Grêmio Saiu Pagando Vexame

A conjugação melhora do Grêmio/piora do Rosario era bem improvável, você leu neste espaço desde a derrota gremista na Arena. No pior dos cenários, o colunista não previa tanta facilidade para que os argentinos eliminassem o Grêmio triplicando a vitória de Porto Alegre. Sobrou organização, intensidade, futebol e eficácia para o Rosario, que parou em 3x0 porque não viu razão para chegar a quatro ou cinco. Ele, Rosario, manteve o padrão do jogo de ida desde a defesa alta e firme, passando pelo meio-campo onde Montoya foi amo e senhor dos movimentos e chegando a Marco Ruben, autor de três quartos dos gols do time argentino nas oitavas-de-final. Do outro lado, o Grêmio não apresentou rigorosamente nada de melhor. Marcelo Hermes não foi melhor, nem pior do que o Oliveira. Cometeu um pênalti quando já estava 1x0, com meia-hora o Grêmio estava levando 2x0 e sabia que o restante do tempo a contar na ampulheta seria de alto risco. Porém, o segundo tempo gremista foi pior do que o primeiro, quando só Luan jogava. Seus parceiros de meio inexistiam, Bolaños, idem. A zaga errou com Geromel como se estivesse sem ele. Depois do intervalo, já sem Douglas em ritmo de despedida e com Pedro Rocha, o Grêmio não criou nada ofensivamente e tomou mais um gol de cabeça. Tivessem os argentinos ganas de ganar e a goleada no Gigante de Arroyto teria sido histórica.

* Romildo Bolzan está diante da maior crise de sua gestão. Fora das finais do Gauchão, humilhado na Libertadores, haverá conselheiros a pedir faxina geral, de Rui Costa a Roger Machado, passando por meio time titular. Torço para que o presidente não caia em tentação. Roger precisa ser prestigiado no sentido literal e não figurado. É bom técnico, vai crescer na dor. O Grêmio, com o dinheiro que tiver e a criatividade que puder reunir, terá que ir ao mercado por lateral-direito, esquerdo, zagueiro, meia-esquerda e segundo volante. No cenário ideal, iria no plural, duvido que consiga. O que não pode, sob pena de pôr abaixo o trabalho de reconstrução feito até agora, é Romildo Bolzan Jr. atender o clamor da mágoa instalada entre seus pares e acionar a guilhotina indiscriminadamente. Não vai ser fácil, basta passar os olhos nas redes sociais. Será a prova de fogo da maturidade do presidente como dirigente e gestor de crises. Que seja firme e exercite o saudável hábito da sensatez.

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