Óscar Tabárez durante o seu pronunciamento (Foto: Paulo Sergio/LANCE!Press)
O técnico Óscar Tabárez, do Uruguai, quebrou o protocolo das entrevistas coletivas neste sábado, véspera do jogo contra a Colômbia pelas oitavas de final da Copa do Mundo. O treinador não respondeu nenhuma pergunta, apenas fez um pronunciamento sobre a punição ao atacante Luis Suárez. Por uma mordida em Chiellini, da Itália, o craque pegou nove jogos e vai ficar afastado do futebol por quatro meses.
Tabárez usou o termo "bode expiatório" para definir a situação. Segundo o treinador, a Fifa usou o jogador para dar exemplo aos outros, e por isso foi severa demais em sua punição. O técnico ainda aproveitou o pronunciamento para adiantar que vai pedir renúncia de um cargo que mantém na entidade. Ele é membro do grupo técnico de estudos. Leciona e dá cursos. Disse que não se sente mais dentro da linha de pensamento. No fim, ainda foi aplaudido na sala de conferência de imprensas.
Confira abaixo os principais trechos do pronunciamento de Óscar Tabárez:
"Nesta coletiva hoje eu vou falar sobre um assunto, o castigo que foi dado ao nosso membro de equipe Luis Suárez. Isso nos comoveu, nos preocupou, então na minha posição, tentarei ser mais direto e objetivo, mas não haverá mais depois, e terei que sair de imediato.
Primeiramente eu vou usar o direito de expressar a minha opinião como técnico da seleção uruguaia. Como técnico que se considera fruto do futebol uruguaio. Eu treinei no Uruguai, foi assim que cresci e represento o futebol do meu país desde que me tornei parte da delegação. Eu me apresento como histórico de técnico, desde que sou profissional. Sou defensor do fair play, principalmente com jovens. E isso já me trouxe prêmios e reconhecimento, como da Fifa e da Unesco, que me declarou como defensor do fair play. São valores que sempre irei prezar e que serei sempre grato. Mas há uma consulta ao processo por causa de falhas, coisas vistas ou não vistas que não foram punidas. Usamos vídeos e imagens para chegar a conclusões.
Imediatamente após o jogo, na coletiva, não tínhamos visto as imagens. Mas por causa do processo e depois de termos visto, vimos que havia uma possibilidade de punir o Chiellini e o Suárez. Que os dois seriam punidos. (...)
E como técnico, como professor, também já lecionei, me é apresentada a teoria do bode expiatório: dar uma punição para usar como exemplo. Independente do que acontece, uma pessoa é usada por uma coisa, não por um crime. Para os receptores da mensagem verem o que é errado ou não. Há um perigo em proceder dessa forma. Esquecemos que o bode expiatório é uma pessoa, que tem direitos. E nesse caso específico de Luis Suárez, os erros contribuíram. Precisamos nos perguntar, e talvez eu tenha as respostas. (...) Quem ganhou com essa decisão? Quem perdeu? Quem se beneficiou? Quem se prejudicou? Quem conseguiu fazer as coisas como queria? Para uma dessas perguntas eu não lhes darei uma resposta final. Entretanto vou tentar dar um tom de resposta, baseada nessas questões severas. Será que devemos sempre ter essas decisões? Duvido muito. Antes do episódio, vimos coisas que foram avaliadas ou medidas como uma regra totalmente diferente. Então temos a omissão.
Em todos os casos têm a ver com transgressões, falta de disciplina. São medidas com métricas diferentes, e isso mostra o exagero da punição. Não estou justificando nada. Mas sempre, entre seres humanos, devemos dar ao outro, ao que comete o erro, uma oportunidade. Por isso que eu não concordo com o uso do bode expiatório. Então a ideia que queremos deixar, que parte do nosso grupo, nós conhecemos muito bem o protagonista, e não somente por causa do seu perfil, mas há outro lado dessa pessoa, apesar do fato de que não se queira falar sobre isso.
Há muitos anos eu iniciei o meu trabalho com a Fifa, lecionando cursos como membro do grupo técnico de estudos, em torneios mundiais, de juventude, e tenho também um cargo estratégico na Fifa. Sinto que devo abandonar esse cargo. Não é prudente estar em um órgão que usou uma posição para promover uma decisão. Que mediram valores bem diferentes dos meus. Portanto, nos próximos dias apresentarei uma renúncia a esse cargo pelos motivos que eu apresentei de acordo com os procedimentos finais.
E para concluir. A pessoa do Suárez que sempre conviveu conosco. Nós o conhecemos muito bem, o caminho que ele percorreu. Ele passará de novo por um início, e ele sabe que não estará sozinho. E para os torcedores do Uruguai, que assim como nós, estão comovidos, saibam que estamos todos comovidos e tocados, mas com grande força e desejo de reagir. Então, para amanhã, faremos o melhor que pudermos. Obrigado.
