Lincoln é o "diamante" de Felipão para a nova temporada (Foto: Lucas Rizzatti/GloboEsporte.com)
Há muitos jovens da base entre os 35 jogadores que estão com Felipão na pré-temporada em Gramado, cerca da metade do elenco. É pelo mais novo deles que se nutriam as maiores expectativas. Mas Lincoln estava sumido. Até a bola começar a rolar no primeiro coletivo de 2015, na última quinta-feira. O garoto de 16 anos, que sequer pisou na categoria júnior, foi alçado a titular e encantou o presidente Romildo Bolzan Júnior.
O mandatário tricolor já vê o atleta maduro e preparado. E elogiou a atitude de Scolari, uma forma de, segundo ele, "dar moral" para a joia, lapidada com todos os cuidados desde que chamara a atenção de todos num treino no ano passado, no Olímpico. Romildo não poupa adjetivos e o chama de "exuberante".
- Ele está completamente integrado, a fim de jogar, preparado. É muito maduro para quem tem 16 anos. Não tem vício de boleiro. Com aquele pé canhoto, é exuberante. Felipão deu moral para ele. Não sei se vai ser titular. Sinalizou que é um jogador que está no grupo e será importante ao longo da temporada - destacou o presidente.
Lincoln acompanha Barcos em contragolpe no treino de quinta-feira (Foto: Lucas Rizzatti/Globoesporte.com)
Lincoln atuou num meio-campo com Ramiro, Araújo e Douglas. Contou também com a "ajuda" de haver desfalques. Fellipe Bastos treinou separado, Giuliano se recupera de cirurgia no púbis e Walace está na seleção sub-20. O meia mostrou personalidade e uma característica marcante: tentar passes de primeira ou com poucos toques. Nas duas primeiras tentativas, quase deixou Barcos e Moreno na cara do gol.
Alguns minutos depois, com um desses tantos toques de primeira, deu um chapéu no centroavante Everaldo. A torcida delirou. A confiança, no entanto, às vezes o traiu ao tentar excessivamente jogadas de um nível de execução mais complexo. No segundo tempo, deu passe para um dos seis gols dos titulares na goleada e ajudou na marcação.
Durante os treinos, Lincoln fala pouco, mas sorri bastante. Parece mais disposto a ouvir os mais velhos. Nas atividades que mesclam parte física e técnica, não se desgruda da bola, enquanto os preparadores explicam o exercício. Faz embaixadinhas com a cabeça e os pés.
Da pobreza à promessa
Lincoln Henrique dos Santos tem uma vida dedicada ao Grêmio. Começou nas escolinhas alojadas no bairro Cristal, com vista inspiradora para o Guaíba, com oito anos. A DIS, grupo de investidores chefiado pelo influente empresário Delcir Sonda, passou a tomar conta dos negócios do garoto desde os seus 14 anos. Em 2012, a mãe Clode foi surpreendida com o rasante de um carro importado na sua antiga e humilde morada no bairro Lomba do Pinheiro, em Porto Alegre. Eram os emissários de Sonda, dispostos a cuidar do jovem.
O passo decisivo para o salto de Lincoln se deu em 18 de agosto. Longe do glamour que paira sobre seus ídolos Ronaldinho e Messi. Era um treino de praxe no velho gramado suplementar do Olímpico. Os garotos do sub-17 desafiariam os reservas que não atuaram na partida anterior do Grêmio, pelo Brasileirão. Lincoln foi tão bem que, no segundo tempo da atividade, foi puxado para a equipe profissional reserva. Destacou-se ainda mais. Assim que terminou o treino, Felipão queria subir o garoto. Mas Lincoln ainda tinha 15 anos e sequer firmara contrato profissional. Precisava completar 16 para tal.
- Mas quando ele faz aniversário? - insistiu Scolari, que o definiria como "diamante negro".
Faltavam três meses ainda. Imediatamente a cúpula gremista tratou de "esconder" a joia descoberta. Vitrine excessiva naquele momento poderia custar a vida longa ao projeto de craque no Grêmio. O zelo deu resultado e, ao celebrar 16 anos em 7 de novembro, Lincoln assinou seu primeiro contrato profissional, por três anos. Garantiu, de quebra, uma vaga no grupo que fará a pré-temporada em janeiro. Sem contar a festa em casa. A notícia da renovação foi comemorada com espumante e explosão de alegria digna de um gol em final de Copa do Mundo. Quem celebra agora é o torcedor. Uma nova joia está brotando no Grêmio.
