Quando criança, em Rosário, Lionel Messi cansou de ouvir dos mais velhos: "Somos campeões do mundo. A Argentina é uma seleção grande e vencedora". Em campo, porém, isso nunca se concretizou. Bem distante dali, em Pähl, na região da Bavária, a história se repetia com o jovem Thomas. Ainda pequeno, soube que tinha sobrenome de gente grande – Gerd Müller, artilheiro histórico da Alemanha – e que seu país era grande potência no futebol mundial.
Diante de seus olhos, nada. Décadas se passaram, os meninos cresceram, viraram craques, e agora chegou a hora de transformarem tudo aquilo que sempre escutaram em realidade.
Neste domingo, às 16h (de Brasília), Alemanha e Argentina disputam, no Maracanã, a final da Copa do Mundo com gerações que cresceram imaginando o passado, mas podem, enfim, encher o peito e gritar no presente: "Eu sou campeão do mundo".
O confronto no Rio de Janeiro será o terceiro entre hermanos e germânicos numa final de Mundial. E ordenou o destino que o fim do jejum de mais de duas décadas de ambos terminasse justamente contra o mesmo rival de sua última conquista. Em 1986, a Argentina de Maradona despachou a Alemanha no México. Quatro anos mais tarde, os alemães comandados por Beckenbauer no banco e Matthäus no campo deram o troco na Itália. Chegou a hora do desempate. Do tri comandado por Messi, que empataria ainda a disputa entre europeus e sul-americanos em 10 a 10; ou do tetra alemão com uma geração moldada há oito anos, na Copa em casa, e que luta contra uma sina de "quases" em Mundiais e Eurocopas.
Sete alemães não viram o título em 90
Da Alemanha, de elenco bastante jovem, sete não haviam nascido naquele 8 de julho de 1990, quando Brehme fez de pênalti o gol do tri: Erik Durm, Matthias Ginter, Shkodran Mustafi, Julian Draxler, Mario Götze, Christoph Kramer e André Schürrle. Outros, como Müller e Toni Kroos, sequer tinham completado um ano de idade. Os únicos que de fato podem ter recordações são Philipp Lahm (seis anos), Bastian Schweinsteiger (cinco), Roman Weidenfeller (nove), Per Mertesacker (cinco) e, claro, Miroslav Klose, o veterano do time (12 à época, 36 hoje).

– Foi o primeiro torneio que eu soube o que era futebol. Tenho imagens na minha cabeça dos jogadores comemorando, acho que assisti ao campeonato mais de 100 vezes em vídeos, conheço todos os atletas, lembro de todos os jogos, do Lothar Matthäus levantando o troféu. Não sei como vamos celebrar, mas se ganharmos será uma grande festa – disse o capitão Lahm, ainda em junho, no início da campanha.
Um sentimento de nostalgia tomou conta dos alemães. Desde a semana passada, jogadores como Boateng, Podolski e Mertesacker usaram as redes sociais para postarem fotos quando crianças. A Copa de 2014 pode ser a última para eles, trintões em 2018. E o país, claro, vive a febre de quebrar um jejum de 24 anos sem títulos mundiais – ou 18 desde a conquista da Eurocopa, em 1996.
Desde então, insucessos questionaram a qualidade das gerações que se passaram, especialmente sob o comando do técnico Joachim Löw, vice-campeão da Euro 2008 e eliminado nas semifinais da Copa de 2010 e da Euro 2012 quando ao menos um destes troféus era aguardado.
Messi nasce 360 dias após consagração de Maradona
Dos 23 convocados por Alejandro Sabella para o Mundial, 14 eram nascidos no dia 29 de junho de 1986, quando Maradona conduziu a seleção argentina aos 3 a 2 sobre a Alemanha que garantiu o bicampeonato do mundo. As memórias deste dia, no entanto, são remotas. Ou até mesmo nulas. O mais velho na ocasião era Hugo Campagnaro, que tinha completado seis anos dois dias antes. Se for levado em conta somente os titulares, este número cai para quatro, e as principais figuras – Messi, Di María e Higuaín – sequer tinham vindo ao mundo. Dono da esperança de 40 milhões de hermanos, Lionel nasceu 360 dias depois.

