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Entenda como está a negociação entre Grêmio e OAS para a compra da Arena

Acerto entre clube e empreiteira depende da concordância de três bancos


Fonte: Diário Gaúcho

Entenda como está a negociação entre Grêmio e OAS para a compra da Arena
Foto: Mateus Bruxel / Agencia RBS

Após a Justiça de São Paulo aceitar o pedido de recuperação judicial de nove empresas do Grupo OAS, dúvidas surgiram entre os torcedores do Grêmio sobre a negociação entre o clube e a construtora para a venda da gestão da Arena.

Para esclarecer a situação, ZH explica como estão as tratativas e quais seriam os benefícios para o Grêmio ao assumir o controle integral do estádio.

No que a recuperação judicial da OAS afeta a Arena e o Grêmio?
Segundo a OAS, em nada a recuperação judicial afetará a Arena e o Grêmio. O pedido aceito pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo não incluiu a Arena Porto-Alegrense, empresa responsável pela gestão do estádio gremista. Ao todo, nove empresas do Grupo estão incluídas no processo: Construtora OAS, OAS S.A., OAS Imóveis S.A., SPE Gestão e Exploração de Arenas Multiuso (não inclui a Arena do Grêmio), OAS Empreendimentos S.A., OAS Infraestrutura S.A., OAS Investments Ltd., OAS Investments GmbH e OAS Finance Ltd.

Como está a negociação de Grêmio e OAS para a venda da Arena?
Já existe um acordo entre clube e a empreiteira para a venda da gestão do estádio. No entanto, a operação necessita da concordância dos bancos Santander, Banrisul e Banco do Brasil - os repassadores do financiamento obtido junto ao BNDES para a construção. Como a Arena é a uma das garantias dadas pela OAS aos bancos, a empresa terá de desonerar o estádio antes de repassá-lo ao Grêmio. Ou manter tudo como está, dependendo da relação a ser estabelecida entre as partes. A situação ideal seria a OAS substituir a Arena por outros bens como garantia pelo financiamento.

Quem está no comando das negociações pela OAS e pelo Grêmio?
Pelo clube, o negociador é o ex-presidente Fábio Koff, que atua sob supervisão do atual presidente Romildo Bolzan Júnior. Pela construtora, o diretor superintendente da OAS/Arenas, Felippe Padovani, cuida das tratativas.

Qual é a proposta do Grêmio à OAS para comprar o estádio?
A oferta feita pelo Grêmio é de R$ 396 milhões, a serem pagos ao longo de 20 anos. Além disso, o clube entregaria o terreno do estádio Olímpico para sua posterior implosão - que dará lugar a um empreendimento imobiliário e comercial.

A Arena pode ser tomada pelos bancos se o financiamento não for pago?
Se as parcelas não forem pagas aos bancos repassadores, o risco de o estádio ser tomado pela Justiça existe. Havendo inadimplência, os bancos executam judicialmente as garantias que receberam - entre elas o prédio da Arena, a receita das bilheterias e valores eventualmente depositados na conta bancária da Arena Porto-Alegrense, por exemplo. As rendas do Grêmio, como quadro social e direitos de TV, não correm riscos. No caso do imóvel da Arena, a Justiça poderia até realizar leilão. No entanto, a execução só ocorreria em última instância - após a tramitação pelo judiciário.

Depois da venda, o financiamento será responsabilidade de quem?
Dependerá do formato da transação. Se a OAS seguir como responsável pelo financiamento, a empresa deverá firmar um contrato com o Grêmio e este repassará R$ 2 milhões mensais nos primeiros seis anos e R$ 1,5 milhão por mês nos demais 14 anos. Fixos. As garantias do Grêmio poderão ser suas receitas, como quadro social e direitos de TV. Neste caso, a empreiteira atuaria como uma intermediária no negócio pelo fato de que os bancos raramente realizam empréstimos a clubes de futebol. Caso aceitassem a negociação com o Grêmio, o clube assumiria sozinho o financiamento, dando suas garantias diretamente aos bancos. Hoje, o financiamento é pago com as receitas geradas pela Arena Porto-Alegrense. Caso o lucro líquido ajustado (o que sobra após o pagamento de despesas) seja negativo, o custo é dividido meio a meio entre Grêmio e OAS.

Se o negócio fechar, o que será do Grêmio e o que será da OAS?
O Grêmio assumiria o controle integral da gestão da Arena e passaria a explorar as receitas geradas pelo estádio, como bilheteria, estacionamentos, camarotes, publicidade, espaços comerciais e até o naming rights. A OAS seguiria no controle do empreendimento Liberdade (torres residenciais ao lado da Arena) e também receberia a escritura do terreno do Estádio Olímpico. Desta forma, a Arena será do Grêmio, definitivamente.

O Olímpico ainda é do Grêmio? Quando será entregue à OAS?
O terreno do estádio Olímpico ainda pertence ao clube. Só será repassado à OAS quando a empreiteira desonerar a Arena (substituir o estádio por outros bens como garantia pelo financiamento do BNDES). Na prática, o que ocorrerá é uma troca de chaves. Enquanto o Grêmio teria total controle sobre a Arena, a OAS receberia em troca a área do Olímpico.

Já está inteiramente desativado? Quando será implodido?
O complexo está desativado. O Grêmio deixou de treinar no Olímpico em dezembro e mantém apenas seguranças no local. O gramado do campo suplementar, inclusive, até já foi doado à prefeitura. Por dentro, praticamente não há móveis remanescentes. A implosão depende da conclusão das negociações entre Grêmio e OAS. Mas a empreiteira já demoliu 60% do estádio e já obteve todas as licenças para colocar o prédio abaixo. Na prática, só poderá concluir a demolição com a posse do terreno.

Se não entregar o Olímpico, o Grêmio pode voltar a usá-lo?
Possível, é. No entanto, trata-se de uma hipótese só cogitada em caso de rompimento de contrato entre Grêmio e OAS. Neste caso, o clube ficaria com o Olímpico e a OAS com a Arena. Contudo, pelo estado de abandono do Olímpico - não recebe manutenção há quatro meses - e por sua parcial demolição, o clube teria de investir um alto valor para reformá-lo.

O CT Luiz Carvalho é da OAS? Está incluído no contrato da Arena?
Não. O CT Luiz Carvalho foi construído sobre uma área concedida pela Superintendência de Portos e Hidrovias (SPH). A OAS simplesmente repassou R$ 10 milhões ao Grêmio para concluir as obras no local, mas não tem qualquer direito nem sobre o terreno e nem sobre o prédio.

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