Sucesso de renda, mas fracasso de público. Assim pode se resumir a primeira rodada da Copa América, que é disputada no Brasil. Após seis jogos, o torneio reuniu uma média inferior a 25 mil pagantes por partida, para uma renda média superior a R$ 7 milhões. São números bem abaixo da última edição, quando os Estados Unidos tiveram média de 40 mil pessoas aos jogos da rodada de abertura.
— Isso, é claro, nos preocupa — disse o presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, após um evento no Rio de Janeiro no último domingo (16), para logo em seguida emendar. — Acho que vai melhorar — disse, fazendo referência às próximas fases do torneio.
O pior público até agora foi o de Porto Alegre. Pouco mais de 11 mil pessoas pagaram para assistir ao empate por 0 a 0 entre Venezuela e Peru, deixando inúmeras cadeiras vazias na Arena do Grêmio. Para se ter uma ideia, este foi o 11º público do estádio tricolor no ano, comparável a Grêmio 2x0 Veranópolis, pelo Gauchão, que teve 10.284 pagantes.
— O jogo de futebol é um produto de consumo como outro qualquer. A decisão de compra de um torcedor leva em consideração a qualidade do produto e o preço que está sendo ofertado. Não se pode oferecer preço mínimo de R$ 120 para um produto de baixíssima qualidade. E não há vínculo emocional nenhum. Tem que se respeitar a oferta e demanda. Se o produto não é bom, o preço tem que baixar. Não tem surpresa — avalia o economista Fernando Ferreira, especialista em negócios do esporte e diretor da Pluri Consultoria.
O Maracanã, palco da final da Copa América no dia 7 de julho, reuniu 19 mil pagantes no último domingo, em Paraguai 2x2 Catar — número inferior a qualquer um dos jogos do Flamengo em casa nesta temporada. O menor, por exemplo, foi Flamengo 4x1 Americano, com 24 mil pagantes.
— Um jogo do Flamengo contra um time de baixíssimo nível do Campeonato Carioca, o torcedor vai. Um jogo de Copa América, afora Brasil e Argentina, Uruguai e talvez Chile, que de repente o torcedor quer ver os craques, não ocorre isso. É muito pontual. Paraguai e Catar não têm nenhum elemento de atratividade. Você não tem paixão, qualidade do jogador, e você tem um preço completamente descasado da realidade — comenta Ferreira.
Até agora, o jogo que mais reuniu torcedores foi a estreia da Seleção Brasileira, contra a Bolívia — mais de 46 mil pagantes. Ainda assim, restaram outros 20 mil lugares vazios. Entretanto, o que mais chamou a atenção foi o valor arrecadado: R$ 22 milhões. Segundo o Comitê Organizador Local (COL), o que elevou a renda foram os ingressos para a zona VIP, com média de R$ 2 mil. Ao mesmo tempo, o que se viu foi uma mudança drástica no perfil do público presente, inclusive com gritos de "defense" nas arquibancadas a cada vez que o adversário tocava na bola — um apoio à defesa inspirado nos jogos da NBA.
— Se é para gritar "defense", é melhor ficar em silêncio. Ou vai embora, faz com portões fechados. Pelo amor de Deus, onde nós vamos parar (risos)? — brinca Ferreira. — Faz sentido querer vender a R$ 2 mil nas áreas VIP. O problema é o preço mínimo. Na Europa, o preço mínimo é menor. Itália x Espanha, pela última Eurocopa, em Paris, teve ingresso equivalente a R$ 120. Em um país com renda per capita superior, é normal se cobrar mais. Mas estamos em um país que vive uma crise econômica profunda e longa. Era só fazer a conta. É óbvio que você vai ter problema de venda — argumenta o diretor da Pluri Consultoria.
No final das contas, o otimismo da Conmebol tem um fundo de sentido. Conforme as equipes mais qualificadas forem avançando para as próximas fases, a tendência é que a média de público aumente. Mas, até lá, será comum visualizar cadeiras vazias nos estádios. Ainda mais se, por uma obra do destino, a Seleção Brasileira não chegar à decisão.
— O torcedor brasileiro sabe driblar isso. Deixa para ir na boa, na semifinal, na final. Mas tomara que não tenhamos que ouvir gritos de "defense" de novo — finaliza Fernando Ferreira.
Confira os públicos da primeira rodada:
Brasil 3x0 Bolívia (Morumbi) — 46.342 pagantes e renda de R$ 22.476.630,00
Venezuela 0x0 Peru (Arena do Grêmio) — 11.107 pagantes e renda de R$ 2.400.080,00
Argentina 0x2 Colômbia (Fonte Nova) — 34.950 pagantes e renda de R$ 9.259.710,00
Paraguai 2x2 Catar (Maracanã) — 19.162 pagantes e renda de R$ R$ 2.381.305,00
Uruguai 4x0 Equador (Mineirão) — 13.611 pagantes e renda de R$ 1.534.535,00
Japão 0x4 Chile (Morumbi) — 23.253 pagantes e renda de R$ 4.705.020,00
Total de 148.425 mil pagantes (média de 24.737,5 pagantes por jogo)
Total de renda de R$ 42.757.280,00 (média de R$ 7.126.213,33 por jogo)
Grêmio, Copa América
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— Isso, é claro, nos preocupa — disse o presidente da Conmebol, Alejandro Domínguez, após um evento no Rio de Janeiro no último domingo (16), para logo em seguida emendar. — Acho que vai melhorar — disse, fazendo referência às próximas fases do torneio.