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O técnico Óscar Tabárez, do Uruguai, quebrou o protocolo das entrevistas coletivas neste sábado, véspera do jogo contra a Colômbia pelas oitavas de final da Copa do Mundo. O treinador não respondeu nenhuma pergunta, apenas fez um pronunciamento sobre a punição ao atacante Luis Suárez. Por uma mordida em Chiellini, da Itália, o craque pegou nove jogos e vai ficar afastado do futebol por quatro meses.
Tabárez usou o termo "bode expiatório" para definir a situação. Segundo o treinador, a Fifa usou o jogador para dar exemplo aos outros, e por isso foi severa demais em sua punição. O técnico ainda aproveitou o pronunciamento para adiantar que vai pedir renúncia de um cargo que mantém na entidade. Ele é membro do grupo técnico de estudos. Leciona e dá cursos. Disse que não se sente mais dentro da linha de pensamento. No fim, ainda foi aplaudido na sala de conferência de imprensas.
Confira abaixo os principais trechos do pronunciamento de Óscar Tabárez:
"Nesta coletiva hoje eu vou falar sobre um assunto, o castigo que foi dado ao nosso membro de equipe Luis Suárez. Isso nos comoveu, nos preocupou, então na minha posição, tentarei ser mais direto e objetivo, mas não haverá mais depois, e terei que sair de imediato.
Primeiramente eu vou usar o direito de expressar a minha opinião como técnico da seleção uruguaia. Como técnico que se considera fruto do futebol uruguaio. Eu treinei no Uruguai, foi assim que cresci e represento o futebol do meu país desde que me tornei parte da delegação. Eu me apresento como histórico de técnico, desde que sou profissional. Sou defensor do fair play, principalmente com jovens. E isso já me trouxe prêmios e reconhecimento, como da Fifa e da Unesco, que me declarou como defensor do fair play. São valores que sempre irei prezar e que serei sempre grato. Mas há uma consulta ao processo por causa de falhas, coisas vistas ou não vistas que não foram punidas. Usamos vídeos e imagens para chegar a conclusões.
Imediatamente após o jogo, na coletiva, não tínhamos visto as imagens. Mas por causa do processo e depois de termos visto, vimos que havia uma possibilidade de punir o Chiellini e o Suárez. Que os dois seriam punidos. (...)
E como técnico, como professor, também já lecionei, me é apresentada a teoria do bode expiatório: dar uma punição para usar como exemplo. Independente do que acontece, uma pessoa é usada por uma coisa, não por um crime. Para os receptores da mensagem verem o que é errado ou não. Há um perigo em proceder dessa forma. Esquecemos que o bode expiatório é uma pessoa, que tem direitos. E nesse caso específico de Luis Suárez, os erros contribuíram. Precisamos nos perguntar, e talvez eu tenha as respostas. (...) Quem ganhou com essa decisão? Quem perdeu? Quem se beneficiou? Quem se prejudicou? Quem conseguiu fazer as coisas como queria? Para uma dessas perguntas eu não lhes darei uma resposta final. Entretanto vou tentar dar um tom de resposta, baseada nessas questões severas. Será que devemos sempre ter essas decisões? Duvido muito. Antes do episódio, vimos coisas que foram avaliadas ou medidas como uma regra totalmente diferente. Então temos a omissão.
Em todos os casos têm a ver com transgressões, falta de disciplina. São medidas com métricas diferentes, e isso mostra o exagero da punição. Não estou justificando nada. Mas sempre, entre seres humanos, devemos dar ao outro, ao que comete o erro, uma oportunidade. Por isso que eu não concordo com o uso do bode expiatório. Então a ideia que queremos deixar, que parte do nosso grupo, nós conhecemos muito bem o protagonista, e não somente por causa do seu perfil, mas há outro lado dessa pessoa, apesar do fato de que não se queira falar sobre isso.
Há muitos anos eu iniciei o meu trabalho com a Fifa, lecionando cursos como membro do grupo técnico de estudos, em torneios mundiais, de juventude, e tenho também um cargo estratégico na Fifa. Sinto que devo abandonar esse cargo. Não é prudente estar em um órgão que usou uma posição para promover uma decisão. Que mediram valores bem diferentes dos meus. Portanto, nos próximos dias apresentarei uma renúncia a esse cargo pelos motivos que eu apresentei de acordo com os procedimentos finais.
E para concluir. A pessoa do Suárez que sempre conviveu conosco. Nós o conhecemos muito bem, o caminho que ele percorreu. Ele passará de novo por um início, e ele sabe que não estará sozinho. E para os torcedores do Uruguai, que assim como nós, estão comovidos, saibam que estamos todos comovidos e tocados, mas com grande força e desejo de reagir. Então, para amanhã, faremos o melhor que pudermos. Obrigado.
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