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"Tenho muita esperança que ele vai se tornar um craque", diz Tostão sobre Jean Pyerre

Tricampeão da Copa de 1970 diz ter ficado encantado com o jogador do Grêmio


Fonte: GaúchaZH

Tenho muita esperança que ele vai se tornar um craque, diz Tostão sobre Jean Pyerre
Foto: Marco Favero / Agência RBS
O Gre-Nal chama atenção do mundo do futebol e de seus maiores protagonistas, como o mineiro Eduardo Gonçalves de Andrade. Um dos grandes nomes da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 1970 e maior nome da história do Cruzeiro, Tostão concedeu entrevista ao programa Sábado Esporte da Rádio Gaúcha.



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Na conversa, o camisa 9 na conquista do tricampeonato mundial voltou a mostrar a mesma lucidez que demonstrava nos gramados mundo afora ao falar do maior clássico do futebol gaúcho, Jean Pyerre e a situação de seu time de coração, que permanecerá mais uma temporada na Série B do futebol brasileiro.

Em novembro, uma coluna escrita por Tostão no jornal Folha de São Paulo chamou a atenção do país e em especial dos gaúchos. "Se Renato Gaúcho escalar Jean Pyerre como meia ofensivo, como muitas vezes faz, o jogador será muito melhor do que os outros. Se Renato o escalar como volante, como também às vezes faz, ele também será muito melhor do que os outros. Melhor ainda se Renato o escalar nas duas posições ao mesmo tempo. Ele será melhor do que todos", escreveu o ex-craque.

Passados dois meses, Tostão ainda acredita no futebol do camisa 10 gremista, que vem sendo cobrado por oscilar bastante.

Eu vi o Jean Pyerre e fiquei encantado. É um tipo de jogador que não temos no Brasil. A Seleção procura um jogador com essas características, de domínio da bola, do passe. A primeira vez que vi ele jogar foi dois, três anos atrás, contra o Atlético, com um time misto, reserva, e ele jogou de volante. Fiquei impressionado e perguntei: "quem é esse cara?". E fiquei esperando que ele se torne o craque que imaginei. E quando ele voltou agora a jogar muito bem, falei: "esse é o jogador que o Brasil precisa", mas ele está tendo muitas dificuldades – comentou.

Mas com a experiência de quem atuou ao lado de Pelé, Gérson, Jairzinho e Rivelino, entre outros, ele também deixa alguns alertas para o jovem meio-campista do Grêmio:

Não basta ter talento para ser craque. Tem que ter lucidez dentro e fora de campo, precisa ter outras qualidades, se preparar, ter senso crítico, ter gana de ganhar, de ir atrás das coisas, não ficar esperando que elas cheguem. Ele precisa ter outras qualidades que espero que ele mostre com o tempo — disse o maior artilheiro da história do Cruzeiro, com 249 gols.

Tostão faz observações sobre o posicionamento do jogador gremista e acredita que o técnico Renato Portaluppi tenha que reavaliar a forma como o utiliza.

Ele está muito parado no ponto de vista técnico-tático, jogando num espaço pequeno. Eu não gosto de vê-lo jogar como um meia próximo da área adversária, porque ele chuta bem, tem drible, eu acho que ele é um jogador de construção, como Arthur, Matheus Henrique, Maicon, a posição dele é mais para trás, para construir jogadas, organizar as coisas. Eu gosto mais nessa do que mais adiantado. Ele e o Renato precisam definir a melhor posição. Nos últimos jogos, depois que entrou o Maicon e eles ficaram fazendo a saída de bola no campo do Grêmio, tudo se iluminou. É impressionante os dois juntos. Melhor que ter um é ter os dois juntos, e se tiver o Matheus Henrique, o melhor é ter os três próximos. Eu não gosto quando tem Maicon e Matheus Henrique de volante, um do lado outro, e o Jean Pyerre lá na frente, como muitas vezes aconteceu. Os três tem que jogar perto. Os grandes momentos do Luan e do Grêmio, o Luan não ficava lá perto da área, ele vinha no campo do Grêmio e ele, Maicon e Arthur escondiam a bola e tomavam conta do jogo. Eu acho que se puder jogar os três juntos, próximos, eles dominam o jogo. Esse é o estilo que encantou a todos nós.

Para o ex-jogador, que completará 74 anos na próxima segunda-feira (25), Jean Pyerre passa por um momento decisivo na carreira.



O Jean Pyerre está na fase de indefinição. Que ele tem talento, elegância pra jogar, é indiscutível. Mas eu já estive mais animado, porque eu preciso ver nele outras qualidades, porque não basta ter só talento, tem que ter outras qualidades de atleta e de jogador, de armador, e encontrar o seu melhor lugar. Tem jogadores que demoram a encontrar o seu melhor lugar (posição). O Maicon quando começou a carreira era meia ofensivo, estava fora do lugar. Quando passou a jogar vindo de trás, ele se tornou um jogador excelente, que, aliás, merecia ter tido na carreira muito mais elogios e valorização do que teve. Lembro que no São Paulo ele era criticado pela torcida, imprensa. O mesmo está acontecendo agora com o Jean Pyerre. É um tipo de jogador diferente. Nós estamos muito acostumados com o veloz, o driblador, que joga correndo na frente. Claro que é importante, mas também precisamos do jogador clássico no meio. Eu estou esperando que o Jean Pyerre deslanche, eu tenho muita esperança que ele vai se tornar um craque, um jogador especial, mas ainda não é. Ele tem que crescer, evoluir, ser mais atleta para se tornar esse jogador — concluiu Tostão.





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Comentários



Davi Oliveira     

Jean Pyerre é um craque de pelada, só joga bem em cima das perebas.

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