Um bebê de um ano, 11 meses e nove dias quando Burruchaga tocou na saída de Schumacher para entrar definitivamente na eternidade, Javier Mascherano não tinha a menor noção do que acontecia naquele momento na Cidade do México. Já próximo de completar seis anos, passou a ter um pouco mais de ideia do que representava o futebol ao ver um país chorar a derrota em 90, na Itália, e resume com palavras a importância de não deixar passar a oportunidade de meter seu nome nesta história, na tarde de domingo, no Maracanã.
– O que o destino nos impõe é a final do Mundial, é desfrutar esse dia porque seguramente não vamos voltar a vivê-lo. Temos de nos preparar para jogar a partida mais importante da nossas carreiras e, sobretudo, estar à altura de todas as circunstâncias.
Boateng se recupera e deve jogar
A Alemanha deverá ir com o que considera o seu “onze ideal”. Boateng, que deixou o treino fechado de sexta-feira com dores na virilha, treinou normalmente no sábado e, até segunda ordem, está confirmado. Ele fará dupla de zaga com Hummels, outro que acusou um problema no joelho durante o jogo contra o Brasil.
O restante do time já é conhecido. Lahm, criticado como volante, voltou à lateral, sua posição de origem, desde as quartas de final diante da França. Não só rendeu mais como proporcionou um meio-campo dinâmico com Schweinsteiger, Kroos e Khedira – estes dois fundamentais nos 7 a 1 sobre a Seleção. Löw, porém, faz questão de evitar qualquer comparação com o duelo histórico de terça-feira. Assim como todo o estafe alemão, ele quer evitar um clima de favoritismo.
– Será uma decisão fascinante, vai haver muita disputa, e é claro que o jogo contra o Brasil não é regra. Quem acreditar nisso quer dizer que não olhou com cuidado para a Argentina. Vai tentar contra-atacar, serão dois times que vão se confrontar no mesmo nível. Mas nós temos autoconfiança necessária com base nos jogos passados. Conhecemos a força e temos respeito (pelo adversário), mas se explorarmos nossos potenciais podemos ganhar – afirmou o treinador.
"Milagre" de Di María e busca pela perfeição
Para vencer a Alemanha, Alejandro Sabella pode ter força total a sua disposição. Praticamente descartado há uma semana, Di María se recusou a aceitar a gravidade da lesão na coxa direita, trabalhou intensamente durante a semana e contrariou prognósticos ao treinar como titular na vésperda da final, em São Januário – no entanto, deixou a atividade mancando e pode começar como opção no banco de reservas. Caso seja confirmado, volta ao time na vaga de Enzo Pérez e seca as lágrimas de quem praticamente se viu fora da Copa após a vitória sobre a Bélgica, em Brasília.
Com Angel ou não em campo, o que se sabe é que os hermanos serão precavidos. Assim como aconteceu diante dos belgas e da Holanda, a Argentina aposta na força coletiva e num sistema defensivo forte, o que era inimaginável antes do início da Copa. Sem correr riscos, a expectativa é de que a Alemanha proponha o jogo, e os argentinos apostam na qualidade de Higuaín, (talvez) Di María e, principalmente, Messi, que nunca marcou um gol em mata-mata nas três Copas que participou.
Na prévia do confronto, Sabella elogiou o rival e cobrou nível máximo de dedicação e concentração para levar para casa o tricampeonato mundial.
– Temos que fazer uma grande partida, com muita concentração, ocupar os espaços rápidos. Não podemos deixar a bola para a Alemanha, que usa muito bem os espaços na defesa e os avanços dos laterais, principalmente do Lahm. É um time muito forte, o que mais chega em decisões, junto com Brasil e Itália. Teremos que fazer uma partida prefeita.
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