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O mandatário tricolor já vê o atleta maduro e preparado. E elogiou a atitude de Scolari, uma forma de, segundo ele, "dar moral" para a joia, lapidada com todos os cuidados desde que chamara a atenção de todos num treino no ano passado, no Olímpico. Romildo não poupa adjetivos e o chama de "exuberante".
- Ele está completamente integrado, a fim de jogar, preparado. É muito maduro para quem tem 16 anos. Não tem vício de boleiro. Com aquele pé canhoto, é exuberante. Felipão deu moral para ele. Não sei se vai ser titular. Sinalizou que é um jogador que está no grupo e será importante ao longo da temporada - destacou o presidente.
Lincoln acompanha Barcos em contragolpe no treino de quinta-feira (Foto: Lucas Rizzatti/Globoesporte.com)
Lincoln atuou num meio-campo com Ramiro, Araújo e Douglas. Contou também com a "ajuda" de haver desfalques. Fellipe Bastos treinou separado, Giuliano se recupera de cirurgia no púbis e Walace está na seleção sub-20. O meia mostrou personalidade e uma característica marcante: tentar passes de primeira ou com poucos toques. Nas duas primeiras tentativas, quase deixou Barcos e Moreno na cara do gol.
Alguns minutos depois, com um desses tantos toques de primeira, deu um chapéu no centroavante Everaldo. A torcida delirou. A confiança, no entanto, às vezes o traiu ao tentar excessivamente jogadas de um nível de execução mais complexo. No segundo tempo, deu passe para um dos seis gols dos titulares na goleada e ajudou na marcação.
Durante os treinos, Lincoln fala pouco, mas sorri bastante. Parece mais disposto a ouvir os mais velhos. Nas atividades que mesclam parte física e técnica, não se desgruda da bola, enquanto os preparadores explicam o exercício. Faz embaixadinhas com a cabeça e os pés.
Da pobreza à promessa
Lincoln Henrique dos Santos tem uma vida dedicada ao Grêmio. Começou nas escolinhas alojadas no bairro Cristal, com vista inspiradora para o Guaíba, com oito anos. A DIS, grupo de investidores chefiado pelo influente empresário Delcir Sonda, passou a tomar conta dos negócios do garoto desde os seus 14 anos. Em 2012, a mãe Clode foi surpreendida com o rasante de um carro importado na sua antiga e humilde morada no bairro Lomba do Pinheiro, em Porto Alegre. Eram os emissários de Sonda, dispostos a cuidar do jovem.
O passo decisivo para o salto de Lincoln se deu em 18 de agosto. Longe do glamour que paira sobre seus ídolos Ronaldinho e Messi. Era um treino de praxe no velho gramado suplementar do Olímpico. Os garotos do sub-17 desafiariam os reservas que não atuaram na partida anterior do Grêmio, pelo Brasileirão. Lincoln foi tão bem que, no segundo tempo da atividade, foi puxado para a equipe profissional reserva. Destacou-se ainda mais. Assim que terminou o treino, Felipão queria subir o garoto. Mas Lincoln ainda tinha 15 anos e sequer firmara contrato profissional. Precisava completar 16 para tal.
- Mas quando ele faz aniversário? - insistiu Scolari, que o definiria como "diamante negro".
Faltavam três meses ainda. Imediatamente a cúpula gremista tratou de "esconder" a joia descoberta. Vitrine excessiva naquele momento poderia custar a vida longa ao projeto de craque no Grêmio. O zelo deu resultado e, ao celebrar 16 anos em 7 de novembro, Lincoln assinou seu primeiro contrato profissional, por três anos. Garantiu, de quebra, uma vaga no grupo que fará a pré-temporada em janeiro. Sem contar a festa em casa. A notícia da renovação foi comemorada com espumante e explosão de alegria digna de um gol em final de Copa do Mundo. Quem celebra agora é o torcedor. Uma nova joia está brotando no Grêmio.
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