Débora e o pai, Ivo, na torcida mista do Beira-Rio
Foto: Débora Ely / Arquivo Pessoal
A repórter da editoria de Notícias Digital de Zero Hora Débora Ely foi ao Gre-Nal de domingo na torcida mista. Gremista, ela foi atraída pelo Beira-Rio já na Copa do Mundo, onde se encantou com o Caminho do Gol e resolveu ampliar a experiência para o grande clássico do Brasil.
Débora ficou indignada com a postura dos gremistas que arrancaram mais de 200 cadeiras e vandalizaram a estrutura do Beira-Rio, o que, de certa forma, ofusca as tentativas de pacificação. A solução, para ela? Aumentar o espaço da torcida mista e diminuir a da visitante. Confira o relato:
Final de campeonato, vitória do time adversário, e a penca de colorados entre meia-dúzia de gremistas fazia com que nos sentíssemos um pingo no oceano. Eu e minha cunhada Simone, de azul, ao lado do meu irmão Bruno, de vermelho, caminhávamos pela Padre Cacique em direção ao estacionamento onde havíamos deixado o carro depois do fim do Gre-Nal de domingo. Uma senhora, torcedora do Inter, interrompe nosso passo apertado:
— Parabéns por trazer as duas “vices” para ver o time no estádio — diz ao Bruno, aos risos.
Caímos todos na risada. No final das contas, a experiência mais significativa daquela programação diferente de domingo (gremistas e colorados se deslocando juntos ao Beira-Rio, entrando pelo mesmo portão e sentando lado a lado) havia sido a companhia. Não os gols de Nilmar e Valdívia, ou até mesmo o desconto de Giuliano. Ao menos pra mim (Bruno deve discordar).
Com pai e irmão colorados, nasci, em 1990, uma torcedora do Inter antes mesmo de entender o que era futebol. Como grande parte da minha geração, vi os áureos tempos tricolores daquela década. Até que, em 1995, no dia seguinte à vitória do Grêmio na Libertadores, me encantei com a festa dos colegas de azul no colégio. Impossível lembrar exatamente o que se passou pela minha cabeça, mas o fato é que cheguei em casa e disparei (para alegria da mãe e infelicidade do pai):
— Virei a casaca.
Fui uma gremista assídua no Olímpico até 2006, quando passei, aos poucos, a abandonar o estádio e meu frenesi cor azul. Fazia tempo que não assistia um jogo do Grêmio junto ao campo, e resolvemos reverter a abstinência na final deste Gauchão. Fomos de torcida mista: eu, Simone, Bruno e Ivo (o pai fanático pelo Inter). E foi bonito.
Quem estava de vermelho comemorou a abertura e a ampliação no placar, e os brindes distribuídos na entrada do estádio (uma espécie de boia amarela) serviram de marretadas indolores nas cabeças de nós, gremistas, que permanecemos sentados e nos entreolhando, acanhados. Timidez que se esvaiu no gol do Giuliano, quando celebramos na casa do adversário, sob os olhos (quase que repressivos) dos colorados.
Eram duas torcidas. Pais e filhos, casais de namorados, amigos, num clima amistoso. Mas houve um momento no qual o grito virou um só: quando torcedores do Grêmio, na torcida exclusiva aos tricolores, deram início a uma briga e a um quebra-quebra de cadeiras. O que se ouvia era uníssono: "uuuuu", vindo de vermelhos e azuis.
— São sempre os mesmos — ouvi de um homem que sentava à minha frente.
— Não acredito — disse uma gremista.
Um fiasco que nada tem a ver com futebol e com o clima que imperava no Beira-Rio. Pelo exemplo amistoso provado pela torcida mista e pelo episódio fiasquento protagonizado pelos torcedores do Grêmio isolados no estádio, fica o meu voto: que banam do estádio a organizada que está atrás de confusão — e que ampliem o espaço destinado a colorados e tricolores mesclados.
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Foto: Débora Ely / Arquivo Pessoal
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Débora ficou indignada com a postura dos gremistas que arrancaram mais de 200 cadeiras e vandalizaram a estrutura do Beira-Rio, o que, de certa forma, ofusca as tentativas de pacificação. A solução, para ela? Aumentar o espaço da torcida mista e diminuir a da visitante. Confira o relato:
Final de campeonato, vitória do time adversário, e a penca de colorados entre meia-dúzia de gremistas fazia com que nos sentíssemos um pingo no oceano. Eu e minha cunhada Simone, de azul, ao lado do meu irmão Bruno, de vermelho, caminhávamos pela Padre Cacique em direção ao estacionamento onde havíamos deixado o carro depois do fim do Gre-Nal de domingo. Uma senhora, torcedora do Inter, interrompe nosso passo apertado:
— Parabéns por trazer as duas “vices” para ver o time no estádio — diz ao Bruno, aos risos.
Caímos todos na risada. No final das contas, a experiência mais significativa daquela programação diferente de domingo (gremistas e colorados se deslocando juntos ao Beira-Rio, entrando pelo mesmo portão e sentando lado a lado) havia sido a companhia. Não os gols de Nilmar e Valdívia, ou até mesmo o desconto de Giuliano. Ao menos pra mim (Bruno deve discordar).
Com pai e irmão colorados, nasci, em 1990, uma torcedora do Inter antes mesmo de entender o que era futebol. Como grande parte da minha geração, vi os áureos tempos tricolores daquela década. Até que, em 1995, no dia seguinte à vitória do Grêmio na Libertadores, me encantei com a festa dos colegas de azul no colégio. Impossível lembrar exatamente o que se passou pela minha cabeça, mas o fato é que cheguei em casa e disparei (para alegria da mãe e infelicidade do pai):
— Virei a casaca.
Fui uma gremista assídua no Olímpico até 2006, quando passei, aos poucos, a abandonar o estádio e meu frenesi cor azul. Fazia tempo que não assistia um jogo do Grêmio junto ao campo, e resolvemos reverter a abstinência na final deste Gauchão. Fomos de torcida mista: eu, Simone, Bruno e Ivo (o pai fanático pelo Inter). E foi bonito.
Quem estava de vermelho comemorou a abertura e a ampliação no placar, e os brindes distribuídos na entrada do estádio (uma espécie de boia amarela) serviram de marretadas indolores nas cabeças de nós, gremistas, que permanecemos sentados e nos entreolhando, acanhados. Timidez que se esvaiu no gol do Giuliano, quando celebramos na casa do adversário, sob os olhos (quase que repressivos) dos colorados.
Eram duas torcidas. Pais e filhos, casais de namorados, amigos, num clima amistoso. Mas houve um momento no qual o grito virou um só: quando torcedores do Grêmio, na torcida exclusiva aos tricolores, deram início a uma briga e a um quebra-quebra de cadeiras. O que se ouvia era uníssono: "uuuuu", vindo de vermelhos e azuis.
— São sempre os mesmos — ouvi de um homem que sentava à minha frente.
— Não acredito — disse uma gremista.
Um fiasco que nada tem a ver com futebol e com o clima que imperava no Beira-Rio. Pelo exemplo amistoso provado pela torcida mista e pelo episódio fiasquento protagonizado pelos torcedores do Grêmio isolados no estádio, fica o meu voto: que banam do estádio a organizada que está atrás de confusão — e que ampliem o espaço destinado a colorados e tricolores mesclados.
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