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Sem jogos condições físicas e técnicas em Grêmio e Inter melhoram

Rotina de treinos pode aprimorar fundamentos e fortalecer organismo de jogadores


Fonte: GaúchaZH

Sem jogos condições físicas e técnicas em Grêmio e Inter melhoram
Saravia e Pepê trabalham nos CTs Montagem sobre fotos de Ricardo Duarte / Divulgação
A paralisação do futebol deu aos treinadores algo que, desde que se estabeleceu um calendário fixo no Brasil, nunca tiveram: tempo para treinar. No caso da dupla Gre-Nal, as restrições das atividades proporcionam um tipo de exercício que se tornou ainda mais raro. Os jogos acavalados do período "normal" impediam que se aprimorassem questões físicas e técnicas, que essa fase sem partidas permitirá recuperar.



A liberação para treinos individualizados deixa mais difícil criar atividades táticas, até porque os movimentos coordenados exigem uma proximidade que o decreto atual proíbe. Assim, o foco dos treinadores e preparadores têm sido nos aspectos físicos e técnicos. Fundamentos mesmo, como na base: dominar, passar, driblar, conduzir, finalizar, lançar, cabecear e assim por diante.


Mas sem o aprimoramento físico, não é possível pensar em outros aspectos. Por isso, o primeiro ponto a ser focado é na recuperação do corpo. A perda durante a paralisação é considerável, mesmo que os atletas tenham tomado devidos cuidados. É que a falta de atividades, naturalmente, causaria os danos. Como o período foi ainda maior do que nas férias regulares, haverá mais necessidade de buscar o recondicionamento.

Segundo o professor da Escola de Educação Física da UFRGS Eduardo Cadore, doutor em ciência do movimento e em ciências da saúde, atletas de alto rendimento conseguem evoluir fisicamente mesmo depois de chegar ao profissional e mesmo depois de completar 30 anos. Há lastro para melhorias em força, velocidade e potência.

— Mesmo profissionais mais velhos têm ainda boa possibilidade de otimizar essas valências proporcionalmente à idade — diz o acadêmico.

Para isso, os clubes devem se aprofundar nos trabalhos físicos, o que muitas vezes é subestimado no Brasil. Tanto é verdade que alguns jogadores, mesmo fazendo exercícios nos CTs, contratam personal trainers e realizam carga extra em casa.

A Dupla tem investido na questão física, que foi o principal foco dos treinos nesta terça-feira (19), por exemplo. No Grêmio, os atletas cumpriram seis estações de musculação, com três séries de exercícios. Depois, complementaram o treino fazendo cinco blocos de corrida, com seis tiros de 50 metros por bloco. No Inter, a comissão técnica organizou atividades que colocaram os atletas em confrontos, competindo em exercícios físicos e técnicos, seja de velocidade, reação, ou finalizações no gramado.

— Considero uma rotina boa, que faz bem para mim, para minha cabeça, para o meu corpo e também para eu tentar me manter o melhor possível para quando tiver uma data para recomeçar o campeonato — analisou o zagueiro Kannemann.

Do lado colorado, o técnico Eduardo Coudet comentou:

— Começamos a fazer uma adaptação dentro do que se pode com o protocolo de cuidados que devemos tomar. Vamos melhorando desta maneira até que possamos realizar o treinamento em grupo.

E A QUESTÃO TÉCNICA?

Cientificamente, está comprovado que jogadores de futebol melhoram com exercícios, não importa a idade. Os fundamentos do esporte podem ser aprimorados por meio de repetições. O problema é que o calendário não deixa.

Estudos mostram que nos últimos 10 anos não houve mudanças significativas das distâncias percorridas em média pelos atletas em partidas de futebol, ficando entre 10 e 12 quilômetros. Em compensação, a quantidade de tiros em alta intensidade (quando um jogador atinge velocidade acima de 17km/h) aumentou 85%.

Isso gera um desgaste tamanho que, somado à frequência de partidas, impede treinos de fundamentos. Não tem como um jogador, por exemplo, praticar finalização ou cruzamento muitas vezes, porque o músculo não aguenta.

— É preciso ter cuidado com a repetição para não lesionar — indica Cadore, que levanta outro ponto: — Por isso, esse período sem jogos é o ideal para aprimorar. Se um jogador treinar, ele vai se aprimorar.

Na prática, se um lateral ou ponta, por exemplo, fizer 50 cruzamentos por dia, estará melhor ao final da semana. O mesmo vale para um dos aspectos mais decisivos do futebol, a bola parada. Inter e Grêmio têm números idênticos nos últimos dois anos em gols de falta, de acordo com levantamento do jornalista Marcos Bertoncello, responsável pelas estatísticas em GaúchaZH. Colorados e gremistas fizeram quatro. O Grêmio marcou todos em 2019, com Jean Pyerre (duas vezes), Luan e Alisson; o Inter fez um no ano passado (Sobis) e três em 2020 (D'Alessandro, Guerrero e Edenilson). Em média, a dupla Gre-Nal demora 22 jogos para fazer um gol de falta.

E a bola parada direta é um ponto que dificilmente encontra espaço na temporada regular. A sequência de partidas impede que jogadores repitam movimentos em treinos, sob risco de se lesionarem. Por isso, deveria ser um dos focos assim que houver um equilíbrio físico. A falta é um dos elementos já comprovados que melhoram com o treino. O melhor exemplo? Rogério Ceni. O goleiro marcou 129 gols (números oficiais). E só chegou a isso praticando.



— Eu chegava sempre antes dos demais e era o último a ir embora. Treinei muito. Eram de 2,5 mil a 3 mil faltas por mês. Antes de colocar em prática num jogo, treinei mais de 15 mil faltas — revelou.

Agora, com tempo, é possível aprimorar. E ter vantagem quando a bola voltar a rolar.

Grêmio, Condições, Físicas, Técnicas

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