Dos gramados ao cargo de treinador do clube que levou ao lugar mais alto do futebol mundial em 1983, Renato Portaluppi imortalizou seu nome da história do Grêmio. Criticado por adversários por suas declarações diretas e muitas vezes polêmicas e ovacionado pela torcida a cada vez que é anunciado no alto-falante da Arena antes dos jogos, o técnico completa nesta quarta-feira três anos à frente do grupo. Uma passagem vitoriosa que devolveu aos gremistas o direito de gritar "é campeão" e torna o ex-camisa 7 o comandante de um time brasileiro com o maior período de trabalho.
É também ele quem mais permaneceu no posto no Tricolor desde Felipão, líder da equipe na casamata entre 1993 e 1996. “Fico muito feliz de trabalhar em um clube como o Grêmio, onde ajudei a conquistar títulos importantes e, agora, como treinador também. Não sei até quando, mas continuamos trabalhando pelo melhor para o clube. Quantos técnicos não gostariam de estar no meu lugar? Me sinto privilegiado de trabalhar em um clube que não deixa faltar absolutamente nada e com salários em dia. O mínimo que a gente tem que fazer é retribuir com trabalho e títulos para dar alegria para o clube e nossa torcida. Isso é ser profissional”, comenta.
Esta é sua terceira passagem pelo time; antes, teve trajetórias discretas, entre agosto de 2010 e julho de 2011, e entre julho e dezembro de 2016. Foi novamente contratado em 19 de setembro de 2016, quando chegou para substituir Roger Machado, que havia pedido demissão quatro dias antes, em decorrência de um revés por 3 a 0 para a Ponte Preta pelo Campeonato Brasileiro. De lá para cá, foram 209 jogos – 109 vitórias, 57 empates e 43 derrotas –, e a quebra de um jejum de conquistas nacionais e internacionais.
Além da Copa do Brasil (2016), Libertadores (2017), Recopa Sul Americana (2018), seu grupo também é o atual bicampeão do Gauchão. Também ganhou uma estátua pelo que representa na história da equipe, tanto dentro quanto fora das quatros linhas. A escultura de bronze retrata o ídolo comemorando um de seus dois gols na vitória sobre o Hamburgo, na final do Mundial de Clubes de 1983. Na inauguração, Renato salientou que escolheu a pose não só pela simbologia do título, mas também como um abraço para a torcida. O tributo foi instalado na Calçada da Fama, na Esplanada da Arena, e foi um pedido de dirigentes, torcida e do próprio treinador, que a considera o maior título da sua carreira.
Renato admite que sua trajetória como técnico tem sido também de aprendizado e que tem evoluído a cada partida. “Lógico com o passar dos anos, você aprende mais. Você conta até 10, fica mais experiente e, sem dúvida alguma tem acontecido comigo, como acontece com a maioria das pessoas. Sempre tive a tranquilidade da diretoria para poder colocar em prática o meu trabalho”, diz.
Contudo, o "Homem Gol", como ficou conhecido por suas atuações enquanto atleta, não gosta das salas de aula para aprender a "como gerir" uma equipe e não abre mão de seus hobbies, como o futevôlei nas areias da praias cariocas, para onde geralmente viaja nas folgas. Em 2018, ele compareceu a apenas um encontro do evento Licença Pro, da CBF, que dá a Licença A – necessária para poder comandar um time no Campeonato Brasileiro – e justificou que não faria o restante do curso por estar de férias. Em 2019, o "aluno rebelde" marcou presença em todas as aulas.
"O futebol mais bonito do Brasil"
À frente do time, organizou um esquema tático que valoriza a posse de bola, a troca de passes no meio campo e explora a velocidade da metade de ataque, com transições rápidas e arrancadas de contra-ataque. Montou uma equipe que cresce em mata-matas, mas também tem qualidades indivuais que geram um alto nível em prol de um modelo de jogo que parece natural á torcida. Para Renato, é “o futebol mais bonito do Brasil", frase que gosta de repetir para defender a continuidade da regularidade do elenco desde que chegou a Porto Alegre.
