco profissional em 2013, o atacante Pedro Rocha e o volante Moisés, ambos atualmente machucados, o volante Guilherme Amorim, que retornou de empréstimo e deve ser integrado ao elenco após a saída de Edinho para o Coritiba, e o centroavante Batista.

Claro que há nomes que não deslancharam, como o meia Leandro Canhoto e os atacantes Marcos Paulo e Luan (ex-Portuguesa). Jovens, mas com experiência suficiente para chegarem ao profissional antes daqueles formados em casa – que também terão suas chances.

O semipronto passa pela experiência em equipes superiores. Está longe de estar pronto, na idade em cima das características, ou de queimar alguma etapa ou final de idade de base
Júnior Chávare, executivo interino do Grêmio

– O semipronto passa pela experiência em equipes superiores. Semipronto está longe de estar pronto, está na idade em cima das características, ou de queimar alguma etapa ou final de idade de base – explica o executivo interino do clube e também coordenador da base, Júnior Chávare, ao GloboEsporte.com.

Outros, como Bressan e Wendell, nem tempo de atuar nas categorias de base tiveram. Por questões específicas do elenco em 2013, já foram alçados para o time profissional logo na chegada a Porto Alegre, embora não fosse a intenção inicial. O segundo foi vendido após menos de um semestre como titular, em 2014, para o Bayer Leverkusen.

Walace é outro bom exemplo. A idade não era tão avançada – chegou ao Grêmio com 17 anos, trazido do Avaí. Por isso, não recebe o rótulo de Chávare. Mas o então meia já participava eventualmente de treinamentos com o elenco principal do time catarinense, algo que se encaixa no conceito de já ter experiência acima de sua idade.

O volante tinha um lastro para evoluir e ser lapidado no Tricolor, em uma situação diferente das principais apostas "semiprontas", que já haviam atuado como profissionais. Está mais próximo do caso do atacante Everton, contratado para o time juvenil. E hoje veste a camisa da seleção brasileira. O presidente Romildo Bolzan Júnior já afirmou que só aceita propostas do mesmo valor pago ao francês Pogba.

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