O pior público até agora foi o de Porto Alegre. Pouco mais de 11 mil pessoas pagaram para assistir ao empate por 0 a 0 entre Venezuela e Peru, deixando inúmeras cadeiras vazias na Arena do Grêmio. Para se ter uma ideia, este foi o 11º público do estádio tricolor no ano, comparável a Grêmio 2x0 Veranópolis, pelo Gauchão, que teve 10.284 pagantes.
— O jogo de futebol é um produto de consumo como outro qualquer. A decisão de compra de um torcedor leva em consideração a qualidade do produto e o preço que está sendo ofertado. Não se pode oferecer preço mínimo de R$ 120 para um produto de baixíssima qualidade. E não há vínculo emocional nenhum. Tem que se respeitar a oferta e demanda. Se o produto não é bom, o preço tem que baixar. Não tem surpresa — avalia o economista Fernando Ferreira, especialista em negócios do esporte e diretor da Pluri Consultoria.
O Maracanã, palco da final da Copa América no dia 7 de julho, reuniu 19 mil pagantes no último domingo, em Paraguai 2x2 Catar — número inferior a qualquer um dos jogos do Flamengo em casa nesta temporada. O menor, por exemplo, foi Flamengo 4x1 Americano, com 24 mil pagantes.
— Um jogo do Flamengo contra um time de baixíssimo nível do Campeonato Carioca, o torcedor vai. Um jogo de Copa América, afora Brasil e Argentina, Uruguai e talvez Chile, que de repente o torcedor quer ver os craques, não ocorre isso. É muito pontual. Paraguai e Catar não têm nenhum elemento de atratividade. Você não tem paixão, qualidade do jogador, e você tem um preço completamente descasado da realidade — comenta Ferreira.
Até agora, o jogo que mais reuniu torcedores foi a estreia da Seleção Brasileira, contra a Bolívia — mais de 46 mil pagantes. Ainda assim, restaram outros 20 mil lugares vazios. Entretanto, o que mais chamou a atenção foi o valor arrecadado: R$ 22 milhões. Segundo o Comitê Organizador Local (COL), o que elevou a renda foram os ingressos para a zona VIP, com média de R$ 2 mil. Ao mesmo tempo, o que se viu foi uma mudança drástica no perfil do público presente, inclusive com gritos de "defense" nas arquibancadas a cada vez que o adversário tocava na bola — um apoio à defesa inspirado nos jogos da NBA.
— Se é para gritar "defense", é melhor ficar em silêncio. Ou vai embora, faz com portões fechados. Pelo amor de Deus, onde nós vamos parar (risos)? — brinca Ferreira. — Faz sentido querer vender a R$ 2 mil nas áreas VIP. O problema é o preço mínimo. Na Europa, o preço mínimo é menor. Itália x Espanha, pela última Eurocopa, em Paris, teve ingresso equivalente a R$ 120. Em um país com renda per capita superior, é normal se cobrar mais. Mas estamos em um país que vive uma crise econômica profunda e longa. Era só fazer a conta. É óbvio que você vai ter problema de venda — argumenta o diretor da Pluri Consultoria.
No final das contas, o otimismo da Conmebol tem um fundo de sentido. Conforme as equipes mais qualificadas forem avançando para as próximas fases, a tendência é que a média de público aumente. Mas, até lá, será comum visualizar cadeiras vazias nos estádios. Ainda mais se, por uma obra do destino, a Seleção Brasileira não chegar à decisão.
— O torcedor brasileiro sabe driblar isso. Deixa para ir na boa, na semifinal, na final. Mas tomara que não tenhamos que ouvir gritos de "defense" de novo — finaliza Fernando Ferreira.
Confira os públicos da primeira rodada:
Brasil 3x0 Bolívia (Morumbi) — 46.342 pagantes e renda de R$ 22.476.630,00
Venezuela 0x0 Peru (Arena do Grêmio) — 11.107 pagantes e renda de R$ 2.400.080,00
Argentina 0x2 Colômbia (Fonte Nova) — 34.950 pagantes e renda de R$ 9.259.710,00
Paraguai 2x2 Catar (Maracanã) — 19.162 pagantes e renda de R$ R$ 2.381.305,00
Uruguai 4x0 Equador (Mineirão) — 13.611 pagantes e renda de R$ 1.534.535,00
Japão 0x4 Chile (Morumbi) — 23.253 pagantes e renda de R$ 4.705.020,00
Total de 148.425 mil pagantes (média de 24.737,5 pagantes por jogo)
Total de renda de R$ 42.757.280,00 (média de R$ 7.126.213,33 por jogo)
Grêmio, Copa América
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Comentários
Comentários (2)
nao tem q ir mesmo, eles acham q o povo ainda e hotario pagar esses preços absurdos. p ver pereba jogar aaff
a crise que esta porque nao fazem preços promocionais
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