No primeiro semestre de 2019, o Grêmio teve a alcunha dada por seu técnico colocada à prova pelo rendimento abaixo do possível. Por pouco, o time não ficou de fora das fases eliminatórias da Libertadores, mas se reergueu e foi o último time Brasileiro a permanecer na disputa do torneio continental, do Brasileirão e da Copa do Brasil.
Ele comenta que continuaria na casamata da Arena por mais muito tempo. “Gostaria de ficar 50 anos no Grêmio, mas, como treinador, vivo de resultados. Mesmo que uma vez que outra passando por dificuldade, sempre tive o apoio do presidente, da diretoria e do nosso torcedor”, avalia.
A mente por trás de um grupo vencedor
Em diversas oportunidades, Renato frisou que trabalha para que seus atletas tenham um espírito vencedor, que queiram vencer acima de tudo. O atacante Alisson se considera privilegiado por "ter a oportunidade de trabalhar com um cara que foi um grande jogador, um grande treinador e que é um grande companheiro no dia a dia". "Ele ensina muito e gosta muito de vencer, o que passa para a gente também. Nos três anos, formou um time vitorioso dentro do Grêmio, ao conquistar a Libertadores, Copa do Brasil, Gaúcho e Recopa. Torcemos para que ele permaneça muitos anos por aqui”, comenta.
Titular na ponta direita, ele considera que a contribuição do técnico foi, e é, fundamental para seu crescimento. “É um cara que me ajuda muito, me ensina muito, me dá liberdade dentro de campo e me cobra muito também. Estou feliz com o meu momento e com o da equipe também. Venho trabalhando para isso. Dou a vida nos treinamentos e nos jogos. Fiz 83 partidas com o Grêmio e fico muito feliz” avalia, completando que só tem a agradecer a Renato e à comissão.
Os números de Renato
Em suas três passagens como treinador, o atual comandante soma 313 partidas e atualmente é o quinto técnico com mais jogos pelo Tricolor. Oswaldo Rolla, o Foguinho, tem 378 partidas. Felipão é o segundo, com 368. Telêmaco Frazão de Lima vem em terceiro com 334 e Carlos Froner é o quarto, com 320. Todos eles estiveram à frente do clube mais de uma vez.
Até o final da temporada, Renato tem mais 21 jogos garantidos - 19 pelo Brasileirão e dois pela semifinal Libertadores –, o que resultaria em 334, o deixando empatado com Telêmaco. Contudo, pode passá-lo caso o Grêmio garanta vaga na final da Libertadores, que será disputada em final única em Santigo, no Chile.
Técnico com trabalho mais longevo em atividade no País, no final do ano, fechará 1.175 dias no cargo. A lista das mais longas parcerias recentes entre um clube e um profissional da comissão no Brasil tem no topo Muricy Ramalho em sua passagem vitoriosa pelo São Paulo. Foram 1.264 dias entre 2006 e 2009. O segundo é Tite, com 1.147 dias no comando do Corinthians entre 2011 e 2013.
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Esta é sua terceira passagem pelo time; antes, teve trajetórias discretas, entre agosto de 2010 e julho de 2011, e entre julho e dezembro de 2016. Foi novamente contratado em 19 de setembro de 2016, quando chegou para substituir Roger Machado, que havia pedido demissão quatro dias antes, em decorrência de um revés por 3 a 0 para a Ponte Preta pelo Campeonato Brasileiro. De lá para cá, foram 209 jogos – 109 vitórias, 57 empates e 43 derrotas –, e a quebra de um jejum de conquistas nacionais e internacionais.
Além da Copa do Brasil (2016), Libertadores (2017), Recopa Sul Americana (2018), seu grupo também é o atual bicampeão do Gauchão. Também ganhou uma estátua pelo que representa na história da equipe, tanto dentro quanto fora das quatros linhas. A escultura de bronze retrata o ídolo comemorando um de seus dois gols na vitória sobre o Hamburgo, na final do Mundial de Clubes de 1983. Na inauguração, Renato salientou que escolheu a pose não só pela simbologia do título, mas também como um abraço para a torcida. O tributo foi instalado na Calçada da Fama, na Esplanada da Arena, e foi um pedido de dirigentes, torcida e do próprio treinador, que a considera o maior título da sua carreira.
Renato admite que sua trajetória como técnico tem sido também de aprendizado e que tem evoluído a cada partida. “Lógico com o passar dos anos, você aprende mais. Você conta até 10, fica mais experiente e, sem dúvida alguma tem acontecido comigo, como acontece com a maioria das pessoas. Sempre tive a tranquilidade da diretoria para poder colocar em prática o meu trabalho”, diz.
Contudo, o "Homem Gol", como ficou conhecido por suas atuações enquanto atleta, não gosta das salas de aula para aprender a "como gerir" uma equipe e não abre mão de seus hobbies, como o futevôlei nas areias da praias cariocas, para onde geralmente viaja nas folgas. Em 2018, ele compareceu a apenas um encontro do evento Licença Pro, da CBF, que dá a Licença A – necessária para poder comandar um time no Campeonato Brasileiro – e justificou que não faria o restante do curso por estar de férias. Em 2019, o "aluno rebelde" marcou presença em todas as aulas.
"O futebol mais bonito do Brasil"
À frente do time, organizou um esquema tático que valoriza a posse de bola, a troca de passes no meio campo e explora a velocidade da metade de ataque, com transições rápidas e arrancadas de contra-ataque. Montou uma equipe que cresce em mata-matas, mas também tem qualidades indivuais que geram um alto nível em prol de um modelo de jogo que parece natural á torcida. Para Renato, é “o futebol mais bonito do Brasil", frase que gosta de repetir para defender a continuidade da regularidade do elenco desde que chegou a Porto Alegre.
No primeiro semestre de 2019, o Grêmio teve a alcunha dada por seu técnico colocada à prova pelo rendimento abaixo do possível. Por pouco, o time não ficou de fora das fases eliminatórias da Libertadores, mas se reergueu e foi o último time Brasileiro a permanecer na disputa do torneio continental, do Brasileirão e da Copa do Brasil.
Ele comenta que continuaria na casamata da Arena por mais muito tempo. “Gostaria de ficar 50 anos no Grêmio, mas, como treinador, vivo de resultados. Mesmo que uma vez que outra passando por dificuldade, sempre tive o apoio do presidente, da diretoria e do nosso torcedor”, avalia.
A mente por trás de um grupo vencedor
Em diversas oportunidades, Renato frisou que trabalha para que seus atletas tenham um espírito vencedor, que queiram vencer acima de tudo. O atacante Alisson se considera privilegiado por "ter a oportunidade de trabalhar com um cara que foi um grande jogador, um grande treinador e que é um grande companheiro no dia a dia". "Ele ensina muito e gosta muito de vencer, o que passa para a gente também. Nos três anos, formou um time vitorioso dentro do Grêmio, ao conquistar a Libertadores, Copa do Brasil, Gaúcho e Recopa. Torcemos para que ele permaneça muitos anos por aqui”, comenta.
Titular na ponta direita, ele considera que a contribuição do técnico foi, e é, fundamental para seu crescimento. “É um cara que me ajuda muito, me ensina muito, me dá liberdade dentro de campo e me cobra muito também. Estou feliz com o meu momento e com o da equipe também. Venho trabalhando para isso. Dou a vida nos treinamentos e nos jogos. Fiz 83 partidas com o Grêmio e fico muito feliz” avalia, completando que só tem a agradecer a Renato e à comissão.
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Até o final da temporada, Renato tem mais 21 jogos garantidos - 19 pelo Brasileirão e dois pela semifinal Libertadores –, o que resultaria em 334, o deixando empatado com Telêmaco. Contudo, pode passá-lo caso o Grêmio garanta vaga na final da Libertadores, que será disputada em final única em Santigo, no Chile.
Técnico com trabalho mais longevo em atividade no País, no final do ano, fechará 1.175 dias no cargo. A lista das mais longas parcerias recentes entre um clube e um profissional da comissão no Brasil tem no topo Muricy Ramalho em sua passagem vitoriosa pelo São Paulo. Foram 1.264 dias entre 2006 e 2009. O segundo é Tite, com 1.147 dias no comando do Corinthians entre 2011 e 2013.
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